Felicidade Clandestina

54:

  Chegamos em casa, Andy ainda estava acordada e um pouco desesperada.
— Onde você estava? — ela correu até a Lola e abraçou a mesma — Você me assustou, me deixou preocupada.
— Desculpa, eu estou bem. — as duas se abraçaram por mais uns instantes — Mas tem alguém que está com febre, e precisando de cuidados.
As duas se soltaram e Andy me olhou preocupada.
— Estou bem, é só uma gripe.
— Vou cuidar dele. — Lola disse e me olhou.
Andy olhou para nós dois.
— Juízo, os dois. Estou de olho.
Sorri, Andy me deu um beijo na bochecha, e depois deu um na Lola e foi para seu quarto.
— Vou para cama. — avisei.
— Também vou, — se aproximou — com você.
— Lola...
— Eu sei. Vai lá que eu já estou indo.
Fui até meu quarto, tirei minhas botas, minha jaqueta. Substituí minha calça jeans, por uma calça de moletom, e me joguei na cama. Lola apareceu alguns minutos depois, com um pote de xarope na mão, e uma colher na outra.
— Não vou tomar isso. É muito ruim. — fiz careta e tapei meu rosto.
— Um homem desse tamanho, fazendo birra para tomar remédio. — ela puxou a coberta — Toma logo Tobias.
— Essa troço tem gosto de mijo.
— Já bebeu mijo? — perguntou rindo.
— Não. Mas deve ser um gosto parecido.
Ela revirou os olho, e eu sentei na cama, ela fez sinal para abrir a boca, e assim fiz, enfiou a colher cheia daquele líquido preto e com gosto ruim na minha boca. Fiz uma careta mais engoli.
Ela riu e colocou o pote de xarope encima da cômoda, ficou olhando para mim, eu sei o que ela queria.
— Deita aqui comigo.
No outro dia eu ia arrepender. Ela ia se arrepender. Mas estava carente, doente, e com saudade dela, ninguém pode me culpar.
Levantei a coberta e ela entrou debaixo da mesma, após apagar a luz. Ela deitou virada para mim, e eu passei meu braço pela sua cintura.
— Você está bem? — perguntei.
Ela assentiu e me deu um selinho demorado. Abri meus olhos em seguida, e ela estava me encarando, ficamos assim por uns instantes até eu pegar no sono.