Capítulo 12: A Recompensa Prometida

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Diversos vampiros conseguiram escapar das flechas pontiagudas de Eleönora. Todos eles sobrevoavam apressadamente em direção às cavernas de Algün, para relatar os acontecimentos e as perdas ocorridas durante aquela noite. A maioria dos vampiros estavam ansiosos em chegar logo nas cavernas negras, com o medo de se surpreenderem com a luz ofuscante do amanhecer.

Ao chegarem próximos da entrada da caverna, depararam-se com Cesarem segurando uma pequena caixa de madeira, com alguns detalhes em sua volta. Todas as criaturas malignas, principalmente os vampiros, sabiam do conteúdo daquela caixa, mas preferiram esquivar-se para não deixarem o seu senhor ainda mais irritado.

Cesarem ficou assustado com a presença daquelas criaturas, principalmente quando se deparou com a ausência de Jack e de outros de seus vampiros.

– O que vocês fazem aqui? Eu não pedi para atacarem a sociedade? – perguntou Cesarem, guardando sua caixa valiosa.

– Nós os perdemos, milorde! – disse Patrick, completamente amedrontado. – Fomos emboscados por eles!

– Eu não quero desculpas! Quero a cabeça de todos os membros daquela maldita sociedade. – gritou Cesarem.

– Estávamos em menor número! – disse Sônia, tentando amenizar a ira de seu mestre. – Não havia nada que pudéssemos fazer!

– Escapei com vida, milorde, por muito pouco estaria morto.

– disse Patrick, com a cabeça curvada para baixo.

– Seria melhor que tivesse pago com ela! Seu imprestável! – disse Cesarem, completamente enfurecido. – E Jack, onde está?

– Jack foi capturado por eles, milorde! Perdemos ele de vista também! – respondeu Patrick, completamente amedrontado.

– E onde eles estão agora?

– Nós os deixamos na entrada da floresta adormecida! – respondeu Sônia.

– E as aranhas, não atacaram? – perguntou Cesarem se apoiando em seu cajado.

– Parece que sim, milorde, mas muitas foram mortas! – respondeu Patrick.

– Imprestáveis! Aranhas caranguejeiras, quem se importa com elas? São fracas para enfrentar qualquer exército. – disse o mago enfurecido, sentando-se em seu trono de pedra. – Será que o serviço ficará todo para mim? Eu que terei que ir à entrada do bosque adormecido para realizar a tarefa que era para vocês cumprirem? Logo a sociedade aparecerá novamente. Espalhem a notícia! Quem me trouxer a cabeça deles, ganhará uma recompensa.

– Que tipo de recompensa, milorde? – perguntou Patrick.

– Darei qualquer coisa que a pessoa desejar! – disse Cesarem.

– Agora, sumam da minha frente e façam algo de útil.

Pôde-se presenciar a fúria de Cesarem, todos estavam medrosos perante o furor de seu mestre, fugindo desesperadamente para a direção leste onde se encontravam algumas tropas que marchavam para a guerra.

Estando sozinho com o seu cajado, transfigurou-se novamente em uma fumaça negra e partiu para o norte.

Na manhã seguinte, no nascer da aurora, a sociedade da prata estava se organizando para continuar sua viagem. Mas antes de partirem, Eleönora ficou responsável por alimentar as tais criaturas. Todos os vampiros são enjoados para se alimentar. Naquela ocasião, havia somente pães ázimos que os elfos gostavam de carregar.

– Comam estes pães! É a única coisa que temos para comer. – disse Eleönora.

– Não comemos isso! Alimentamos apenas de sangue! Se houver isso dentro de sua mochila, agradeceremos muito. – disse Tony, ironicamente.

– É isso o que vocês irão comer! Não irão mais se alimentar com o sangue dos inocentes. Voltarão aos seus hábitos alimentares. Pão e água!

– Nãoo! Nãoo! Por favor não faça isso! – implorou Tony.

