Capítulo 38

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SAVANNAH's POV

Lentamente sinto o meu corpo a despertar, antes sequer de abrir os olhos oiço o barulho de rodas a bater no alcatrão. O meu pescoço dói bastante e reparo no motivo quando vejo que adormeci no carro. Dá para ver, pela escuridão noturna que já estamos em viagem durante bastante tempo. Espreguiço-me preguiçosamente e tento arranjar uma posição confortável, embora o meu rabo já esteja quadrado depois de tanto tempo sentada.

- Boa noite raio de sol. – O Jean brinca. – Bem quando eu pedi que adormecesses não sabia que ressonavas como uma locomotiva, os meus ouvidos estão em sangue.

Olho para ele de sobrancelha levantada, eu não ressono ... acho eu, pelo menos nunca ninguém reclamou ... oh meu Deus será que ressono mesmo? Desvio o olhar do vampiro maléfico ao meu lado, para o painel do meu carro ...

Espera!

Como assim???!!

- Eu tinha acabado de atestar o depósito!! – Grito. – Estava cheio! E agora só tem um tracinho!! Tens noção do preço do gasóleo? Não pois não!

Embora a minha indignação seja notória, ele ignora o que eu digo e liga o rádio, aumentando no máximo, praticamente deixando-me surda. Quer dizer, eu sou raptada e ainda fico sem o meu precioso combustível, tudo bem, a Savannah que se lixe.

Depois do que pareceu uma reta eterna, o Jean vira por um atalho à direita, o caminho é feito de terra batida, fazendo o carro saltar entre as pedras muitas vezes, ao redor só vejo árvores transformadas negras pela noite. Só consigo pensar que a minha direção vai ficar totalmente estragada, depois desta viagem.

Depois do que parece uma eternidade, finalmente consigo ver mais que mera floresta, uma casa digna de um filme de terror ergue-se à minha frente, tem o que parece ser, três pisos, é feita de pedra, que com o tempo e chuva foi ficando bem escura e com musgo, o telhado e as portas, enormes, são pretos. Sinto um nó na garganta com o cenário à minha frente e rezo para que este não seja o destino final.

Mas, como é óbvio, com a minha maravilhosa sorte, o Jean para o carro mesmo em frente ao imponente portão preto.

- Chegámos.

O vampiro loiro sai do carro e em menos de um segundo já se encontra do meu lado para me abrir a porta.

- Eu não quero ir. – Resmungo, não quero mesmo ir, eu só quero ir para casa e esquecer que este anormal me raptou para não sei onde.

- Peço desculpa, alguma vez mencionei que tinhas escolha? – Ele dá-me um sorriso sarcástico e empurra-me para fora do carro.

Quando subimos a escadaria até ao portão principal, este é aberto sem termos sequer batido à porta. Instantaneamente o meu corpo começa a arrepiar-se, sinal que estão vampiros aqui presentes.

Mal entramos dentro da casa, somos conduzidos por um vampiro, até um grande salão. Está um silêncio total, a única coisa que consigo ouvir são os meus passos contra o chão e a lareira ao fundo, da sala que transmite um calor que noutra situação seria aconchegante.

- Olha o que o vento nos trouxe.

Ao ouvir aquela voz, o meu corpo contorce-se de nojo. Ela está aqui, aquela cobra que envenenou o David e que mesmo assim, depois de tudo, ele ainda voltou com ela. Tem a mania que é um engatatão, mas não passa de um cãozinho a correr atrás desta vaca italiana.

- Não foi o vento meu amor, fui eu. – O Jean fala pela primeira vez desde que entramos nesta casa.

Ela vem até mim, com o seu típico olhar sarcástico e sorriso nojento nos lábios. Quando fica à minha frente pega no meu queixo com força enquanto eu a encaro com ódio.

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⏰ Última atualização: Nov 30, 2019 ⏰

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