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  Droga! Ontem foi aniversário da Lola, e eu esqueci completamente. Hoje não era minha folga, mas iria arrumar um jeito de ir vê-la, e assim fiz na hora do almoço, dei uma fugida.
Eu havia ligado para Andy, querendo saber se a Lola estava em casa, e ela disse que ela havia ido a praia. Estacionei o carro, e caminhei um pouco até encontra-la, ela estava sentada no píer, escrevendo algo.
Andei devagar pelas madeiras, e assim que ela ouviu meus passos encarou-me, e deu um sorriso tímido de imediato.
— Como me achou aqui? — perguntou, e voltou sua atenção para seu caderno.
— Sou foda, — falei rindo e sentei-me ao seu lado — mentira, Andy disse.
Ela revirou os olhos e riu.
— Fofoqueira.
— Lola, desculpa ontem eu...
Mas ela me interrompeu.
— Tudo bem. Você é um cara ocupado, relaxa Tobias.
Ela aparentemente nao estava brava, e nem desapontada, ela deu riso de menina para mim, e eu retribui.
— Comprei uma coisa para você, — enfiei a mão no bolso e tirei uma corrente — não é muita coisa, eu ainda não recebi.
— Não importa, — coloquei a corrente em sua mão — ela é linda, muito obrigado.
Tinha um pingente em formato de coração e dentro estava escrito "Eu sempre estarei aqui" em letras minusculas mas dava para ela ler.
— Para você lembrar que você nunca vai estar sozinha. Que existe pessoas que gostam e se importam com você. — disse e ela me olhou sorrindo.
— Obrigado. Muito obrigado.
Ela ficou encarando a corrente, eu peguei de sua mão, e coloquei no pescoço.
— Então, o que você estava fazendo? — olhei para o caderno que estava em sua mão.
— Escrevendo coisas, — ela deu de ombros — fui em uma psicóloga, ela disse que eu deveria achar uma maneira, expor o que eu sinto e fazer eu me sentir melhor. Eu não sou muito de conversar, então descobri que escrever é melhor que eu pensava.
— Nossa! Que legal. Posso ler?
— Não. — disse séria e abraçou seu caderno — É uma espécie de diário, você não pode ler um diário de uma garota.
— Fiquei curioso agora.
— Nem pense. Eu mataria você, se você lisse esse caderno. — ela fingiu uma cara de brava, o que me fez ri.
— Tudo bem, — fiz sinal de rendição com as mãos — a propósito, feliz aniversario.
— Hum. Obrigado.
Ela virou seu rosto para frente, encarando a paisagem linda que estava no céu. Mas por alguns segundos, eu fiquei encarando seu rosto, seus olhos, seus lábios. Ela era bonita pra caralho, nossa. Eu estava com vontade de beija-la, mas eu não vou fazer isso, chega de dá esperança à ela de algo que não tem futuro nenhum. Quando ela percebeu que eu estava encarando-a, eu desviei o olhar e fiquei olhando para frente.  

Felicidade ClandestinaOnde histórias criam vida. Descubra agora