Capítulo 2

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(Foto do Bernardo em cima)

Malu.

As pessoas na festa me olhavam como se eu estivesse louca, me olhavam da cabeça aos pés e faziam uma cara estranha, eu não estava ligando muito. Me misturei no meio das pessoas e subi em cima de um degrau de escada, procurei Lucca e Lua com os olhos, encontrei os dois e sai andando rápido até eles. Minha respiração estava ofegante e eu já tava um pouco suada, minha vontade de fazer xixi passou em instantes.

— Graças a Deus! Precisamos sair daqui, chamar a polícia, eu não sei — Falei quase gritando.

Lua saiu me arrastando para um canto que não tinha muita gente e a música era baixa, ela me olhava com olhar de preocupação e eu? Eu só olhava ao redor pra correr do homem que eu vi.

— Malu, o que aconteceu? — Lua perguntou.

— Você de negra, ficou branca, fala logo — Lucca disse.

— Eu tava indo no banheiro e quando entrei, tinha um cara tirando a roupa de uma menina, Lucca, ela tava gritando e chorando, você precisa ver se ela está bem! — Falei apontando para o banheiro. — Precisamos chamar a polícia — Falei.

— Meu Deus! E quem é ele? — Lua perguntou, limpando o suor do meu rosto e limpando minha maquiagem. Lucca me olhava e passava a mão no cabelo, parecia está preocupado.

— Eu não sei, eu quero ir embora Lua! — Falo e me abaixo colocando meus sapatos.

— Vou falar com o seu pai pra deixar vocês duas em casa. Vamos — Lucca diz e põe a mão na cintura da Lua, acho que perdi alguma coisa...

Fui seguindo os dois, com muito medo, tentei me recompor e por a melhor cara que tinha, saímos da boate e voltamos para parte rica de novo, onde tinha pessoas um pouco mais velhas, uma sala que dava até para jogar futebol de tão grande. Saímos da sala e já avistamos os pais da Lua conversando com um homem muito bonito por sinal, deve ter seus 45 anos, mas bem conservado.

— Licença, pai — Lua disse baixo.

— Ah, oi filha, onde estavam? Lembra do Marcos? — Roberto fala.

— Na boate, com pessoas mais jovens. Oi Sr. Marcos. —

— Olá Lua, como cresceu, a última vez que te vi aqui você era pequena — O homem fala e solta uma pequena risada.

— Essa aqui é a Malu, amiga da Lua e você já sabe quem é o Lucca — Continuou tio Roberto.

— Oi Malu, prazer — Ele me dá um sorriso. — Todos aqui e eu procurando meu filho, lembra do Bernardo? Ele veio, nunca sai comigo e quando sai some —

O homem procurava seu filho com os olhos, enquanto Lua tentava convencer ao seu pai de ir para casa, ninguém se divertiu nada, nem a comida eu vi aqui. Senti uma respiração perto de mim e vejo uma sombra um pouco mais alta que eu no chão.

— Está me procurando, pai? — Uma voz rouca e grossa sai de trás de mim, me causando arrepio, lembro bem dessa voz, mas ela não falava e sim gritava pedindo para eu esperar.
Me viro para trás e vejo o homem do banheiro, dou um pulo para trás de susto.
— Te assustei? Desculpa — Ele diz sério e me olhando nos olhos, o que tava me causando medo e incomodo.
Ele era mais alto que eu, me fazendo até olhar um pouco para cima, sua voz me dava medo, sua afeição também.

Tentei abrir a boca para falar algo e não saiu, minha boca fazia um "o" e nada saia, diz que não com a cabeça e fechei a boca devagar, ele me olhava, abaixei a cabeça e mordi os lábios nervosa. Apertei a mão de Lua, que me olhou sem entender.

— Ah filho, estava sim, você sumiu —

— Fui beber alguma coisa — Ele disse e percebi seu olhar pra mim. — Oi Roberto — Ele disse apertando a mão do mesmo.

E agora? Eu só quero sair daqui, que droga. Meu pai estava certo em não me deixar sair de casa! Como será que a garota do banheiro deve tá? Tomara que tenha conseguido correr.

— Pai, Lucca vai nós levar pra casa, boa noite gente, até mais! — Lua falou rápido antes do seu pai falar.

— Eai Lucca, quanto tempo — Eles se abraçaram, era só o que me faltava.

— Tchau Malu — O homem fala e eu aceno junto com um sorriso.

Vou andando atrás da Lua, que anda em passos rápidos, tento acompanhar a Lua.

— Foi ele Lua! — Digo e olho para trás, vejo Lucca vindo atrás de gente — Não comenta nada com o Lucca, amanhã te conto tudo! — Lua concordou e não disse nada.

— Calma aí, vocês estão correndo — Lucca chegou perto da gente.

Entramos no carro e Lucca nós levou para casa, eu estava cansada, exausta também... Quem é aquele homem? Porque ele tava fazendo aquilo? Ele até que parecia ser bonzinho perto das pessoas que estava, mas era só uma máscara. Meus pés estavam doloridos por causa do salto enorme.
Demorou mais meia hora para voltarmos para casa, pois era longe, o coitado do Lucca ainda vai ter que voltar.

Lucca nos deixou na porta de casa, nos despedimos e eu avisei a Lua que amanhã iria lá, já estava tarde! Eram 2:46 da madrugada.
Quando estava chegando em casa vi o carro do meu pai passar pelo portão do condomínio, sai correndo feito uma maluca, abri a porta de casa e fechei rápido, corri para o meu quarto, tirei os sapatos e joguei em baixo da cama, tirei os brincos e me joguei na cama.
Me cobri rápido e coloquei o braço no rosto para ele não ver minha maquiagem. Meu pai iria me matar se me olhasse com esse vestido.
Escutei os passos dele no corredor do meu quarto, ele abriu a porta e ligou a luz, fingi que estava dormindo. Pude ouvir seus passos chegando mais perto, ele me deu um beijo na testa como sempre faz.

— Dorme bem filha — Meu pai falou baixo e saiu.

Dei um sorriso e onde eu estava, apaguei no sono.

OBSESSÃO. (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora