Bernardo.
Porra, eu sei que eu não sou o homem que toda mulher sonha em ter, que não sou carinhoso. Eu nunca me apaixonei por ninguém e quando tento, vejo minha mulher sentada em uma mesa com um moleque. Meu sangue subiu, eu queria matar uma pessoa. Eu não tenho coragem de bater na Malu, mas só de ver o jeito que ele olhava para ela, será que ela é tão inocente que não consegue ver?
Quebrei o restaurante quase todo, antes de ir embora deixei um dinheiro com os meninos pedindo para eles darem depois. A Malu saiu chorando e depois que a raiva passou eu queria mesmo era correr atrás dela, mas sei que depois disso nem olhar na minha cara ela vai mais... Mas se ela não ficar comigo, também não fica com ninguém. Eu poderia quebrar o amigo dela no meio se eu o encontrasse saindo de casa.
Cheguei em casa e tirei toda minha roupa, tomei um banho demorado para esfriar a cabeça. Rodei a casa inteira pensando nela, nos dois, se eles tiverem se beijado, não deixo ele vivo pra contar história. Augusto me ligou e eu atendi.
– Como ela tá? – Perguntei rápido me sentando na cama.
– Você acha que ela tá sorrindo? Se eu fosse você dava um tempo pra ela cara – Augusto falou e eu coloquei a mão na cabeça.
– Eu não consigo porra –
– Você jogou ela no chão na frente de todo mundo, eu nunca te vi assim, tá ficando pior e ela veio chorando o caminho inteiro – Falou.
– Valeu, ajudou pra caramba – Desliguei o celular e joguei na cama.
Me deitei com a mão na cabeça. O que eu vou fazer sem essa garota agora?
Maria Luíza.
Acordei morrendo de dor de cabeça, olhei no relógio e marcava 10:56. Demorei para dormir, não tenho costume de acordar tarde. Me levantei da cama e fui até a cozinha, peguei um remédio para dor de cabeça e tomei para ver se passava, parecia que minha cabeça ia explodir a qualquer momento. Voltei para o quarto e peguei meu celular, tinha uma chamada de um número desconhecido, retornei a ligação e uma voz grossa atendeu.
– Alô? – Falou um homem.
– Ligaram para o meu celular desse número, quem é? – Perguntei.
– Sou eu, Augusto, só liguei ontem para saber como você está – Falou e eu estranhei.
– Augusto? Não to bem ainda, mas supero – Falei tentando ser mais divertida.
– Se precisar de algo me liga, não vai ficar tão ruim, se o Bernardo me ver com você, melhor do que com seu outro amigo – Ele fala e eu suspiro.
– Eu não tenho nada com o Bernardo, se ele por a mão em mim, ligo para policia... Ou melhor, para o meu pai –
– Ih caramba, to desligando, preciso trabalhar, se cuida ai – Falou desligando sem da tempo para eu responder.
Eu precisava distrair minha cabeça com algo, essas malditas aulas na faculdade que não começam logo. Hoje ainda é quarta-feira, para segunda vai demorar séculos! Me levanto da cama e tomo um banho demorado, coloco uma roupa de ficar em casa mesmo, me olho no espelho e meus olhos estão inchados, todo meu rosto, passo um pó para disfarçar e não adiantou de nada, ótimo. Vou para sala e me jogo no sofá, minha cabeça ainda doía, pouco mas doía! Eu pensava no Bernardo, eu não mereço ficar pensando nesse homem, mas não é fácil, ele não sai da minha cabeça e no fundo eu não queria que ele saísse... Mas ele não me fazia bem, não como eu queria e eu também sabia que ele não ia mudar.
Peguei a chave do meu apartamento e liguei para um táxi, troquei de roupa rápido e peguei uma mala, joguei algumas roupas lá, depois eu levava o resto, ainda tenho muita coisa no meu quarto. Escutei a buzina do táxi e saio correndo com a mala na mão, aviso para ele o endereço que havia no meu celular. Minha mãe tinha me mandado tudo, o bloco, apartamento, essas coisas... Minha mãe disse que ia pagar o aluguel do apartamento até eu conseguir um emprego para me manter, eu também precisava ver isso. Tem várias escolas por aqui por perto que precisavam de professoras de balé, deve ser ótimo ensinar para crianças.
O taxista me deixou em frente ao apartamento, paguei e desci do táxi, é um condomínio fechado, ele em si não é tão grande, mas o apartamento dá para morar uma família inteira. 3 quartos, um com suíte... E eu só irei usar um. Fiquei no 15° andar. Entrei no condomínio e o porteiro perguntou, me deu uns papeis com algumas regras, foi bem gentil.
Entrei no elevador e tinha um grupo de amigos, adolescentes, acho que da minha idade. Eu estava morta de vergonha, pude escutar cochichos atrás de mim, bati os dedos em minha perna nervosa.
– Novata? – Um dos garotos falou, me fazendo olhar para trás.
– Sou sim – Falei sorrindo.
– Bem vinda – Falou os 5 juntos, me fazendo rir.
– Meu andar é esse, tenho que ir e obrigada – Falei saindo do elevador acenando.
Peguei a chave do apartamento e abri a porta, senti frio na barriga, meu primeiro apartamento!! Abri a porta e carambolas carambinhas! Minha mãe decorou tudo, estava tudo perfeito, do jeito que eu gosto. Fui correndo entrando nos quartos, banheiros e já estavam com todos os móveis. Onde tiraram tanto dinheiro?
Fui ate a janela da sala e tinha uma vista maravilhosa, é bem alto, o que me deixa com medo de olhar para baixo. Olhei para frente e dava para ver nitidamente o condomínio do Bernardo, que é quase na frente do meu, dava até para ir andando. Apoei minha cabeça nas mãos e fiquei olhando sua casa, é enorme olhando de cima, todas as casas do condomínio, inclusive a do Matheus.
E eu nem liguei para ele pra falar nada.
Inútil.
Peguei meu celular rapidamente e disquei seu número, chamou mil vezes e nada dele atender, deixei uma mensagem de quando olhasse me ligasse, eu precisava pedir desculpa. Queria da um tempo pra mim mesma, chega de Bernardo e de todas essas confusões. Eu preciso estudar e não viver com medo de um homem... Um homem maravilhoso! Mas que bate em mulher Maria Luíza, põe na sua cabeça, anta.
Continuei com os meus olhos em sua casa, vi seu carro chegando, ele estacionou e desceu do carro, era tão pequeno de onde eu tava, eu ria as vezes. Bati em minha própria cabeça.
"Esquece esse homem, louca" Falei para mim mesma.
(Amores, meu pai comprou o carregador e não pegou no meu cel, ele irá trocar amanhã, não tenho muita paciência de escrever aqui no computador. Amanhã posto mais para vocês!)
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OBSESSÃO. (Finalizada)
Romance• Conteúdo adulto Maria Luíza Reis, uma garota inteligente e muito determinada. Sempre morou com os pais, sendo assim muito mimada e por ser filha única acabou piorando, sempre teve tudo que queria. Nunca fez suas escolhas sozinhas, sempre com os pa...