A Muda (COMPLETO)

Capítulo 27

No hospital, Laura, Mateus e eu aguardávamos por notícia de Jack.

-Luz, eu vou precisar sair, você vai ficar bem? ~Meu namorado pergunta e eu assinto.

Ele me da um beijo rápido e sai rápido como se precisasse resolver algo urgente.

Ultimamente tinha sido assim. Ele me protegia e estava lá sempre que eu precisava, mas ainda estava envolto em sua bola de segredos. Seja ela para atender um telefonema que eu não podia ouvir ou encontrar alguém que eu não podia saber quem era.

Eu sentia que não era uma traição ou algo assim, mas naquele momento infelizmente não estava com cabeça para o seguir e saber o que ele tanto me escondia.

-Luz, eu acho que você deveria ir descansar. Eu fico aqui esperando notícias. ~Laura fala baixo apertando minha mão.

Minha amiga estava sendo forte em um nível desconhecido por mim e deixá-la sozinha não era uma opção. 

Esperamos meia hora quando o médico que estava fazendo a cirurgia finalmente aparece.

-Parentes do senhor Jack Parenli? ~ Ele Pergunta com um papel na mão.

-Eu sou a namorada dele, Laura Clissem.~ Minha amiga pronuncia levantando da cadeira rápido em um gesto nervoso.

-Bom, terminamos agora a cirurgia do senhor Parenli .~Diz e analisa os papéis em sua mão.

-E ENTÃO DOUTOR ?? FALA LOGO CRIATURA DE DEUS. ~Laura grita assustando o médico que logo se recompõe ao lembrar do estado alterado dela devido os fatos ocorridos..

-Bom, como eu dizia... Terminamos a cirurgia dele e a mesma foi um sucesso.
Conseguimos retirar a bala que estava alojada na barriga dele sem danificar os órgãos e agora o paciente está em repouso. Terá que ficar uns dias em observação mas amanhã a visita já estará liberada. ~Ele diz e Laura me abraça chorando e dando pulinhos.

-Ele conseguiu, Luz! Jack vai sair dessa! Eu nunca mais vou deixar que meu passado coloque o amor da minha vida em risco. ~Ela diz quase me partindo ao meio com seu abraço, e me emociono também feliz pela notícia.

Aquela dia esperei Mateus voltar como ele havia prometido, mas ele não o faz pelo resto do dia.

(...)

A noite chegou rápido, e como Mateus ainda não havia voltado, aviso a Laura que irei para o dormitório tomar um banho e descansar um pouco, prometendo voltar depois trazendo algumas roupas pra ela. Minha amiga não saia do lado de Jack por nada.

Tento ligar para Mateus, pois começo a ficar preocupada com a falta de contato, mas o mesmo não atende nenhuma das minhas 10 ligações, nem responde as minhas mensagens. 

 Caminhando começo a pensar que se Laura e Jack não chegassem naquela hora, talvez seu pai se irritasse por eu não responder as suas perguntas e acabasse de fato atirando em minha cabeça.

Chegando no ponto de ônibus esfrego os braços em uma forma de me esquentar e só então me dou conta que uma tempestade ameaça desabar a qualquer momento. Não havia mais ninguém esperando o ônibus aquela hora e penso se deveria chamar um táxi.

Pego o celular e vejo que pela hora o ônibus que vai em direção a faculdade ainda deve demorar uns 15 minutos para passar. E como se o tempo descobrisse isso, o céu desaba naquele exato momento.

Decidida a voltar para o hospital até que a tempestade melhore me preparo para correr quando um carro passa rápido jogando toda a água que havia se formado em uma poça em cima de mim.

Paraliso ao sentir a água gelada em contato com o meu corpo e xingo mentalmente aquele motorista de todos os palavrões que eu conhecia.

O carro freia bruscamente mais a frente e volta de ré baixando o vidro preto do carro.