Malu.
Desde que o Bernardo recebeu a ligação do Augusto ele estava tenso, sua mão percorria por todo seu cabelo, o que me deixava aflita por não saber o que estava acontecendo.
— Não vai me dizer o que está acontecendo? — Perguntei enquando os seus olhos fitavam a televisão.
— Já disse que não é nada — Falou estressado.
Eu o olhei e ele continuou assistindo televisão, seus olhos iam para tv e para o celular o tempo inteiro.
Já estava tarde, me levantei e fui para o quarto pois preciso dormir por causa das aulas cedo.
Me joguei na cama e apaguei a luz, assim que deitei escutei o Bernardo conversar no celular, parecia que não queria que eu escutasse, ele falava baixo e eu prendia a respiração só para escutar.
Eu já estava cochilando e senti sua mão grossa em meu corpo, ele me puxou para ele e nos cobriu, me aconcheguei em seus braços e peguei no sono.
Acordei com uma claridade batendo em meus olhos, o que me incomodava, me sentei na cama e o Bernardo já estava em pé.
— Levante-se, vou te deixar na faculdade e vou pra casa tomar um banho — Falou e eu me levantei quase me arrastando.
Fui até o banheiro morrendo de sono, tomei um banho demorado e coloquei uma calça e minhas havaianas. O pessoal da faculdade não liga muito pra aparência e eu não iria arrumada. Coloquei uma blusa qualquer e arrumei meu material, joguei tudo na sala, escovei meus dentes rápido e fui até a sala, Bernardo estava quase cochilando sentado.
— Vamos? — Falei e ele abriu os olhos.
— Vamos! — Ele pegou a chave do carro e nós saímos.
Entramos no carro e ele ligou o mesmo, Bernardo saiu apressado, acho que estava atrasado, o carro parecia voar e não andar com as 4 rodas no chão, meu coração iria sair pela boca a qualquer momento. Não demorou e já estávamos na porta da faculdade.
Bernardo me olhou e sorriu.
— Eu te amo — Falou colocando a mão no meu rosto e meu coração acelerou.
— Eu também amo você — Falei sorrindo e encostei nossos lábios.
Nos beijamos, não era um beijo qualquer, era um beijo apaixonado, Bernardo me deixou sem fôlego.
— Eu venho te pegar, não saia daqui e me espere — Ele falou e eu concordei.
Dei um selinho e sai do carro. Andei até meu bloco, olhei no relógio e a aula já iria começar, andei em passos rápidos e consegui chegar a tempo. Sentei ao lado da menina de ontem que me ajudou a encontrar a sala.
— Oi — Ela falou sorrindo e eu a olhei, sorri também. — Eu nem te disse meu nome, sou Margô —
— Oi, sou Malu — Falei e a professora entrou na sala.
— Quem não estiver com roupa apropriada, por favor se trocar no banheiro aqui ao lado e seguir para o auditório. — Falou uma professora seria, ela não era velha, muito nova por sinal.
Margô levantou-se e eu fui atrás dela, ainda com a minha bolsa. Eu tenho sorte que trouxe short e legging. Fomos até o banheiro e colocamos o short, fiquei descalça pois era o único jeito que eu conseguia dançar bem e me sentia avontade.
— O que você mais gosta de dançar? — Margô perguntou terminando de por seu short.
— Danço tudo, não tenho preferência —
— Até rock? Então você arrasa — Ela falou e caímos na gargalhada.
Fomos até o auditório, seguimos algumas pessoas que reparei que é da nossa sala. Era muito grande, a professora estava sentada em uma cadeira e uma mesa enorme.
— Sentem-se no chão — Falou a professora colocando seu óculos.
— Ela não tem cara de ser muito legal —Sussurrei e Margô concordou com a cabeça.
— Quero que me mostrem o que sabe, preciso de um trio ou dupla aqui na frente, preciso que os três ou dois entrem em uma sintonia, se virem, terão 5 minutos para fazer isso — Ela falou e os alunos se desesperaram, pude ouvir cochichos, olhei para Margô sem acreditar.
Todo mundo ficou de pé, eu estava tão nervosa que podia jurar está pálida, minhas maos começaram a suar. Um casal foi à frente primeiro e todos olhavam, uma música começou a tocar e os dois dançaram, parecia tudo ensaiado ou que eles já se conheciam a tempos. Impossível!
Todos dançaram, alguns até bons, outros péssimos, impossível dançar em sintonia com a outra pessoa. Cada um dança de um jeito e ainda estamos no segundo dia de aula.
— As duas, de pé — A professora chata falou e só faltava eu e Margô. Engoli seco na hora e me levantei.
A música começou a tocar e continuamos paradas olhando uma para cara da outra. A professora parou a música e eu concordei com a cabeça como um sinal, ela colocou de novo e a Margô me olhou, nos sorrimos uma para outra e começamos a dançar. Não era igual, mas sim, estávamos em sintonia.
A música acabou e nos olhamos, saímos de fininho e algumas pessoas sorriram e outras com cara feia. Nos sentamos e eu estava tão nervosa, nem sabia se tinha ido bem.
As aulas demoraram a passar e finalmente era a hora de ir embora! Eu estava com dor no corpo, dançamos 3 aulas e duas escutando professor falar. Foi cansativo.
— Eu te encontro amanhã, tchau — Margô falou saindo da faculdade me dando tchau. Retribui e ela saiu andando.
Fui até a porta da faculdade e não vi o carro do Bernardo, decidi esperar encostada no poste.
— Você é a Malu? — Um homem perguntou, não era novo.
— Sou sim — Falei olhando.
— Bernardo pediu para avisar que está na esquina — Falou e saiu andando no meio das pessoas, logo quando eu ia pedir obrigado.
Fui andando até a esquina que era "longe" pois a faculdade é enorme, andei até chegar em uma rua, vi o carro igual o do Bernardo, apressei meus passos pois não aguentava mais andar, minhas pernas doíam.
Senti alguém puxar meu braço com tanta força que chegou a doer, virei para trás olhando e vi dois homens grandes, eu não reconheci nenhum deles, virei para trás olhando para o carro.
— Bernardo, socorro! — Gritei desesperada tentando me soltar.
Não tinha ninguém na rua, ninguém para escutar meus gritos. Um dos homens apertava meu braço com tanta força que eu achei que fosse quebrar.
— Cala boca caralho — Escutei uma voz grossa saindo por trás da máscara preta.
Eles me arrastaram até o carro do Bernardo e não tinha ninguém, eles abriram a porta e me tentavam colocar dentro a força, eu chutei a porta, lágrimas de desespero começaram a cair em meu rosto.
— Para por favor — Falei chorando, saiu em um grito e vi uma mão fechada vim na direção do meu rosto. Senti uma dor imensa e tudo escureceu, apaguei.
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OBSESSÃO. (Finalizada)
Romance• Conteúdo adulto Maria Luíza Reis, uma garota inteligente e muito determinada. Sempre morou com os pais, sendo assim muito mimada e por ser filha única acabou piorando, sempre teve tudo que queria. Nunca fez suas escolhas sozinhas, sempre com os pa...