Após dois dias de viagem, a sociedade da prata finalmente havia chegado às ilhas de Ramã. Todos desceram de seus cavalos e os soltaram para que pudessem retornar para algum vilarejo.
Alamuc e alguns outros anões conseguiram, através de um cobrador, um navio de madeira. Ele era todo esculpido pelos elfos. Havia várias velas que cobriam toda a proa do barco. Eram grandes e pesadas, com tamanhos e modalidades diferentes. Todos entraram no navio.
Estava quase anoitecendo, era preciso abandonar aquelas ilhas para enfrentar mais quatro dias de viajem à beira-mar.
Cesarem estava escondido próximo à grande montanha de "Eigÿ" onde o sol parecia tocar sobre as árvores vastas da floresta. Ele sabia muito bem onde estava toda a sociedade.
Cesarem não estava só. Havia uma grande cauda que estava adentrando ao mar. As águas estavam agitadas. Os anões achavam estranho aquele movimento do mar.
O céu começou a ficar escurecido, parecia que uma forte tempestade estava prestes a desmoronar. O vento era incontrolável, tanto que Radnör e Turän tiveram que amarrar as velas, senão poderiam perdê-las contra a ventania.
Mas eles não estavam tão preocupados com a agitação do mar ou daquele vento cabuloso sobre as velas, e sim, do surgimento repentino de Sgraünd, que, com toda sua fúria e sua glória, tentava a todo custo destruir o navio.
Todos tentavam impedir que a serpente os devorasse. Eleönora e Radnör atiravam flechas contra ela, já Turän e Mirgän tentavam atingi-la com suas espadas. Alguns do anões enfrentavam com seus machados, outros tentavam conduzir o navio.
Pedro e Beyën queriam muito ajudá-los, mas estavam sem forças para enfrentar aquela serpente. Miriam tentava os proteger com a espada de Aracuqüe, que, por sinal, brilhava perante o mal que habitava as ondas.
– Veja! – disse Miriam apontando para o leste. – Cesarem está controlando-o.
Os olhos de Degälion estavam brilhantes enquanto Miriam o apontou. Sgraünd era ágil com sua cauda. Ele chicoteava sobre a proa do navio. Muitos gritavam para tentar impedir aquela cobra.
Próximo de Cesarem, um furacão de fogo apareceu sobre a montanha. Ele ficou assustado em se deparar com aquela manifestação que vinha dos altos céus. Não havia nenhum tipo de ventania que aquele furacão pudesse se manifestar, apenas um calor incessante que escorria de suas labaredas.
Cesarem não conseguia mais controlar Sgraünd com o seu cajado, era preciso agora enfrentar aquele furacão que o estorvava de realizar os seus planos. Uma luta aconteceu naquele lugar, a todo momento o mago negro se desviava das pequenas gotas de fogo que caíam do furacão. Ele tentava a todo custo sugar com o seu cajado, mas não conseguia.
Sgraünd lutava contra a sociedade. Eleönora conseguia acertar algumas de suas flechas em sua pele escamosa, deixando ainda mais fraco e mais acessível à dor. Já os vampiros, estando eles transformados em morcegos, lutavam bravamente contra a serpente, deixando-a desnorteada.
Um forte grito foi dado de algum lugar. Somente Miriam conseguiu escutar aquele grito majestoso.
As águas começaram a se agrupar, dando forma a um ser desconhecido. Ele tinha o formato de um velho barbudo, mas com uma força que parecia a de um deus. Ele se dirigiu até Sgraünd e lutou contra ele. Ambos rolavam ao mar.
– Preparem as velas! – gritou Miriam. – Vamos aproveitar o vento para sairmos daqui!
Todos correram para se preparar, inclusive alguns dos anões que estavam se direcionando para o leme. O vento estava favorável para eles partirem, tanto que em poucos minutos, estavam longe daquela imensa agitação.
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O Senhor das Águias e as Pedras da Perdição
FantasiaPedro se considerava um simples ferreiro de Caën, morador de uma pequena cidade pacata ao norte de Velÿ. Vivia confortavelmente em sua casa e raramente se aventurava para outras regiões, principalmente em se tratando de novas aventuras. Sua ira pelo...