Capítulo 3/Sophia

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Graças aos céus a hora passou voando e finalmente chegou minha hora do almoço.
Eu me dirigia à praça de alimentação com pressa, não queria perder o horário do meu almoço em fila.

- Ai! - Quase caio no chão ao colidir em uma garota loira linda.

- Desculpa-a.

- Desculpa! - Falamos ao mesmo tempo.

Me viro prestes a seguir meu caminho de volta, até que escuto a voz baixinha da garota. - Moça... -
Sem entender direito percebo que ela falava comigo.

- Moça, eu não estou me sentindo bem... Você pode me ajudar?

Ela estava visivelmente pálida.
Pego em suas mãos que estavam frias. Ao olha-la, sinto que ela parecia bem assustada, aquilo me preocupa.
Saio andando com ela atrás de mim. Vou em direção à uns bancos próximos as lojas.
Ajudo ela à se sentar, vejo a cor de seu rosto voltar aos poucos.

- Você está se sentindo melhor?

- Um pouco.

- Perai, não saí daqui!

Volto correndo para área de alimentação, não sei como nenhum segurança me para, mas agradeço por isso.
Furo uma fila, muitas pessoas me olham feio e xingam baixinho. Explico que uma amiga estava passando mau, que era urgente e então eles se calam. Compro um suco de laranja e um sanduíche natural.

Ao voltar fico feliz por ela ainda estar ali sentada, toda encolhidinha.
Me sento ao lado dela.

- Toma um pouco desse suco.

- Não quero. Eu não...

- Por favor, vai te fazer se sentir melhor. Prometo.

Ela toma o suco em silêncio.
A obrigo comer o sanduíche também, ela o faz quietinha.
Ao olhar o horário no meu celular vejo que se passaram 15 minutos do meu horário de almoço.

- Tá melhor?

Ela balança a cabeça desconcertada. - Acho que fazia muito tempo que eu não via tantas pessoas.

- Você acha que isso pode ter sido uma crise ou algo do tipo?

- Me desculpa, mas eu prefiro não falar mais sobre isso.

- Tudo bem... Posso fazer mais alguma coisa por você?

- Não, moça, não quero te incomodar.
Quando eu encontrar minha amiga eu te pago pelas coisas que me comprou.

- Ei, não precisa.

- Tem certeza?

- Absoluta.

- Nossa, se você não tivesse me ajudado... Não quero nem pensar...

- Foi sorte eu ter esbarrado em você.

- É, você apareceu como um anjo. - Ela sorri pela primeira vez. Um sorriso tímido.

- Então você se perdeu da sua amiga...

- Sim, pra piorar tudo ela está com meu dinheiro.

- Tenta ligar pra ela.

- Não, nem dá. Eu não ando muito com meu celular e também não sei o número dela de cabeça.

A olho espantada . Que pessoa em pleno século 21 não anda com o celular em todos os momentos? Eu mando mensagens do meu até quando estou tomando banho! Aquela garota era bela, mas tinha um ar estranho.
A voz dela era suave e controlada, mas com um certo medo e receio misturados.
Aquilo me deixou com vontade de conhece-la.

- Eu posso saber seu nome?

- É Hellen, e o seu?

- O meu é Sophia.

- Nome bonito.

Dou um sorriso bobo e a olho disfarçadamente.
Ela era muito linda! Nos olhos dela eu pude notar sua tristeza, o que será que havia acontecido para deixa-la daquele jeito? Provavelmente alguma briga com o namorado, linda daquele jeito, duvido que seja solteira.

- Hellen , eu ainda tenho um tempinho livre. Você mora muito longe daqui?

- Uns 15 minutos andando.

- Quer que eu te leve para casa? Não sei se quero te deixar sozinha desse jeito.

- Não precisa, Sophia. Eu estou ótima e eu posso ir andando.

Me levanto e ela se levanta também.

- Eu faço questão. Vem, vamos. Minha moto tá no estacionamento. Prometo que vai ser rapidinho.

Pego em sua mão agora quente, ela parece estremecer com meu toque mas depois relaxa.
Lhe indico o caminho e saímos dali.

Minha vida depois de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora