25:

7 0 0
                                    


  Aproveitei minha folga, bebi, saí com algumas garotas, matei um pouco de saudade da vida de vabagundo. Estava voltando para casa, quando avistei um táxi parado enfrente minha casa, assim que fui me aproximando, a porta se abriu e eu me assustei ao ver quem saiu de dentro do carro.
Olhei totalmente surpreso, e sem entender.
— Não me pergunte o que eu vim fazer aqui, porque eu não sei.
Deu de ombros, levei minhas mãos no meus bolsos. Tentei achar alguma explicação para Betina está parada na porta da minha casar, às duas horas da manhã.
— Para de ficar me olhando com essa cara, que parece que está vendo um fantasma, vamos em algum lugar, pode ser naquele terraço.
— Eu não vou comer você. — falei.
Arquiei uma de minhas sobrancelha e ela rolou os olhos.
— Vamos ou não? — perguntou impaciente e eu dei de ombros.
O taxista ainda estava parado, esperando. Ela ia entrar mo táxi novamente.
— Não vou de táxi para lugar nenhum.
Atravessei a rua, tirando as chaves do carro de dentro do bolso, destravei o carro e entrei no mesmo. Demorou apenas alguns segundos, e ela entrou. Liguei o carro e pisei no acelerador, colocando o carro em movimento, o local não era longe, logo chegamos ao prédio, estacionei o carro, e descemos. Havia alguns mendigos dormindo na parte debaixo do prédio, passamos devagar, e Betina se atracou ao meu braço, subimos as escadas.
— Pode me soltar agora. — disse.
Eu sei que ela usou "medo" que ela estava sentindo, como desculpa para ficar agarrada em mim, então assim que chegamos no terraço me afastei.
— Grosso.
— Tudo que precisa saber de mim, você já sabe. Ótimo. — dei uma piscada, suou mais como um deboche.
Encostei as costas na mureta, e fiquei olhando para o nada, coloquei as mãos dentro dos bolsos da minha jaqueta.
— O que você mais sente falta de quando era criança? — perguntou, assim do nada.
— Minha mãe. — respondi sem exitar.
— Eu sinto falta da liberdade, de apenas me preocupar que roupa colocaria na boneca.
— Como se tivesse mudado né?! Continua não se preocupando com nada. — dei risada e ela me olhou séria, não dexei de ri por isso.
— É engraçado quando você sorrir. Você fica fofo, seus olhos fecham.
— Se está tentando me seduzir, me chamar de fofo é um péssimo caminho.
— Foda-se, não estou tentando te seduzir, só quis... Ah esquece.
Ela suspirou, e ficou olhando para baixo, a vista não era das melhores, era um bairro nada bonito, mas de noite ficava legal, as luzes dos postes, dava uma visão legal.
— Já teve sua crise de existência? Podemos ir embora agora? — perguntei.
Ela me olhou e bufou.
— Por que você é assim? — perguntou irritada.
— Deus quis, — dei de ombros — se tiver algum problema com isso, reclame com ele, em oração sei lá.
— Vamos embora.
Disse e saiu andando, desencostei da mureta, e desci as escadas. Ela parou ao lado do carro, destravei o mesmo e ela entrou. Nosso caminho foi em silêncio, resolvi leva-la em casa, deixei-a na esquina, ela que se vire para explicar onde ela estava.  

Felicidade ClandestinaOnde histórias criam vida. Descubra agora