Bernardo.Eu não sabia o que tinha acontecido. Eu sempre fiz isso para retirar o chip das pessoas e a Malu simplesmente desmaiou e eu não podia nem se quer chamar uma ambulância ou ia ter que responder por um monte de coisa na polícia por ela ter um corte como aquele no pescoço e aquele corte é tão preciso que não tinha como ela fazer sozinha.
— Que porra, o que eu faço? Malu, acorda — Falei ainda segurando ela em meu colo enquanto entrava na casa do Augusto.
— Temos que fechar o corte que ainda tá sangrando Bernardo, a blusa dela está cheia de sangue, deve ter saído muito e você não percebeu — Falou tentando me acalmar. — Me dá ela — Esticou os braços pegando a Malu do meu colo.
— Fui mais burro que ela.
Augusto colocou dois dedos em cima do corte do pescoço da Malu e andou pelo corredor até um quarto que só havia uma cama e algumas tralhas. Ele a deitou na cama e eu sentei ao lado dela. Fiquei nervoso só de ver todo aquele sangue, sabia que não era normal, mesmo não sendo médico.
— Você vai costurar? Você? — Perguntei me levantando da cama.
— Você sabe que eu já fiz muitas vezes — Augusto procurava algumas coisas em uma maleta.
— Sei, que todas deram errado ou inflamaram — Falei andando pelo quarto.
Eu já estava ficando impaciente por ela ainda não ter acordado. Era só um pequeno corte.
Augusto pegou tudo que precisava e se sentou ao lado dela, ele virou um pouco seu pescoço e eu observava tudo em pé ao lado da cama, de braços cruzados. Augusto estava mais nervoso que eu.
— Se você fizer besteira com a minha mulher, eu te mato — Falei sério enquanto ele pegava uma agulha.
— Cara, se você ficar colocando pressão em cima de mim, eu não vou conseguir. — Reclamou.
— Vai logo, termina isso aí —
Augusto fechou o pequeno corte com os dedos e pressionou a agulha em sua pele fazendo uma "linha" passar por ali, ele ficou fazendo um vai e vem até todo corte está completamente fechado, depois ele passou um remédio escuro e fedorento, Augusto parou por alguns minutos e analisou a sutura que tinha feito.
— Eu acho que está bom — Falou pra si mesmo.
— Acha? Humm... Então você acha? — Perguntei.
— Tenho certeza cara, acho que daqui a pouco ela acorda — Falou guardando todo aquele monte de coisa que havia ali em uma caixa. — Vou deixar você com ela um pouco —
— Você tá achando que isso é um hospital e você o médico? — Falei e ele riu fechando a porta.
— Vamos, acorde — Sussurrei passando a mão em seu cabelo.
Malu piscou os olhos algumas vezes na tentava de deixá-los abertos.
— Bernardo, tá doendo — Sussurrou abrindo o olho.
— Você acordou! — Falei em quase um grito, me abaixei rápido e selei nossos lábios.
— Minha mão, você tá apertando — Forçou e eu olhei para nossas mãos eu estava segurando a dela com tanta força que nem percebi.
— Desculpa — Pedi.
— Porque eu desmaiei? — Malu falou olhando para sua blusa.
— Ah... Sua blusa, vou dá um jeito — Falei me levantando tirando minha blusa.
— Calma, você tá nervoso — Forçou um sorriso nos lábios me fazendo parar de tirar a blusa.
— Você andou comendo? Porque isso não é normal — Falei preocupado.
— Claro que sim, me ajuda a tomar banho? Será que posso? — Perguntou sentando na cama.
Concordei com a cabeça e segurei em sua mão ajudando ela a levantar, ela aparentemente estava "boa", mas ainda sim eu fiquei preocupado, ninguém desmaia do nada.... Ou desmaia. Malu ficou em pé na minha frente, ela levantou os braços devagar e eu levantei sua blusa suja de sangue, tirei devagar e andei com ela até o banheiro que ficava no lado direito, não era grande e mal cabia nos dois. Tranquei a porta do banheiro e a Malu terminou de tirar o resto da roupa, não vou dizer que não olhei, porque era impossível não observar as curvas do seu corpo.
— Para de me olhar assim — Pediu e eu revirei os olhos.
— Mas eu já vi tudo — Cruzei os braços olhando seus movimentos no box do banheiro.
Malu enrolou todo seu cabelo e prendeu todo aquele cabelo cacheado.
— Será que pode molhar esses pontos no meu pescoço? — Perguntou molhando seus pés na água que caia do chuveiro.
— Claro que pode. Nunca levou pontos quando criança? — Malu negou com a cabeça entrando de baixo do chuveiro, inclinou seu pescoço um pouco para o lado, fiquei olhando a água percorrer pelo seu corpo.
— Para! — Falou batendo o pé.
— É uma porra mesmo — Falei virando de costas por ela está incomodada. Encostei a cabeça na porta e suspirei.
Esperei a boa vontade da madame terminar de tomar banho. Ela desligou o chuveiro e esperei alguns segundos até por a roupa, me virei e ela estava sem a blusa. Só com o sutiã e um pouco melado de sangue.
— Minhas blusas são mais sua do que minha — Falei tirando minha blusa, Malu soltou uma risada.
— Amanhã irei para faculdade e preciso passar em casa para pegar roupa, já que não vou com uma blusa sua — Pegou a blusa da minha mão e colocou em seu corpo.
Destranquei a porta do banheiro e sai andando para fora do quarto. Malu puxou meu dedo mindinho e eu olhei rápido, sua mão entrelaçou com a minha e eu a olhei, ela mostrou todos os dentes em um só sorriso.
— Amanhã vou te levar no medico, acho que isso foi sua alimentação — Falei enquanto andávamos no corredor da casa.
Augusto apareceu do nada no corredor me fazendo tomar um belo susto e a Malu gritar. Ele estava azul, branco, roxo.
— Acho que tem gente aí fora — Disse Augusto com a respiração ofegante.
— Don? — Perguntei.
— Adivinha? — Augusto ironizou, ele tirou duas pistolas da cintura. — Sua preferida, PT 838 — Me entregou a arma.
Peguei e a olhei, conferi se não estava na agulha. Levei meu olhar para Malu que estava pálida.
— Vai ficar tudo bem — Falei passando a mão no rosto dela.
— O que eu faço? Me escondo de baixo da cama — Falou nervosa e pronta para correr.
— Você ficará nas minhas costas — Puxei ela pelo braço e segurei suas pernas fazendo ela se apoiar nas minhas costas. Puxei seus pés e enrolei um no outro ficando preso em minha cintura.
Augusto deu alguns passos no corredor que olhando para o lado direito era a sala, com duas janelas enormes ao lado da porta. Me abaixei com dificuldade pois a Malu não era nenhum pouco leve. Estava tudo tão silencioso que dava para escutar o barulho dos mosquitos passando no meu ouvido. Escutei passos fundos e o Augusto me olhou preocupado. Apontei a arma para porta e fechei meu olho direito para ter uma boa mira... Senti um pingo de água quente em minhas costas e nem precisei olhar para cima para saber o que era.
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Boa noite meus amores! ❤️
Espero que gostem13/05/16
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OBSESSÃO. (Finalizada)
Romance• Conteúdo adulto Maria Luíza Reis, uma garota inteligente e muito determinada. Sempre morou com os pais, sendo assim muito mimada e por ser filha única acabou piorando, sempre teve tudo que queria. Nunca fez suas escolhas sozinhas, sempre com os pa...