Capítulo 23

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Malu.

Acordei por não conseguir respirar, abri meus olhos com tanta dificuldade, o meu olho esquerdo estava doendo muito creio que pelo murro que levei, eu abri os olhos e ainda sim não consegui enxergar com o esquerdo, eu estava em uma sala escura, estava tudo fechado e eu não consigo respirar, entrei em pânico, o choro estava na minha garganta, soltei um grito abafado de desespero. Escutei uns passos e alguém abriu a porta, um homem velho.

— A bela adormecida acordou — Falou o velho vindo em minha direção, me encolhi na parede.

— O que eu fiz? Quem são vocês? — Perguntei chorando, os soluços saiam da minha boca.

— Logo logo você vai saber — Ele falou e eu olhei para porta, não pensei duas vezes e corri o máximo que consegui, minhas pernas estavam moles e bambas, eu não sabia onde estava.

Olhei ao redor rápido e eu estava em uma mansão. Consegui correr e dei de cara com um homem alto, ele me segurou pelo cabelo o que doeu muito, soltei um grito de dor.

— Não achou que iria muito longe não é? — Escutei a voz do homem que entrou na sala.

Tentei me soltar mas foi em vão, eu estava desesperada, uma porta enorme que tinha naquele corredor abriu e eu vi o Bernardo junto com o Augusto, eu mal podia enxergar só com um olho, as lágrimas desciam.

— Que porra vocês fizeram! — Escutei o seu grito e pude vê-lo correr até mim.

— Bernardo! — Falei e o homem que segurava meu cabelo me jogou para frente, eu cai no chão de joelhos.

Bernardo me pegou no colo e eu o abracei tão forte, eu não iria mais soltá-lo.

— Oh meu Deus, seu olho — Ele falou baixo acariciando meu rosto, eu olhei para ele e seus olhos estavam cheios de lágrimas.

— Me perdoe Malu — Ele falou quase em um sussurro.

Eu não conseguia falar nada, só chorar e em segurar seu pescoço, eu nem sabia o que estava acontecendo. Eu não sabia o porque que ele estava ali, porque os homens não machucaram eles.

— Achou que fosse ser tão fácil? Deixar todos os negócios, morar em outra cidade, não nos avisar nada e está apaixonado  — Falou o velho e pude ouvir algumas risadas. — Cadê o Bernardo que matava suas submissas? O que você virou? — Continuou com uma voz fria.

Eu olhei para o Bernardo e ele abaixou a cabeça, me soltei dos seus braços, eu o olhei sem acreditar no que tinha escutado. Coloquei a mão na boca assustada.

— Então ela não sabe? — Falou sarcástico.

— Malu, espera... — Ele me olhou e veio em minha direção, tentando me tocar, dei dois passos para trás.

Olhei para o Augusto e a cara dele era de quem sabia de tudo, corri até ele e ele me abraçou com força, chorei em seus braços.

— Por favor Augusto, me leva embora daqui, por favor — Implorei em seus braços, pedindo para que ele me tirasse desse lugar nojento.

— Augusto leve a menina — O velho falou.

— Malu — Bernardo segurou no meu braço.

— Não me toca! — Gritei e ele se afastou.

— Leve ela para minha casa — Bernardo falou e o Augusto me colocou no colo, eu chorei como uma criança.

Ele me colocou em seu carro e logo em seguida colocou o cinto em mim, me encolhi no banco do carro e o Augusto entrou.

— Eu preciso que fique calma — Augusto disse fechando a porta do carro.

Olhei ao redor e estávamos na frente de uma mansão branca, enorme, tinha homens vestido de preto por toda parte.

— Seu olho — Ele tentou tocar e eu gemi de dor.

— Me diz o que está acontecendo — Falei.

— O Bernardo vai te contar melhor Malu, eu preciso que escute ele, mesmo não querendo — Falou ligando o carro.

Fiquei em silêncio, um portão enorme se abriu e nós saímos de lá, não tinha nenhuma casa por perto, nada, só mato, parecia que estávamos em um interior. Olhei para trás e de verdade, era muito grande. Augusto dirigiu em silêncio e chegamos na cidade, reconheci onde eu estava, quase perto de casa. Augusto estacionou o carro no condomínio do Bernardo e nós descemos do carro, segui os passos de Augusto, ele abriu a porta da casa e sentou-se no sofá, sentei ao seu lado.

— Deve está com fome, vou preparar algo pra você comer — Falou e eu concordei com a cabeça.

Fechei os olhos por um momento e lembrei de tudo, do murro no meu olho, da dor e dos puxões de cabelo que levei, mas nada doeu mais do que escutar o homem falar que o Bernardo matava as pessoas, mulheres por sexo... Eu não sabia o que estava acontecendo, parecia tudo filme, eu nem sabia o que fazer. Eu estou na casa do homem que nem conheço mais, eu fui pra cama com ele, estávamos namorando e ele não me disse nada, quando iria me contar? As lágrimas voltaram a rolar pelo meus olhos, chorei baixo para o Augusto não escutar... E o Augusto? Será que ele também faz essas coisas?

Nao morram do coração! Vai ter mais post sim hoje!! Beijo meus amores

OBSESSÃO. (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora