Capítulo 12/ Hellen

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— Você está bem, Soph?

— Ah. Tô. Sim. Ah. Por que? — Ela diz cada palavra separada como se estivesse sem ar o que me faz achar certa graça.

— Sei lá, você tá toda tensa. Relaxa o corpo um pouco.
Tenho dedos mágicos, depois da minha massagem você vai se sentir melhor.

Pouco a pouco ela relaxa seu corpo.
Falo para ela deitar na cama e tirar a camiseta que ela usava. Ela o faz.
Noto que ela fica vermelha ao se deitar de barriga para baixo na cama.
Movo minhas mãos por suas costas. Ela tinha algumas tatuagens ali atrás e seu corpo era muito belo. Eu estava bem concentrada até a Paula entrar no quarto.

— Hellen...

— Já ouviu falar que antes de entrar em algum lugar você precisa bater na porta?

— Eita. Desculpa! Eu não sabia que você estava acompanhada.

— Não estou acompanhada.
Quer dizer... Ai caramba!  Não dá forma que você está pensando. A Sophia é só uma amiga. — Agradeço pelo silêncio da Sophia qua mantinha o rosto contra o colchão.

— Só vim avisar que a Bia e eu já estamos saindo para trabalhar. Beijos,  se cuida.

— Beijo. — Reviro os olhos. Certeza que logo mais ela estaria me enchendo de perguntas.

*

Depois de um tempo Sophia pede para mim parar e se levanta cobrindo com as mãos seus seios.
Naquele momento eu que fico sem graça, afinal já fazia um tempo desde a última vez que vi uma garota daquela forma.
A deixo só no quarto e sigo para a sala de estar tentando manter minha respiração calma.

Não sei se demorei para me acalmar ou se ela que se vestiu rápido demais.

— Hellen, vou indo nessa, tá?! Ainda tenho que ir trabalhar e passar em casa antes.

— Tá bem.
Minha massagem funcionou?

— Como passe de mágica. As dores estão mais suportáveis agora.

— Isso é pra você aprender a não dormir no chão.

— Verdade, foi uma péssima idéia mesmo.

Risos.

— Antes de ir embora, quer tomar café da manhã?

— Não, valeu, vou deixar pra próxima. Eu realmente preciso ir.

— Tá bem então.

Nos despedimos com um abraço apertado, a acompanho até o elevador.

— Até mais, Sophia.

— Até mais, Hellen.

*

Sem a presença de ninguém comigo em casa o dia passou devagar, quase se arrastando. Realmente a Paula estava certa quando disse que eu não poderia mais viver desse jeito.
Eu já havia voltado à ter alguns conhecidos novos e voltei à sair, e a me arrumar também. 
Agora faltava arrumar um serviço, talvez começar à fazer uma faculdade, voltar a falar com minha mãe e pai.
Namoro estava como último item da minha lista de prioridades e eu não queria no momento, mas até que seria bom ter alguém dessa forma.

Como não tinha nada para fazer,  decido ir fazer uma visita à Sophia no trabalho dela. Ela estava sendo um boa amiga para mim. Eu queria agradecer à ela por isso.
Eu queria que fosse surpresa, então eu avisaria por mensagem quando eu já estivesse no shopping. Perguntaria qual loja e qual piso ela trabalhava e nos encontrariamos.
Perfeito!

Eu adorava ficar perto dela. Eu me sentia menos sozinha, menos solitária.
A presença dela fazia com que os caquinhos dentro de mim se juntassem. A presença dela fazia eu me sentir viva novamente.

*

Tomo um banho, ao sair coloco uma saia e uma blusinha. Nos pés uma sapatilha simples. Mantenho os cabelos soltos e faço uma maquiagem básica.
Guardo minha carteira, celular e chave do apartamento em uma bolsinha pequena.
Resolvo ir andando mesmo, afinal de contas o shopping era bem perto de casa.

Chego rapidinho, e assim que coloco meus pés na escada rolante, alguém me chama.
Reconheço a voz feminina e me viro.

Minha vida depois de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora