" Não existia mais pernas ali... E nem mesmo um manto de Escamas peroladas..."
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Quando eu cheguei aqui, nesse mundo, tudo estava muito confuso, eu estava parecendo uma criança no meio de um enorme supermercado que perdeu a sua mãe, mas é claro que as coisas foram bem pior.
Eu parei em uma praia deserta, e tudo era estranho para mim até mesmo a areia. Quando eu olhei para os dedos do meu pé comecei achar que eu era um polvo, na hora eu não estava fazendo gracinhas então imagina tudo o que vou contar agora com uma música bastante agonizante, dramática e lenta. Eu estava pelada, completamente nua até que encontrei uns panos esquisitos pendurado em uns fios ao lado de uma casa, e é claro que eu vesti aquilo rapidamente. O vento forme bagunçava meu cabelo assim como minha mente.
Comecei andar cambaleando de um lado para o outro sem saber onde ir, a noite parecia mais escura e eu nunca havia sentido tanto frio assim. Para onde eu iria? Pensei enquanto andava sem rumo. Como eu viveria aqui, entre os humanos? Eu só queria a minha casa e a minha família de volta, queria poder consertar as coisas mas é impossível, o que eu fiz foi errado e agora... Agora todos me julgam e não olham o lado bom, sei que o que eu fiz piorou muitas coisas mais melhorou por outro lado.
Enquanto eu ia andando pelas ruas escuras e me apoiando nas paredes sujas senti um cheiro maravilhoso de uma loja (que eu obviamente não sabia que era uma loja) resolvi entrar. Havia uma moça magra e com uma coisa estranha na cabeça que eu chamaria de toca
- Posso ajudar? - ela pergunta e suspira alto
- S-sim - respondi insegura pois era a primeira vez que conversei com uma humana em pessoa - Você poderia me dar por favor algas assadas no sol? - é claro que eu não tinha dinheiro para pagar qualquer coisa, mas eu tinha que tentar.
- Será que eu poderia te dar o que? - a mulher pergunta incrédula - como você está conseguindo andar por aí desse jeito depois do catástrofe que acabou de acontecer?
- Algas, ou pode ser enguias também não importa eu... Eu estou com muita fome! - digo ignorando a última coisa que ela falou.
- Moça, você está em uma padaria! Se você perdeu a direção de onde fica o manicômio, só um instante que eu vou te ajudar. - ela dá de ombros
- A onde fica o quê? - pergunto enquanto ela coloca algo preto no ouvido e começa a conversar sozinha. Mulher maluca, penso e saio dali.
Depois de andar bastante a procura de um lugar para ficar, já havia me acostumado um pouco com minhas pernas. Olho para os dois lados onde estou e vejo uma casa (que eu obviamente não sabia que era uma casa) que tinha um gramado verdinho bem cortado ao lado de uma árvore. Vou até lá e me deito, não sei como ou onde vou viver mas por essa noite e aqui que irei ficar.
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- Moça? - escuto uma voz pensando que era um sonho e permaneço com meus olhos fechados - Moça esta acordada? - ouço de novo e sinto alguém me cutucando novamente
Abro os olhos e encaro a garota que me analisa confusa por quatro segundos antes de dizer:
- Me perdoe - digo piscando várias vezes - É que... Não tinha lugar para ficar, e eu vi esse... Esse... Tapete e resolvi me deitar aqui.- Está querendo dizer o gramado? - diz a garota que tem aparentemente 12 anos de idade, ela é baixa tem os cabelos cacheados a pele morena clara e é gordinha
- Acho que sim. - respondo me levantando
- Uau... - ela diz parecendo surpresa - como você é alta, e linda...
- Obrigada - eu disse me apoiando nos cotovelos - olha me desculpe, eu tenho que ir... Não tenho lugar para ficar e estou faminta, não sei para onde ir. - me levanto meia zonza, ela se levanta e foi a vez dela de me encarar
- Se você quiser pode entrar - a garota diz gentilmente - eu darei alguma coisa para você comer, parece pálida e faminta! - ela oferece e eu não recuso.
- Bom, não repare a bagunça - disse abrindo a porta da casa - meus pais ainda estão a procura de uma babá, esse seu cabelo azul parece tão real...- O que? - pergunto ainda sem dá um passo a frente e encarando meus cabelos
- Meu nome é Eduarda, mas pode me chamar de Duda, e o seu como é? -
Observo a garota com curiosidade e vejo que tenho muita coisa para aprender, e pode demorar tempos para eu me adaptar a essa espécie humana.
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Maena [Concluído √]
FantasiEpílogo A pior parte de deixar de ser sereia, foi abandonar todo o meu mundo. Mas tenho outra vida agora, preciso olhar para frente, aprender a me habitar, mas as lembranças e as consequências do que eu fiz sempre voltam a tona. Meu nome é Maena, e...