Capítulo 6

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PATRICK's POV

Encosto-me à parede ao lado da loja esperando aquele idiota sair. Segui-o assim que saiu de casa, estranhei ele ter-se oferecido tão rapidamente para cuidar daquela rapariga, eu já a vi nas suas lembranças, agora não sei se é por ela que ele está a fazer isto, ou para matar alguém à vontade aqui, mas eu como patriarca da família Hartel preciso de saber o que é.

- O que pensas que estás a fazer? - Ele salta com a minha voz e vira-se para mim confuso, eu desencosto-me e encaro-o sério.

- O que é que tu estás aqui a fazer? - Cruza os braços e eu dou uma gargalhada irónica.

- Achas mesmo que algum de nós acreditou na tua oferta de tomar conta de uma rapariga só porque sim?

- É melhor não termos esta conversa aqui. - Ele aponta com os olhos para a loja e eu oiço os passos das meninas a dirigir-se para porta, por isso desato a correr, sabendo que David me segue, vinte segundos depois estamos ambos no início da floresta.

- Fala. - Ordeno e sinto-o a concentrar-se em algo, sei que ele está a tentar ler-me os pensamentos, mas hoje não lhe darei esse gostinho.

- Tem calma, eu não vou virar nenhum estripador nem nada do género. - Levanta os braços na defensiva. - Eu só quero ficar na cidade um pouco mais de tempo, alimentar-me de sangue quente para variar, mas eu curo os humanos está descansado.

- Estás a dizer-me que vais trabalhar numa loja de cosméticos só para beber sangue quente?

Olho-o em descrença, ele sabe que só existem duas pessoas que ele não pode enganar, a mim que o conheço desde criança e sei perfeitamente quando ele mente e o Christian que sabe quando toda a gente está a mentir, mas mesmo assim ele nunca se dá por vencido.

- Qual é o problema? Eu já fiz isso antes, não aqui, mas em Oxford, fui para a universidade e tu não disseste nada.

- Sabes perfeitamente que é diferente.

Nós temos um pacto com David, se ele quer matar alguém que vá para outros sítios, menos Sunhide , claro que ele não se livra do sermão assim que chega a casa, mas pelo menos é uma forma de o controlar e não chamar a atenção destas pessoas que nunca se esqueceram de nós.

- Não violo o nosso pacto está descansado, era só isso? - Ele está inquieto, passa-se mais alguma coisa, suponho que se a minha hipótese de matar humanos está errada então a da rapariga está certa.

- É ela não é? - Dou um sorriso quando a sua cara fica séria, bingo!

- Ela o quê?

- Oh por amor de Deus David, poupa-me. É por causa dela que tu estás a ficar na cidade, mas o que tem esta rapariga de tão especial? Não te vejo interessado por nenhuma rapariga a sério desde a Carlotta.

- E nem irás ver! Eu não estou interessado nela, não dessa maneira. - Ele faz uma pausa como se estivesse a encontrar palavras para se explicar. - É um interesse cientifico.

- Cientifico? - Encaro-o incrédulo. Ele sempre foi ligado à natureza quando humano, mas agora dizer-me que anda atrás de uma rapariga por interesse cientifico, já é ir longe de mais.

Cansado do David só estar a enrolar e não me dizer o que realmente se passa vou até ele e ponho a mão no seu ombro, ele tenta esquivar-se, mas eu sou mais forte, vejo imagens aleatórias, todas relacionadas a ela, Blackpool, a floresta, nunca foi uma rapariga qualquer. Ele mentiu-me!

O ardor no meu olhar, mostra-me que está a ficar vermelho escuro e deixo os meus caninos crescerem. O ingrato do meu filho dá um passo para trás.

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