— Conseguiu o emprego? — Mia perguntou sentando-se na mesa. Devido a quantidade de álcool que eu ingeri na noite anterior, o tom de voz dela por mais que parecesse normal, fez eco no meu cérebro.
— Fala baixo Mia. — resmunguei e apoiei meus cotovelos na mesa, e minha testa sobre as minhas mãos.
— Você está ficando igual... — antes que ela pudesse terminar de falar, olhei-a com raiva e ela nem ousou a terminar de dizer o que iria falar — Bom, espero que tenho conseguido. Eu não estou dando conta de bancar todo mundo.
— O que? Seus clientes estão ficando insatisfeitos? — ironizei, e levantei a cabeça, ela me mostrou o dedo do meio, e cortou o pão com raiva.
Mia era prostituta, todo mundo aqui em casa sabia disso. Desde que eu perdi o emprego na fábrica, ela que tem sustentado nossa família, meu pai era um bêbado que só sabia jogar, Laura sua mulher começou a trabalhar no mercado à pouco tempo, mas o que ela ganhava não dava para sustentar nem ela.
— Eu consegui. — eu não estava feliz, em conseguir um emprego, com um dos maiores cafetões de Nova Iorque.
— Você poderia depois, me ajudar a trabalhar com ele, já que vou ser uma puta. Que seja uma de luxo, com caras ricos, não aqueles bêbados nojentos que vão lá. — Mia disse com desgosto — Pierre é tipo o cara, nesse ramo.
Era óbvio que ela não gostava do trabalho dela, no começo eu fiquei seis meses sem falar com ela, expulsei ela de casa e tudo mais. Ela poderia ter arrumado um emprego em alguma lanchonete, no mercado, ou na fábrica, mas ela iria ganhar por mês, o que hoje em dia ela ganha em um final de semana. Eu ainda não aprovo, sou muito protetor com minhas irmãs, mas quando eu precisei mesmo eu ter xingado ela de todos os nomes possíveis, ela foi a única que me ajudou.
— Você sabe que eu nunca te ajudaria nisso. Apesar de eu fingir que aceito. — coloquei um pouco de café na xícara, e dei um gole no mesmo sem açúcar, fiz careta, por causa do gosto amargo.
— Bom dia! — Andy apareceu na sala, e dando um beijo na minha bochecha.
— Bom dia mana. — Mia cumprimentou-a.
— Você está atrasada. — olhei no relógio que estava em meu pulso para ter certeza.
Any era o exemplo da família, era a única que tinha futuro descente pela frente, e um dos meus maiores motivos de eu ter aceitado aquela merda de emprego. Eu queria que ela realizasse os sonhos dela, ela merecia.
— Hoje entro mais tarde, é apresentação daquele trabalho que eu disse à você. — ela começou separar coisas para tomar seu café, e ouvimos algumas batiadas na porta — Deve ser o Peter. — ela foi se levantando, enquanto mastigava um pedaço de pão.
— Deixa que eu atendo.
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Felicidade Clandestina
Romance- Apenas reposto a história; - Total direito para https://m.ask.fm/laariwebs - Interação é sempre bom - Deêm estrelinha nos capítulos - Espero que curtam - Estou aberta a conversas