fortieth day ☹

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Dinah, Alycia e Camila estavam assustadas, desesperadas, até mesmo Normani, que veio acompanhar Dinah, estava com medo.

Clara havia assinado os papéis. Eles iriam desligar os aparelhos.

- Doutora, nós não podemos apenas... - Dinah tentou encontrar palavras certas pra continuar, mas nada saiu. Ela suspirou, derrotada.

- Tia Clara... - Alycia choramingou, os olhos vermelhos e inundados de lágrimas. Ela não queria que isso acontecesse.

- Me desculpem, garotas. - A mulher pediu, chorando.

Ela não queria ter assinado, mas ver todos sofrendo e chorando era tão doloroso. Ela queria acabar com o sofrimento de todos ali e desligar os aparelhos o mais rápido iria fazer com que superassem na mesma velocidade. Clara, mais do que ninguém, sabia que era possível conviver com a dor, pois havia perdido o marido alguns anos antes.

- E-ela não... Ela não pode fazer isso! - Camila murmurou, ela não estava acreditando no que acabara de ouvir. Clara havia mesmo feito aquilo? - V-você. Você não pode fazer isso, Clara.

- Eu não queria Camila, mas o que eu podia fazer?! Ela está morrendo, não há nada que você possa fazer ou eu, ou qualquer um delas! - A mulher gritou, seu coração se apertando a cada palavra dita. Estava doendo tanto.

- Camila está fazendo algo! - Clara se assustou com o grito que sua sobrinha lhe dera - ela é a única que está fazendo algo nessa merda! Vocês não conseguem ver? Camila é a única que fica dias aqui, sem se importar com comida, bebida ou sono, ela apenas fica com Lauren. Desde o primeiro maldito dia, Camila tem dado razões para ele viver. E o que nós fizemos? - Alycia olhou para todos, rindo sem humor - Nós apenas pensamos em nós mesmos, chorando ou ficando com raiva, nos perguntando porque tudo isso está acontecendo... E essa garota - Alycia apontou para Camila, que tinha lágrimas descendo por toda sua face, molhando o suéter vermelho que usava - passou todos os dias nesse hospital, não teve um dia em que ele não estivesse presente com Lauren.

Tirando o dia em que ela ficou doente, Alycia pensou mas preferiu deixar isso fora.

- Então, tia Clara, se for falar que não somos capazes de fazer algo, se refira à mim, Dinah e Normani, mas nunca ouse falar de Camila. - A loira direciou seu olhar para Camila, que sorriu calaroso - Ontem, depois de sair do hospital, Camila me procurou, eu estava com tanta raiva e precisava ficar sozinho, mas ela apenas me disse "Você é o mais forte entre nós, Alycia".

- Ela está errado, não é? - Dinah, que até então estava calada, se pronunciou.

- Sim. - Alycia sorriu - Você, Camila, é o mais forte entre nós, não podemos negar.

- Os mais fortes são aqueles que desmoronam primeiro... - A Cabello murmurou.

Normani apertou o ombro de Camila, lhe passando conforto. Não demorou muito para Camila cair em mais lágrimas pois a doutora havia entrado no quarto, falando que estava na hora. Na hora de desligar os aparelhos. Clara parecia tão pensativa e parecia querer falar algo, mas ela não fez nada. Até agora.

- Nós podemos esperar mais algum tempo? - A voz da mulher interrompeu a Doutora, que a olhou curiosa - Apenas dez dias.

Camila concordou rapidamente. Elas só precisam de dez dias.

A doutora parecia querer negar o pedido, mas o olhar de Camila sob a mulher a fez se questionar do porquê não esperar mais um pouco. Assim como ela havia dito, elas esperaram aquele tempo e poderiam esperar mais.

- Lauren deve estar ouvindo tudo isso... - Dinah murmurou para Normani, que assentiu triste. - Ela deve estar orgulhoso da mãe agora.

- Apenas dez dias. - A doutora avisou - Nada além disso.

Elas realmente só precisam de dez dias. Talvez tudo isso seja em vão, mas não vale a pena tentar.

Depois de falar com a doutora, Clara deixou a sala junto de Dinah e Normani, a Delevingne saindo em seguida. Só restou Alycia e Camila. A loira parecia querer pedir algo, mas não sabia como fazê-lo.

- Obrigada por hoje, talvez ela já estivesse morto agora. - Camila agradeceu, sorrindo triste.

- Não precisa agradecer, eu sei que fiz a coisa certa. - Alycia se aproximou da cama de Lauren, olhando seu corpo. Lauren estava mais magro por não ter se alimentado direito, o soro e medicamentos que ela recebe não é o bastante para deixá-lá forte. A pele também estava mais pálida e somente um tom fraco de vermelho atingia suas bochechas. Alycia tomou fôlego e perguntou: - Eu posso?

Camila não havia compreendido muito bem o que ela tinha dito, mas então Alycia  apontou para Lauren e a morena entendeu. Alycia queria falar uma razão para Lauren viver. Camila, sem pensar duas vezes, concordou. Ela merecia aquilo mais do que ninguém.

- Eu te amo, irmã. - Alycia sussurrou, sorrindo de lado - Mesmo que somente umas dez pessoas ame você, ainda é uma razão para viver. Essas pessoas que estavam na sala, e Camila, se importam tanto com você... Lauren, você iria destruí-las se fosse embora. Abra seus olhos...

Camila sorriu com tal ato. Era uma ótima razão para a garota abrir seus olhos e sorrir, mas nada aconteceu. O que Camila queria? Que Lauren apenas abrisse os olhos? Bem, ela realmente queria isso. Somente um sinal de que tudo iria ficar bem e Camila ficaria calma. Mas, agora pensando com calma, Lauren tem apenas dez dias para acordar.

Eu também te amo, irmã.

50 reasons to Live - Segunda TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora