Ao amanhecer do segundo dia de Tiüan, a sociedade da prata estava à espera de Beyën e de seus filhos. Muitos acharam estranho a demora dos elfos, já que eles são tão pontuais como o de costume.
Todos os membros da sociedade da prata passaram entre a floresta, deixando para trás os três escolhidos de Beyën. Radnör conduzia os dois jovens para o reino de Tiüan. Ao passarem pela mata, avistaram a mansão de cristal.
– Entrem pelos fundos enquanto eu distraio os guardas de Rianckÿ. – disse Radnör.
Pedro e Agäz correram em direção aos fundos da mansão. Havia outros guardas que estavam de vigia naquela manhã. Eles não sabiam muito bem o que fazer, já que a porta estava sendo vigiada por soldados. Ao olharem para todos os cantos, depararam-se com uma árvore que estava encostada em uma das janelas da mansão.
– Vamos subir na árvore e entrar por aquela janela. – cochichou Agäz.
Rapidamente, os dois escalaram a árvore sem serem notados. Ao passarem pela janela, Pedro e Agäz andavam escondidamente sobre os grandes salões.
Haviam diversas estátuas esculpidas de bronze que lembravam os elfos do passado. Suas paredes estavam adornadas de estandartes. Todas elas com o mesmo símbolo: Uma gaivota amarela segurando um ramo de oliveira. Ambos olhavam para cada canto e se deparavam com o vazio, parecia que ninguém morava naquele lugar.
Pedro e Agäz ouviram um barulho. Havia dois guardas que estavam se aproximando do salão. Eles se esconderam debaixo de uma imensa mesa de pedra. Ela estava coberta por um pano escuro, bordado com brasões a sua volta.
– Precisamos proteger Beyën e seus filhos. Eles não podem fugir!
– E iremos proteger! – disse um dos guardas. – Mas estamos com sede e um pouco de vinho não faz mal a ninguém, não acha?
– Rianckÿ ficará zangado conosco!
– Nosso rei está descansando! Venha, ele não vai se importar se bebermos um gole do seu vinho.
– Onde estão as chaves?
– Estão aqui comigo! Não se preocupe, voltaremos logo.
Pedro e Agäz saíram rapidamente de seu esconderijo. Começaram a seguir os guardas que estavam indo em direção à adega. Eles sequer notaram que estavam sendo seguidos, muito menos por um elanfö que mal conheciam. Havia diversos barris de vinho que estavam sobre uma prateleira de madeira. Podia-se sentir o odor fresco que penetrava suas narinas. Ambos os elfos bebiam e comiam sem parar. Sua sede era incontrolável.
Horas e horas se passaram. Ambos os guardas que estavam bebendo adormeceram lentamente. Debruçaram-se sobre a mesa e se esquecerem de seus prisioneiros.
Agäz correu em direção aos guardas enquanto Pedro estava escondido atrás de uma das colunas da mansão. Depois de um certo tempo de procura, Agäz finalmente conseguiu pegar as chaves. O sono deles era tão pesado que sequer notaram a presença de um elanfö em plena luz do dia.
Rapidamente, encontraram o caminho para as masmorras. Depararam-se com Beyën que estava à sua espera, já que Eleönora e Turän estavam ainda adormecidos. Beyën ficou mais aliviado quando olhou para os dois rapazes.
– Finalmente, meus amigos, mas como conseguiram passar? – perguntou Beyën.
– Podemos falar sobre isso depois! Há guardas rondando por aqui. – sussurrou Pedro, enquanto abria a cela.
Ao acordarem Eleönora e Turän, partiram silenciosamente daquele lugar. Era difícil passar pelos guardas, principalmente estando eles de prontidão na porta da mansão. Não sabiam o que fazer, poderiam ser presos a qualquer momento.
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O Senhor das Águias e as Pedras da Perdição
FantasiaPedro se considerava um simples ferreiro de Caën, morador de uma pequena cidade pacata ao norte de Velÿ. Vivia confortavelmente em sua casa e raramente se aventurava para outras regiões, principalmente em se tratando de novas aventuras. Sua ira pelo...