O Cara

Capítulo Trinta e Seis

Eu não quero perder Nada

Sarah acordou completamente assustada. Seu coração batia descompassadamente. Sua respiração estava ofegante. Ela parecia completamente desesperada, mas por fim.... os olhos dela encontraram os meus.

No mesmo instante ela me abraçou forte com lágrimas nos olhos.

-Brandon... você... o avião, ele... ele estava caindo... eu...

-Calma,-Disse, segurando o rosto dela e secando suas lagrimas.-, foi só um sonho, não foi real, eu estou aqui, está vendo? Eu estou bem.

Ela me abraçou forte novamente.

-Brandon, foi tão real, eu pensei...

-Ei, ja passou - disse abraçando-a e passando a mão nos cabelos dela- já passou.

Ela respirou fundo. Lentamente seus batimentos começaram a voltar ao normal.

-Depois que li sua mensagem ontem eu fiquei desesperada. Você não me respondeu mais e então presumi que você estava no avião. Eu não consegui dormir, fiquei andando pelo quarto aflita por não saber como você estava. Minha mãe ouviu o barulho dos meus passos e veio me perguntar se eu estava bem então eu abracei ela e comecei a chorar, e contei o que tinha acontecido. Ela me acalmou e me deu agua com açucar pra beber, mas acho que ela colocou algo na bebida por que assim que deitei na cama novamente eu dormi, e então comecei a sonhar com você naquele avião...

Ela me apertou forte de novo. -Meu Deus Brandon que pesadelo horrível.

-Bom, o importante é que nada disso foi real.-disse, secando uma lágrima que escorria de seu rosto- Não foi dessa vez que voce conseguiu se livrar de mim.- disse sorrindo-

Ela por fim conseguiu sorrir. Deitei novamente na cama e ela deitou sua cabeça em meu peito como se quisesse escutar cada batida do meu coração. Talvez ela ja soubesse que todas aquelas batidas eram para ela.

-Brandon, como você veio parar aqui?

Eu demorei alguns segundos para responder.

-Bom, para falar a verdade nem eu sei muito bem como vim parar aqui. Assim que saí do aeroporto peguei o primeiro taxi que passou e vim direto pra cá. Ele me deixou na esquina e ali permaneci, parado no meio da chuva olhando para a janela do seu quarto. Foi quando vi seu pai saindo para ir trabalhar. Sua mãe o acompanhou até o carro com o guarda chuva em seguida deu um beijo nele. Foi então que ela me viu. Ela disfarçou e esperou seu pai entrar no carro. Depois acenou para que eu entrasse. Assim que entrei ela me contou que você estava aflita por conta da minha viagem de avião e que teve que dar um calmante pra voce conseguir dormir. Depois ela me deu uma toalha para que eu me secasse e trouxe essas roupas que seu pai não usava mais para eu vestir. Depois disso ela pediu para que eu viesse até aqui e ficar com você até você acordar.

Ela sorriu. Seus olhos estavam pesados. Aquele pesadelo certamente havia consumido suas forças. Felizmente agora ela parecia tranquilizada e respirava suavemente.

-Não quero cair no sono.-disse ela.

-Nem eu,-disse- por que eu sentiria sua falta baby, e eu não quero perder nada.

Ela me encarou.

-Você andou fuçando no meu quarto não foi?

Olhei para ela.

-Não, por que?

-Como sabe que eu amo aerosmith? E por que usou o trecho da minha música favorita? Que eu me lembre nunca te contei isso.