Capítulo 37

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SAVANNAH's POV

Depois daquele dia em que o vi sair de casa com a Carlotta praticamente consegui manter contacto com ele. Tem indo trabalhar na mesma durante estas semanas, mas mal trocamos uma palavra, todas as vezes que durmo na mansão, ele nunca está, por isso até perdi a vontade de lá ficar. Sinto-me bastante mal, tenho saudades dele, saudades do meu David, nem que fosse a implicar comigo, era melhor que este tratamento da invisibilidade que ele tem aplicado para comigo. Sentir saudades de alguém e não poder fazer nada acerca disso é uma dor que queima lentamente a nossa alma, principalmente quando sabemos que a outra pessoa não está minimamente afetada.

Quero falar com ele e esclarecer as coisas, mas também sinto-me magoada pela atitude dele, tudo bem, quer estar chateado comigo, okay, mas voltar a dar-se com aquela ... céus. Fico enjoada só de pensar, ele merece muito mais que aquilo, ele é mais do que aquilo. Ainda ontem, quando fui passar pela primeira vez dentro de algum tempo, a noite com o Thomas, ouvi o Patrick a discutir com o Christian sobre qualquer coisa acerca de suspeitarem que o David andava a violar o pacto, não consegui perceber mais, porque, entretanto o Thomas veio ter comigo e não consegui perceber mais da conversa.

- Sabes se o David vem hoje? – Pergunto à Sylvia. Desde que descobri que ela e o David andaram enrolados, sinto-me desconfortável sempre que falamos, o que é praticamente o dia todo visto que ela é a minha chefe.

- É acho que sim.

- Gostava de ter a vida dele, vir trabalhar quando me apetecer. – Resmungo baixinho, mas não o suficiente para que ela não ouvisse.

- Peço desculpa não percebi, é algo que queiras dizer em voz alta?

- Não. – Suspiro. – Não é nada importante.

- Ah bom, pensei. Agora podes ir arrumar o armazém.

- Sim chefe. – Resmungo e vou para a parte de trás da loja.

Fecho os olhos de aborrecimento, quando vejo o amontoado de caixas à minha frente, tudo completamente baralhado, marcas misturadas, maquilhagem com cosmética e perfumaria ... não sei para quê que ainda arrumo isto de forma organizada se passado uma semana volta tudo ao mesmo.

Começo por organizar as caixas por categoria e de seguida por marca. Ao longe no canto mais escuro da sala vejo o escadote partido, suspiro, odeio subir naquela porcaria, mas para colocar as caixas no andar de cima é a única maneira. Como sempre, ao colocar o escadote estável, ou pelo menos o mais estável possível, rezo enquanto subo degrau por degrau, saltando os partidos, no principio até que tudo corre bem, vou conseguindo colocar os produtos da Sisley direitinhos, mas do nada, o escadote cede, ainda tento segurar-me no ferro da prateleira, mas não sou rápida o suficiente e quando dou por mim, bato com um enorme estrondo no chão.

- Au. – Lacrimejo agarrada ao meu joelho, que arde de forma abrasadora.

Porcaria do escadote.

Agora deveria ir para o seguro de trabalho, colocar baixa e a Sylvia que se resolvesse com o David, o funcionário do mês.

Com algum esforço tento levantar-me, mas uma rojada de ar fresco, passa por mim o que causa um desequilíbrio sobre o meu corpo que faz com que eu volte para o chão.

David.

- Seja muito bem vindo, bem que me ia dar jeito uma ajud...

Nem tenho tempo de terminar a minha frase, pois fico pasma a olhar para a frente. Enquanto estou eu agarrada ao meu joelho, vejo caixas a voarem de um lado para o outro e uma sombra bastante desfocada a voar de um lado para o outro. Em menos de vinte segundos, a imensidão de caixas com uma infinidade de produtos, estão todas devidamente organizadas nos respetivos sítios. O David para de correr de um lado para o outro e respira fundo puxando o cabelo para trás de um jeito incrivelmente sexy.

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