Capítulo 28

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Bernardo.

A Malu me deixou sozinho em casa, disse que ia para casa dos pais e não me deixou levá-la, eu implorei, mas ela é tão teimosa e conseguiu fazer a minha cabeça para ficar aqui. A Máfia veio pedir mais uma vez para eu voltar a fazer parte, Don estava sendo educado demais e eu o nunca vi assim, ele não vai mais pedir com gentileza, ele irá machucar pessoas, as que andam comigo ou só a Malu já é o suficiente para acabar comigo. Eu era um dos melhores e ele sabe que não irá ser tão fácil, eu sei todos os seus planos, eu já fiquei naquela merda por um ano, sabia todos os passos dos novatos que entrarão ou entrara. Eu precisava resolver coisas com o Guto, ele era o único que sabia, eu, ele e Malu, pedi para Malu não abrir o bico pra ninguém ou estava tudo mais fodido ainda. Guto era um dos poucos que entrou e saiu, mas também sabia de tudo, ele era um dos melhores atirador mas hoje ele não mexe mais com essas coisas, vive dizendo que não é pra ele e que só quer ter uma vida normal, mas agora nenhum de nós vai ter uma vida normal até Don decidir nos deixar em paz.

Balancei a cabeça tirando os pensamentos que vinham em minha mente. Senti meu celular vibrar no sofá, olhei para o lado e vi que era o meu pai.

— Filho, até hoje espero sua visita, não lembra que tem um pai mais? — Reclamou o velho.

— Eu estava ocupado e sem cabeça para isso — Falei me deitando no sofá.

— Hoje prepararei um jantar com a família e espero que você venha, a família... —

— A família está em primeiro lugar — Interrompi meu pai continuando a frase.

— Isso, tenho que desligar agora, estou na empresa já que você não decidiu trabalhar hoje e Augusto disse que estava com dor de barriga. — Falou.

Dor de barriga? Porra, que desculpa foi essa?

— Devo ter comido algo que não presta! — Menti e escutei uma risada no fundo, e eu sabia de quem era, Augusto! Logo em seguida meu pai desligou sem falar nada.

— Augusto viado — Esbravejei.


Malu.

Quando sai da casa do Bernardo eu passei em casa para tomar banho e por outra roupa,também cobrir esse roxo que restava em meu olho por causa do murro, andei olhando para trás direto, cada passo que eu dava era um olhar direcionado para trás de mim, eu realmente estava com medo e assustada, não queria passar por aquilo de novo. Eu estava decidida a contar para o meu pai, ele é policial federal e tenho quase certeza que ele sabe quem é essa Máfia, não que ele cuide desses assuntos no trabalho, mas policiais sabe quem é bandido ou nem sei se podem ser chamados de bandido. Claro que eu não iria contar a história que o Bernardo me contou e nem iria por o nome dele no meio, do jeito que o meu pai é me levaria para outro país para ninguém me achar e eu poder ficar longe do Bernardo, tá aí uma coisa que eu não quero.
Olhei para o pulso e o relógio já marcava 14:00 horas.

Desci do ônibus que era mais ou menos 100 metros do condomínio dos meus pais, quer dizer, eu nem sei, não tenho noção de comprimento. Andei até o condomínio e vi os cabelos loiros da Lua empurrando a porta da portaria, acelerei meus passos para poder alcançá-la.

— Lua! — Gritei enquando corria até ela.

— Vagabunda, falsa, esqueceu que tem uma amiga? — Gritou de volta, parando de andar.

— Eu estava ocupada demais — Falei chegando próximo dela.

— Como está a faculdade? Você não me liga e não me diz mais nada — Disse e começamos a andar em direção a nossas casas.

OBSESSÃO. (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora