Capítulo 12

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DAVID's POV

O despertador toca e eu dou-lhe um murro partindo-o aos pedaços. Com um suspiro levanto-me da cama e vou ao meu minibar tirar uma garrafa de sangue humano com modificador lá dentro. Não vejo praticamente motivos nenhuns para ir trabalhar hoje ou até à próxima semana. Podia hipnotizar a Sylvia para não ir, mas ainda tenho esperança que ela apareça lá um dia. Ela... ela é o único motivo que me leva a trabalhar ali e eu saber que parte de mim sente a falta dela está-me a irritar plenamente. É tão inexplicável como a parte mais animada do meu dia é quando oiço nos seus pensamentos as obscenidades que ela pensa sobre mim quando está nervosa. Claro que o meu objetivo principal é descobrir o que a torna diferente de todos os humanos e não me daria nada jeito que ela fosse comida pelo Jean, neste momento.

Eu sei o motivo pelo qual ela pediu férias, vi-o nas memórias do Thomas. O problema do meu primo é que sempre foi muito impulsivo, mesmo que quem fosse o revoltado e rebelde da família sempre tenha sido eu. Sei que o motivo principal pelo qual ele odeia o vampirismo é porque ele não se consegue controlar, se ele já era impulsivo quando humano, agora vampiro ele explode com qualquer coisa, até eu sou mais calmo que ele e eu sei que ele odeia isso.

Por isso, quando vejo o meu primo chegar a casa completamente descontrolado pronto a quebrar tudo, eu por curiosidade li os pensamentos dele, e no final a única coisa que ficou quebrada foi a cara dele, porque ele pode ser mais forte, já que o seu dom é a força, mas eu era o lutador. O Thomas não tinha o direito de a mandar afastar-se de mim, muito menos de revelar que nós somos primos, só pôs dúvidas na sua cabeça pensadora, que pode muito bem descobrir o que nós somos e aí ela estará em perigo.

O Thomas está a apaixonar-se por ela, não preciso de ler os seus pensamentos para saber disso, ele tem ciúmes meus, foram eles os causadores daquela discussão. Eu não sei o motivo que o leva a tê-los, porque eu posso ser uma péssima pessoa, mas não ia roubar a namorada do meu primo, mas eu vi ela a defender-me e não pude evitar que depois, ao lembrar-me disso no meu quarto, um sorriso convencido aparecesse na minha cama. Mas agora eu não sei onde ela está, por causa dele e da sua falta de controlo irritante e isso deixa-me aborrecido.

- Nem preciso de usar o meu dom para sentir esse teu mau humor. - O Christian goza enquanto passa por mim com um sorriso trocista.

- Vai cuidar do teu irmão fantasma e deixa-me em paz. - Resmungo e tento passar por ele, que se põe à minha frente.

- David, David, sempre com as típicas piadinhas. - Eu cruzo os braços e encaro-o sério.

- Vais deixar-me passar ou é preciso forçar a passagem?

- Já à muito tempo que não andamos à luta, começo a ter saudades de alguém para desafiar.

- Ai é criança? Então vais fazer o quê? Aleijares-te enquanto me tentas agredir? Poupa-me Christian. – Contorno-o, mas ele volta a ficar à minha frente.

- Eu apenas não entendo, o porquê de tentares atingir-me com as ações do meu irmão, quando eu estou habituado a ter um exatamente igual a ele, a única diferença é que não é do meu sangue.

- Não me compares ao amador do teu irmão!

- Não? Quem é que 1932 dizimou uma aldeia inteira, porque ficou irritado e nós tivemos que encobrir o teu rasto queimando tudo? Ou em todas as vezes que foste descuidado e ias sendo morto pelos originais, porque andavas a dar muito nas vistas? Talvez aqui o amador sejas tu.

A raiva começa a pulsar nas minhas veias e num segundo arranco a perna de madeira de uma mesa no corredor e enfio-lhe na barriga fazendo-o gritar de dor. O que se passa com toda a gente? Parece que se esqueceram que me devem respeito!

Sons of darknessOnde histórias criam vida. Descubra agora