Capítulo 22

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Malu.

Desde que o Bernardo recebeu a ligação do Augusto ele estava tenso, sua mão percorria por todo seu cabelo, o que me deixava aflita por não saber o que estava acontecendo.

— Não vai me dizer o que está acontecendo? — Perguntei enquando os seus olhos fitavam a televisão.

— Já disse que não é nada — Falou estressado.

Eu o olhei e ele continuou assistindo televisão, seus olhos iam para tv e para o celular o tempo inteiro.

Já estava tarde, me levantei e fui para o quarto pois preciso dormir por causa das aulas cedo.

Me joguei na cama e apaguei a luz, assim que deitei escutei o Bernardo conversar no celular, parecia que não queria que eu escutasse, ele falava baixo e eu prendia a respiração só para escutar.

Eu já estava cochilando e senti sua mão grossa em meu corpo, ele me puxou para ele e nos cobriu, me aconcheguei em seus braços e peguei no sono.

Acordei com uma claridade batendo em meus olhos, o que me incomodava, me sentei na cama e o Bernardo já estava em pé.

— Levante-se, vou te deixar na faculdade e vou pra casa tomar um banho — Falou e eu me levantei quase me arrastando.

Fui até o banheiro morrendo de sono, tomei um banho demorado e coloquei uma calça e minhas havaianas. O pessoal da faculdade não liga muito pra aparência e eu não iria arrumada. Coloquei uma blusa qualquer e arrumei meu material, joguei tudo na sala, escovei meus dentes rápido e fui até a sala, Bernardo estava quase cochilando sentado.

— Vamos? — Falei e ele abriu os olhos.

— Vamos! — Ele pegou a chave do carro e nós saímos.

Entramos no carro e ele ligou o mesmo, Bernardo saiu apressado, acho que estava atrasado, o carro parecia voar e não andar com as 4 rodas no chão, meu coração iria sair pela boca a qualquer momento. Não demorou e já estávamos na porta da faculdade.

Bernardo me olhou e sorriu.

— Eu te amo — Falou colocando a mão no meu rosto e meu coração acelerou.

— Eu também amo você — Falei sorrindo e encostei nossos lábios.

Nos beijamos, não era um beijo qualquer, era um beijo apaixonado, Bernardo me deixou sem fôlego.

— Eu venho te pegar, não saia daqui e me espere — Ele falou e eu concordei.

Dei um selinho e sai do carro. Andei até meu bloco, olhei no relógio e a aula já iria começar, andei em passos rápidos e consegui chegar a tempo. Sentei ao lado da menina de ontem que me ajudou a encontrar a sala.

— Oi — Ela falou sorrindo e eu a olhei, sorri também. — Eu nem te disse meu nome, sou Margô —

— Oi, sou Malu — Falei e a professora entrou na sala.

— Quem não estiver com roupa apropriada, por favor se trocar no banheiro aqui ao lado e seguir para o auditório. — Falou uma professora seria, ela não era velha, muito nova por sinal.

Margô levantou-se e eu fui atrás dela, ainda com a minha bolsa. Eu tenho sorte que trouxe short e legging. Fomos até o banheiro e colocamos o short, fiquei descalça pois era o único jeito que eu conseguia dançar bem e me sentia avontade.

— O que você mais gosta de dançar? —  Margô perguntou terminando de por seu short.

— Danço tudo, não tenho preferência —

— Até rock? Então você arrasa — Ela falou e caímos na gargalhada.

Fomos até o auditório, seguimos algumas pessoas que reparei que é da nossa sala. Era muito grande, a professora estava sentada em uma cadeira e uma mesa enorme.

— Sentem-se no chão — Falou a professora colocando seu óculos.

— Ela não tem cara de ser muito legal —Sussurrei e Margô concordou com a cabeça.

— Quero que me mostrem o que sabe, preciso de um trio ou dupla aqui na frente, preciso que os três ou dois entrem em uma sintonia, se virem, terão 5 minutos para fazer isso — Ela falou e os alunos se desesperaram, pude ouvir cochichos, olhei para Margô sem acreditar.

Todo mundo ficou de pé, eu estava tão nervosa que podia jurar está pálida, minhas maos começaram a suar. Um casal foi à frente primeiro e todos olhavam, uma música começou a tocar e os dois dançaram, parecia tudo ensaiado ou que eles já se conheciam a tempos. Impossível!

Todos dançaram, alguns até bons, outros péssimos, impossível dançar em sintonia com a outra pessoa

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Todos dançaram, alguns até bons, outros péssimos, impossível dançar em sintonia com a outra pessoa. Cada um dança de um jeito e ainda estamos no segundo dia de aula.

— As duas, de pé — A professora chata falou e só faltava eu e Margô. Engoli seco na hora e me levantei.

A música começou a tocar e continuamos paradas olhando uma para cara da outra. A professora parou a música e eu concordei com a cabeça como um sinal, ela colocou de novo e a Margô me olhou, nos sorrimos uma para outra e começamos a dançar. Não era igual, mas sim, estávamos em sintonia.

A música acabou e nos olhamos, saímos de fininho e algumas pessoas sorriram e outras com cara feia. Nos sentamos e eu estava tão nervosa, nem sabia se tinha ido bem.

As aulas demoraram a passar e finalmente era a hora de ir embora! Eu estava com dor no corpo, dançamos 3 aulas e duas escutando professor falar. Foi cansativo.

— Eu te encontro amanhã, tchau — Margô falou saindo da faculdade me dando tchau. Retribui e ela saiu andando.

Fui até a porta da faculdade e não vi o carro do Bernardo, decidi esperar encostada no poste.

— Você é a Malu? — Um homem perguntou, não era novo.

— Sou sim — Falei olhando.

— Bernardo pediu para avisar que está na esquina — Falou e saiu andando no meio das pessoas, logo quando eu ia pedir obrigado.

Fui andando até a esquina que era "longe" pois a faculdade é enorme, andei até chegar em uma rua, vi o carro igual o do Bernardo, apressei meus passos pois não aguentava mais andar, minhas pernas doíam.

Senti alguém puxar meu braço com tanta força que chegou a doer, virei para trás olhando e vi dois homens grandes, eu não reconheci nenhum deles, virei para trás olhando para o carro.

— Bernardo, socorro! — Gritei desesperada tentando me soltar.

Não tinha ninguém na rua, ninguém para escutar meus gritos. Um dos homens apertava meu braço com tanta força que eu achei que fosse quebrar.

— Cala boca caralho — Escutei uma voz grossa saindo por trás da máscara preta.

Eles me arrastaram até o carro do Bernardo e não tinha ninguém, eles abriram a porta e me tentavam colocar dentro a força, eu chutei a porta, lágrimas de desespero começaram a cair em meu rosto.

— Para por favor — Falei chorando, saiu em um grito e vi uma mão fechada vim na direção do meu rosto. Senti uma dor imensa e tudo escureceu, apaguei.

OBSESSÃO. (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora