Capítulo 49

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Higor.

Eu já estava pronto para atirar, posicionado em um apartamento no último andar do bairro, minhas maos suavam e meu coração batia rápido, não queria fazer... Eu só tenho 15 anos.

— Vamos porra, ele vai sair — Gritou um dos homens me dando um susto.

Apertei o gatilho e um grande barulho foi ouvido. Joguei a arma no chão sem acreditar no que tinha feito e todos comemoraram.

— Honrou o nome do teu pai moleque — Ouvi e senti um aperto em meu ombro.

Eu matei o inimigo do meu pai. A única coisa que o meu subconsciente falava.

Bernardo.

Eu estava deitado em uma cama de hospital tentando lutar pra continuar com os olhos abertos, mas estava difícil. Escuto os gritos da Malu e da Sofia no fundo, a única coisa que me faz manter "acordado".
Eu não iria morrer e deixar minha mulher nesse mundo sem mim.

A dor no meu peito era enorme, senti algumas agulhas no meu corpo... Tava difícil de respirar, sentia meu coração diminuir a cada minuto que passava.

Abri os olhos e a primeira coisa que vi foi a Malu a alguns metros de mim, estávamos separados por um vidro. Seus olhos estavam inchados, procurei a Sofia e não encontrei.

— Eu te amo — Tentei falar com um sorriso no rosto.

Malu me olhava pelo vidro e estava prestes a quebra-lo

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Malu me olhava pelo vidro e estava prestes a quebra-lo. Dei meu último sorriso. Senti que seria a última vez que iria respirar. Minha vista voltou a ficar escura... Escutei o barulho do monitor que estava ligado ao meu braço, inclinei minha cabeça para o lado e a única coisa que eu vi foi os médicos pegarem a máquina para me reanimar.

Malu.

Eu o vi morrer! Eu estava lá, eu não pude fazer nada, a não ser gritar para que pudessem salvá-lo. Todos do hospital olhavam para mim com cara de pena, me abaixei e me encolhi nas minhas pernas, cruzei os dedos e rezei para tudo ser um grande pesadelo.

O homem da minha vida estava morto.

Minha cabeça doía e meu peito apertava, como se alguém tivesse apertando até esmagar. Tudo passou como um filme na minha cabeça.

A primeira vez que o vi no banheiro da festa e como ele me perseguiu. Eu sempre o amei.

Vi a Sofia correr até mim e me abraçar forte, ela ficou pulando tentando ver sob o vidro alto.

— Mãe, não chora! Meu pai está só dormindo, eu vi agorinha — Secou minhas lágrimas e voltou a me abraçar.

Ele não estava dormindo, ele estava morto.

FIM.

14/08/16

OBSESSÃO. (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora