Estava quase anoitecendo quando todos os soldados se preparavam para a batalha. A cidade estava inundada de pessoas que corriam de um lado para o outro, tentando se proteger daquele mal que iria invadir a qualquer momento os muros de pedra. Havia, mais ou menos, três mil homens que estavam dispostos a enfrentar com bravura e a lutar firmemente contra o exército de Cesarem. Todos estavam de prontidão em cima dos muros, aguardando os ataques dos zoörgs.
Para a surpresa de todos, surgiram longinquamente os cavaleiros da justiça, que traziam consigo seus arcos com flechas pontiagudas e lanças compridas, prontas para serem usadas em batalhas.
Todos os cavaleiros que se aproximavam da cidade ficavam encantados de observar as pedras que as cercavam. Todas as casas eram feitas de mármore, com janelas redondas e portas alongadas. Em algumas delas havia um pequeno jardim com poucas flores a serem exibidas, apenas algumas margaridas e girassóis que se direcionava para o nascer da aurora.
Felipe se aproximou do portão de pedra e gritou para os cavaleiros que estavam sobre os muros.
– Abram os portões da cidadela! Queremos ajudar os habitantes de Petrunski a derrotar os zoörgs.
– Quem são vocês, seres vindos do leste? – gritou uma voz vinda da multidão. – Por acaso são espiões das terras dos centauros?
– Somos guerreiros! – gritou Felipe. – Por acaso, já ouviu falar dos cavaleiros da justiça?
– Os cavaleiros da justiça? – gritou o homem novamente. – Já ouvimos falar deste nome! Por acaso você é Felipe?
– Sim, sou eu! Estamos aqui para ajudá-los a enfrentar as trevas que virão!
– Abram os portões! – disse novamente a voz desconhecida.
– Estes homens merecem ser recebidos com todas as honras desta cidadela.
Ouvia-se um grande estrondo ao abrirem os portões. Parecia que ele estava enferrujado, devido ao bizarro barulho que vinha das engrenagens. Ao entrarem na cidade, repararam que havia um homem vindo em sua direção como se estivesse ao ponto de saudá-los. Ele era baixo e moreno, cabelos negros e encaracolados, com uma aparência amigável, mas extremamente adiposo. Usava vestes coloridas, embora estavam encardidas devido à poeira que pairava sobre aquele lugar.
– Bem-vindos à cidade de pedra! Estávamos aguardando vocês.
– Trouxe os meus homens para lutar contra este exército maldito! – disse Felipe, tirando o elmo de sua cabeça. – A propósito, como se chama o senhor que abriu os portões desta cidadela?
– Me chamo Abreu! Filho de Alfeu, descendente dos Pontanólis.
– Vejo que o seu sangue é nobre perante os cavalheiros! – disse Felipe. – A casa Pontanólis servia fielmente aos primeiros reis de Aldiroön.
– Sim! – afirmou Abreu. – Nossos antepassados serviram até mesmo o rei Joaquim no início da criação. Contudo, fomos despejados pelo atual rei. Mas agora ele está morto.
– Morto? – perguntou Petrus.
– Sim! Seu corpo desapareceu em uma noite chuvosa. Alguns lordes que participam do conselho encontraram sangue no carpete. Sua coroa estava jogada próximo ao trono da justiça.
– Quem o matou? – perguntou Carvalho.
– Não sabemos ao certo! Mas o lorde Perez jurou ter visto no céu uma fumaça negra saindo de seu castelo. Ele suspeita que seja o próprio Cesarem o autor desse crime.
– E por que Cesarem iria matá-lo? – perguntou Radnör. – Não teria o porquê de ele fazer isso. Afinal, Arthur servia a ele fielmente!
– Cesarem é um ser totalmente misterioso! – disse Abreu. – Mas tenha a certeza, senhor elfo, nunca queira cruzar o seu caminho, senão cabeças irão rolar!
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O Senhor das Águias e as Pedras da Perdição
FantasíaPedro se considerava um simples ferreiro de Caën, morador de uma pequena cidade pacata ao norte de Velÿ. Vivia confortavelmente em sua casa e raramente se aventurava para outras regiões, principalmente em se tratando de novas aventuras. Sua ira pelo...