Capítulo 8

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DAVID's POV

- Tu. – A mulher loira nos meus braços encara-me com olhos brilhantes e eu fico desesperado. - Eras tu o tempo todo.

- Eu o quê? - Tento fazer-me desentendido, mas percebo pelos seus pensamentos que ela já descobriu tudo, ela sabe que fui eu que a salvei.

Como raio é que isso é possível! Porra!

- Foste tu que me salvaste naquela vez em Blackpool e mais aquela vez na floresta, provavelmente até foste tu que me levaste para casa.

Fico aflito por ela estar a ligar os pontos, ela irá querer respostas e eu não lhas poderei dar, ela viu demais e pelo que eu sei dela, irá chegar lá, basta eu me descuidar um pouco. Não tenho vontade nenhuma de a matar, ela é uma criatura rara que me desperta interesse, mas não posso correr o risco de tê-la solta por aí a fazer perguntas.

Se o Patrick desconfia estou morto, por isso ... antes ela que eu.

- Ouve Savannah, provavelmente tens muitas pe...

- Obrigada.

- Mas eu não te poss... espera o quê?

- Obrigada por me teres salvo a vida. – Levanto a sobrancelha quando vejo que ela está completamente normal a falar comigo.

Só isso? Só um obrigada?

Onde estão as perguntas, o que és tu? Como tens tanta força? Com fizeste com que eu esquecesse as coisas? (Mesmo que apenas parcialmente.) Porquê que és tão frio?

- Não tens nenhuma dúvida para esclarecer?

- Está claro que não o irás fazer e eu não necessito de mais respostas. Aliás para minha sanidade mental acho que não as quererei saber, estiveste lá em momentos cruciais da minha vida, salvaste-me e o mínimo que te devo é um obrigada.

Não escondo o meu espanto, esta rapariga não é normal, em todas as maneiras possíveis e imagináveis ela foge à regra. Ela sorri-me genuinamente, ou pelo menos o melhor que consegue, visto que ainda à uns minutos estava a ter um ataque de pânico ... e isso lembra-me ... ela voltou a ver o tal vampiro, não é seguro ela ir para casa sozinha, ainda faltam umas horas para o sangue sair do seu organismo, não me apetece nada chegar a casa e levar bocas que eu não sei tomar conta de uma criança.

- Eu levo-te a casa. - Ela para o que tinha começado a fazer e encara-me seriamente, por momentos sinto o que todas as pessoas sentem ao meu redor, sinto que me observa a alma.

- David, eu realmente aprecio a tua oferta, mas algo em mim... eu não sei explicar, uma vez alguém me disse que eu tinha o dom de ver o interior das pessoas, não acredito nisso, mas sei que a minha intuição praticamente não falha, tirando certos casos. – Vejo uma imagem de um rapaz aparecer na sua mente. - Eu olho para ti e vejo uma aura negra e por muito que tenhas estado lá para me resgatar quando eu mais precisei, eu não consigo confiar em ti.

- Hey, tu conheces-me tecnicamente à dois dias, é normal que não confies em mim, mas...

Não! Eu, David Hartel, a implorar para uma humana que a leve para casa? Não vou prestar esse papel ridículo, ela pensa que me conhece, não é por pensar que tem um dom estúpido que tem o direito de pensar que me conhece e por muito que eu tenha sido educado a nunca deixar uma donzela desemparada, não vou estar aqui a humilhar-me por um mero saco de sangue ambulante.

- Queres saber, faz o que quiseres, tanto faz.

Viro costas e ignoro os comentários que ela faz sobre a minha atitude, ela é uma simples humana, não me vai fazer correr atrás dela, vou segui-la até casa para garantir que não tenho uma recém nascida para tomar conta e depois ela é toda do Thomas, tenho mais que me preocupar, há um novo vampiro sanguinário na cidade, eu irei encontrá-lo e depois matá-lo.

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