Capítulo 34

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Acordo sentindo a cabeça latejar e um forte desconforto nas mãos.

Abro os olhos devagar e percebo que estou amarrada em um quarto escuro. Mãos e pés estavam bem presos por uma corda que eu sabia não ser tão fácil de soltar.

Sinto o desespero me tomar e percebo que agora não era só a minha vida que estava em risco. Era a vida do meu bebê também. Éramos dois.

Me questiono quem eram os caras que me sequestraram,  já que eu não tinha conseguido ver o rosto deles. E logo me lembro dos gritos de Mateus e do quão angustiado ele parecia estar. Era pra ser o momento onde eu lhe contaria da minha gravidez... Era pra estarmos preocupados com outras coisas naquele momento.

Será que a vida queria me mostrar que era meu destino não ser feliz nunca?

Escuto o barulho de alguém entrando no quarto e meu coração novamente acelera.

-Então a vadiazinha acordou. ~Diz um homem vindo e se abaixando no chão perto de mim.

Vejo que ele tem ódio no olhar, mas ao seu lado um outro homem me olhava com uma certa pena e se eu não estivesse enganada, com medo também.

-Sabe as ordens que meu chefinho me deu ? Foder você até você desmaiar. ~Ele diz segurando meu queixo com força e sorrindo de forma nojenta enquanto analisa meu corpo.

Deus, não permita que isso aconteça!

Sinto as lágrimas escorrendo de meus olhos e começo a entrar em pânico. Eles não estavam pra brincadeira e isso era visível.

-Olha cara, acho que essa é minha vez de fazer isso. Deixa a garota comigo que eu faço o serviço e depois  a gente mata ela como combinado. ~O outro rapaz fala sorrindo ao se aproximar de mim mais consigo ver suas mão trêmulas antes que ele as enfie no bolso da calça.

-Ok, eu faria isso com todo prazer, mas acho que você deve se aproveitar um pouco também já que nunca se diverte.
Vou deixar ela algumas horas com você e depois volto para ver o serviço completo. Quero essa vadia desmaiada de dor. ~O homem que me dava arrepios fala e sai do quarto sorrindo e batendo a porta.

Meu coração acelera e eu volto a chorar.
Tento me soltar mas é em vão. Minhas mãos estavam presas bem firmes próximas da minha barriga, e eu já não conseguia sentir as pernas que pareciam terem sido amarradas com mais força que o necessário para me imobilizar.

O outro homem se aproxima de mim.

Meu corpo paraliza.

Eu estava aterrorizada.

Quando ele leva a mão para tocar o meu rosto eu me encolho e sinto mais lágrimas descendo de meu rosto.

-Calma moça! Eu não vou fazer isso. ~Ele diz e eu arregalo os olhos tentando entender.

Ele senta do meu lado e solta as minhas mãos ainda deixando minhas pernas presas.

Eu arregalo os olhos mais ainda me questionando se ele estava brincando comigo.

-Me escuta bem garota, não tenta fugir que será pior. Tem cinco homens aí fora e todos estão armados até os dentes. Acredite, não estamos de brincadeira. O nosso chefe quer matar você pessoalmente, mas antes quer te fazer sofrer pelo trabalho que você deu  não  morrendo no incêndio que matou seus pais. ~Ele diz olhando para o chão.

-Mas eu não consigo fazer isso! Não posso! Eles estão com minha esposa e minha filha. E só soltarão elas se eu fizer o trabalho direito. Qualquer erro meu fará as pessoas mais importantes para mim se machucarem. É assim que as coisas funcionam aqui. ~Ele fala com lágrimas nos olhos e desprezo na voz.

A Muda (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora