Capítulo 24

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Bernardo.

Eu estava na casa da Malu quando recebi a ligação do Augusto avisando que a Casa Nostra tinha me encontrado. Nós éramos uma Máfia na Itália, tínhamos um pouco de tudo, jogos, tráfico de droga, armas e prostituição tínhamos tudo que queríamos. Eu encontrei a Casa Nostra quando terminei a faculdade e fui passar 1 ano lá, acabei encontrando essa Máfia e Augusto estava comigo, mas eu continuei e ele saiu, disse que aquilo não era pra ele. Eu fui influenciado, eu era um dos melhores e mais frios com as mulheres, eu conseguia as mulheres mais ricas, transava e as tinham como minha submissas, as que me desobedeciam eu matava por ordem. Don é o líder de tudo, ele que manda em todos e mandava até em mim, na máfia ninguém podia ter família, se apaixonar o que tínhamos que fazer era conseguir dinheiro e eu estava viciado nisso que chamam de "trabalho". Até que eu voltei com o Augusto e decidi trabalhar na empresa, não foi fácil já que eu tinha todo o meu dinheiro transando com mulheres ou roubando. Eu tive que aprender tudo de novo, Augusto me ajudou em tudo. Larguei todos eles na Itália e não avisei a ninguém, comprei a passagem e vim para o Brasil. Mas Don é esperto, ele iria me achar de qualquer jeito, sem mim ele não tinha tanto dinheiro assim, eu era o mais esperto de todos. Ele conseguiu me achar agora, me quer de volta para máfia eu recebi ligações dele, mas não atendi e o melhor jeito de conversar comigo que achou foi machucando quem eu mais amo. Malu. Ela não iria me perdoa e eu não queria me perdoa, machucaram ela por minha culpa. Eu estou destruído por dentro e por fora.

— Eu quero que volte — Don falou sentando em sua cadeira.

— Você só pode tá louco porra, depois de anos, eu segui minha vida, vocês machucaram a Malu, quem foi? Eu vou matá-lo  — Falei estressado.

— Você não pode está apaixonado, sabe que não pode —

— Foda-se essas regras, eu não as sigo mais e você sabe disso — Falei batendo na mesa.

— Você sempre rebelde, ninguém consegue te domar Bernardo, mas já achei um jeito de te machucar, vi o jeito que olhou para a garota — Disse sorrindo deboxando.

— Não toque nela de novo ou eu juro que eu te mato — Falei me levantando.

— O Brasil tem varias ofertas boas Bernardo, preciso de você, só temos homens incompetentes... Não seja idiota de se apaixonar por uma garota! — Falou entre os dentes levantando também.

— Não me terá de volta nessa merda, voltem para Itália e deixem a Malu em paz — Falei e sai da sala.

Todos os homens que eu já tinha trabalhado ainda estavam ali, eu fiz amigos, exceto um. Olhei bem para o homem que segurava a Malu pelo cabelo, ele estava parado ao lado de uma porta, andei até ele, meu sangue ferveu e fechei meu punho acertando-lhe no rosto, ele cambaleou para os lados e desequilibrou batendo na perede o empurrei para o chão, chutei seu rosto que sangrava, vi ele tentar pegar sua arma me abaixei rápido e tomei da sua mão. Destravei a arma e apontei para ele.

— Che bello! (Que ótimo) — Escutei a voz do Don. — Vamos Bernardo, mate-o —

Olhei para ele e joguei a arma em cima do homem sangrando no chão. Sai andando pela porta que entrei, fui até meu carro e algumas pessoas me olhavam, pude reconhecer quase todos, tinham garotos bem mais novos, acho que não sabe onde se meteram. Entrei no carro e dirigi até minha casa, pensei na Malu, ela não vai querer olhar pra minha cara e eu não iria me perdoar por isso nunca.

Cheguei em casa rápido e avistei o carro do Augusto na porta, encostei meu carro atrás do dele e desci correndo, abri a porta de casa rápido e dei de cara com a Malu deitada no colo do Augusto, ele colocava gelo em seu olho.

Ela estava encolhida nele, ela me olhou e seu olhar era de medo.

Augusto se levantou dando a bolsa de gelo para ela.

— Depois conversamos — Disse Augusto deixando um beijo na testa da Malu.

— Tchau cara — Falou e eu apertei sua mão, escutei a porta se fechar.

Me sentei ao seu lado e ela nem se quer olhava pra mim, estava de cabeça baixa segurando a bolsa de gelo no olho esquerdo.

— Malu, me perdoa — Falei baixo.

— Não Bernardo! Olha, não dá pra mim, não dá mais, olha o que aconteceu comigo, você matou mulheres — Gritou chorando.

— Eu sei, eu preciso de você, eu trabalhava pra eles, mas foi a muitos anos atrás — Falei olhando pra ela que ainda estava de cabeça baixa.

— Por isso você é assim, você iria me matar também? — Falou me olhando pela primeira vez, seu olho estava inchado e roxo.

— Eu nunca faria isso com você, me entenda eu fui controlado, eles mandavam em mim e eu sai disso, eu larguei tudo e eu estou aqui agora, eu mudei — Falei com a mão na cabeça.

— Eles vão vim atrás de mim? Eu vou morrer não é? — Falou chorando mais uma vez.

Segurei em suas mãos e puxei ela para o meu colo, me deitei no sofá e ela caiu em cima de mim, Malu chorava alto e os soluços não paravam.

— Você não vai morrer, eu vou cuidar de você — Falei e ela me olhou. — Eu preciso que você não conte a ninguém, nem pra Lua, entendeu? —

— Eu-eeu preciso pensar — Malu levantando, ela tentava limpar as lágrimas mas não adiantava pois caiam mais.

— Oh, por Deus! Eu quero que seja minha, não basta eu te amar? — Falei nervoso me levantando.

— Olha só o que aconteceu Bernardo, você me enganou esse tempo todo, você matou pessoas, em troca de que? — Gritou e bateu no meu peito com as duas mãos me empurrando.

— Dinheiro, Malu eu não te enganei, eu esqueci tudo aquilo, eu queria uma vida nova — Falei segurando seus braços e a puxei para mim.

— Eu só queria um relacionamento normal — Falou soltando os seus braços dos meus.

Ela se virou rapidamente e saiu andando até a porta, girou a maçaneta fazendo a porta se abrir.

— Eu preciso que fique — Falei e ela parou por alguns minutos.

Não olhou para trás e saiu fechando a porta devagar.

OBSESSÃO. (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora