Felicidade Clandestina

59:

  Shopping, festa, restaurante, esse foi o resumo dos meus últimos dias. Tive que acompanhar Betina em todas essas coisas. Hoje estávamos no shopping, eu não estava aguentando mais, andar e andar, senti meu celular tocar e paraceu nome da Mia.
— Tobias! — disse antes mesmo de eu falar qualquer coisa.
— Oi. O que a Lola aprontou agora?
— Dessa vez foi sério. A gente encontrou a Lola no banheiro, e alguns fracos de remédios vazios.
— Mia! Pelo amor de Deus, ela está bem? Mas que caralho que essa garota foi fazer.
— Uns garotos na escola dela espalharam coisas dela, fotos e fofocas. Ela está perturbada com tudo o que aconteceu, não tem sido semanas fáceis para ela.
Respirei fundo, e passei a mão no meu cabelo bagunçando o mesmo.
— Como ela está Mia?
— Eu sinceramente, não sei. Levaram ela lá para dentro, e não deram notícias até agora.
— Me diz qual hospital que eu estou indo para ai.
Mia me disse nome do hospital, e em seguida desliguei o telefone. Eu estava um pouco atordoado, ela vai ficar bem. Ela tem que ficar bem. Senti algo ruim no peito, não exatamente explicar o que é. Mas é pouco mais que preocupação, e isso sinceramente, estava me assustando um pouco.
Fui até a Betina a situação, e ela sismou que ia para o hospital comigo.
— Você gosta dela. — disse depois de unsdez minutos de silêncio.
— Eu não gosto dela, no sentindo que você está falando.
— Não foi uma pergunta Tobias. Foi uma afirmação, só você que não vê isso, e quando for ver vai ser tarde demais. — ela soltou um suspiro — Você se fecha, e acha que não sente nada por ninguém, mas você sente muito mais coisas que imagina.
— Desde quando me conhece tanto?
— Desde quando eu... — respirou fundo — Nada. O hospital está longe?
— Não, estamos chegando.
Ela assentiu e se manteve em silêncio. Eu queria muito perguntar o que ela iria falar, mas eu iria fazer isso, ficar implorando algo para uma mulher, se ela quisesse me dizer, um dia ela diria.