– Se quiserem, posso trazer um gole de vinho! Ele é suave, talvez matará a sede de vocês!

– Sangue! Queremos sangue! – gritou Tony, completamente desesperado. – Não é mesmo, Jack?

Em nenhum momento, pode-se ouvir a voz de Jack. Parecia que ele estava hipnotizado, observando a notável beleza de Eleönora. Em sua visão, uma forte luz ofuscante saía por detrás da jovem, fazendo com que seus olhos se fechassem perante o imenso clarão. Estava totalmente distraído, só conseguiu ouvir as últimas palavras de seu amigo.

– Jack! Jack! – disse Tony, sacudindo-o.

– Diga! – pronunciou Jack, voltando a si.

– Ouviu o que ela disse? Não teremos sangue para nos alimentar! Somente pães ázimos e água! Como sobreviveremos?

– Garanto que conseguiremos nos adaptar! – disse ele, concordando com Eleönora.

– Está se sentindo bem? – disse Tony, sacudindo seu amigo novamente. – Acorda para a vida! Comíamos pães quando éramos "normais". Agora não somos mais deste tipo.

– Não posso fazer nada! É somente isso o que temos. – disse Eleönora encabulada com os olhares de Jack. – Agora com licença, tenho mais coisas a fazer.

– Pelo menos pede para nos cobrir com um pano! Não podemos suportar os raios do sol. – disse Tony.

O pano foi providenciado, cobrindo-os lentamente ao ponto de não serem atingidos pelos raios do sol. O pior não era tanto a luminosidade, mas sim, o calor forte que eles estavam passando, principalmente por estarem debaixo dos panos negros, sendo este o único que os elfos carregavam. Era totalmente escuro, impedindo que as luzes do sol ofuscassem os seus olhos.

Estava tudo pronto para partir. Todos os cavalos estavam selados e a sociedade da prata estava ansiosa para deixar aquele lugar. Era um tédio ficar observando a entrada da floresta, principalmente tendo a grande possibilidade de aparecerem novas criaturas sanguinárias.

Agäz finalmente despertou depois de ter sido atacado por aquelas aranhas. Sua lealdade a Pedro aumentou ainda mais. A amizade entre eles tornou-se algo inenarrável depois que ele salvou a sua vida.

Ao cavalgarem algumas léguas, pôde-se ouvir a voz de Beyën que estremecia os horizontes. Ele alertava os seus companheiros conforme a gravidade do perigo.

– Devemos ficar mais atentos com os nossos inimigos! Daqui para a frente, encontraremos alguns obstáculos que podem atrasar nossa busca.

– Passaremos em nossas terras, meu pai? – perguntou Eleönora.

– Não! Embora estejamos nas terras de Tiüan, não passaremos em casa.

– E por onde passaremos? – perguntou Agäz.

– Passaremos pelas estradas de Draiüs, até chegarmos no pântano das quatro almas. É algo perigoso, mas não podemos perder mais tempo.

– Já ouvi falar deste pântano! Iremos morrer se passarmos por lá! – resmungou Alamuc.

– Depende de por onde passar! – respondeu Beyën, tranquilamente. – Não se preocupe, passaremos sem sermos percebidos. Mas fiquem atentos, não sabemos como o inimigo ira agir.

– Mas meu pai, as estradas de Draiüs é perigosa! Passar por aquelas montanhas é arriscado demais! – disse Eleönora.

– Suas estradas são estreitas, repletas de curvas! – disse Alamuc.

– Sem contar a sua altura! É perigoso demais! – disse Petrus, resmungando juntamente com os outros anões.

– Não temos outra saída! – gritou Beyën. – Se passarmos para o caminho de casa, ganharemos mais cinco dias de viagem.

Pedro concordou com Beyën neste sentido, embora estivesse com um certo anseio de passar por aquelas estradas. Ouvia-se falar muito mal delas, quase nenhuma criatura gostava de passar nas montanhas de Draiüs.

E ai Galera!

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O Senhor das Águias e as Pedras da PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora