Capítulo 17

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DAVID's POV

Poderia jurar que se eu já não tivesse morto, morreria naquele preciso momento. Como assim ela sente vampiros? Se ela sente vampiros, então saberia que eu sou um... que todos aqui são.

Não!

É demasiado para suportar, ela já tem tanta coisa que a torna rara, tantas coisas que me queimam a mente só de pensar na impossibilidade delas, agora junta-se pressentir vampiros?

- Tu deves ter batido muito forte com a cabeça. - Dou-lhe o telemóvel e tento olhá-la com indiferença, ela é demasiado esperta, notará sinais de nervosismo, por mais pequenos que sejam.

- Consideraria isso uma hipótese, acredita não me agrada sentir o que sinto, mas já aconteceu antes, muito antes de eu ter batido com a cabeça. - Céus! Muito antes? À quanto tempo ela "sente vampiros", como é que eu não lhe lia isso nos pensamentos?

Não! Isto não pode passar de algo que ela pensa que sente, porque se ela realmente sentisse, teria fugido desta casa assim que pôs os pés aqui, qualquer humano o tentaria fazer.

- Save, não encontro melhor forma de te dizer isto, mas tu estás a ficar louca. - Tento derrubá-la com esta minha frase, até mesmo irritá-la, para esquecer o assunto, mas em vez disso ela olha-me de forma desafiadora e por um momento sinto que é ela que consegue ler os meus pensamentos, ou que como o Christian, soubesse que estou a mentir.

Noutras alturas ou com outra pessoa, teria sido fácil, ela descobriria o meu segredo e dependendo o meu humor, ou a hipnotizaria ou a mataria, mas nem vale a pena continuar a negar o facto que eu nunca teria coragem de lhe fazer mal algum, e hipnotizada, irritantemente, ela não pode ser.

- Eu sei o que tu és David. - Congelo de imediato, não, ela não pode estar a dizer as palavras, cala-te Save. - Eu sei o que todos vocês são.

- Estás louca. - Consigo ainda resgatar forças desconhecidas para pronunciar isto com alguma credibilidade, eu sinto como se o chão estivesse a ceder sobre os meus pés, ela não pode, não pode saber, isso fará com que ela corra ainda mais perigo do que corre. Além disso enche a minha cabeça de dúvidas.

Se sabe que eu sou um vampiro porque não se afastou? Porquê que ela continua aqui? Porquê que continua a procurar-me nos momentos de desespero se sou eu a quem ela deveria temer?

- É mesmo? - Ela dá um sorriso irónico e aponta para a pulseira. - Então toca-lhe.

Engulo em seco, não, ela também sabe da verbena? E quando é que ela se tornou tão segura de si ao ponto de me desafiar desta maneira?

- Savannah isso é loucura para com isso.

- Toca-lhe David.

- Não à necessidade disso, não tenho nada para provar.

- Mas eu tenho.

- Eu não vou tocar na tua pulseira!

- Então porquê? Não queres provar que estou a delirar? Então vá, toca-lhe!

- Isto é ridículo.

- Concordo, toca-lhe.

- Savannah para com isso. - Suspiro fundo e fecho os olhos, isto não pode estar a acontecer. E ela está-me a irritar solenemente, eu estou quase a explodir, ela tem esse efeito horrível em mim, levar-me ao extremo.

Sou surpreendido quando volto a abrir os olhos, ao reparar que ela agora encontra-se meros centímetros de distancia de mim, vejo fúria no seu olhar e de alguma forma isso desperta o desejo de à pouco em mim, dá-me vontade de atirar com aquela maldita pulseira para uma lareira qualquer e tomá-la nos meus braços naquele momento, apetece-me tanto isso como atirar a ela mesma contra a própria lareira pela sua insistência.

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