SAVANNAH's POV
- Eu não vou a lado nenhum contigo.
Consigo sentir o meu corpo tremer só de o ver, não sei se é de raiva ou de medo, mas vê-lo perturba-me por completo. Reparo na sua beleza enquanto ele me observa com divertimento a brilhar nos seus olhos, sem duvida ele rivaliza com o seu irmão, não duvido que quando foram humanos tivessem desencaminhado umas quantas raparigas. Como é que sangue do mesmo sangue pode ser tão diferente? Um tão puro e bondoso enquanto o outro tão vazio e malvado?
- Tens um senso de humor fora do comum Savannah. – Ele ri-se. – Creio que não te dei opção de escolha quando informei que virias comigo.
Levo discretamente a mão à minha pulseira e tento tirá-la, talvez se gritar pelo nome do David nos meus pensamentos ele consiga ouvir-me e atirar com o Jean para o outro lado da estrada. Embora, ele já devesse estar aqui, mal eu disse o nome "Jean", tenho a certeza que ele ouviu, o que está a acontecer?
- Deixa-me perguntar-te uma coisa. – Ele aproxima-se do balcão e fita-me com curiosidade. – Achas mesmo que tirares essa pulseira para chamares o David vai adiantar alguma coisa? Não achas minimamente estranho o facto dele ainda não ter aparecido.
Deixo de mexer na minha desconfortável pulseira e encaro-o em choque.
- O que fizeste ao David?
- Digamos que persuadi a tua deslumbrante chefe a acalmá-lo um pouco.
Sem esperar por mais nenhuma afirmação, corro até ao armazém onde vejo o David estendido no chão, imóvel. Não há sinal da Sylvia em lado nenhum e embora saiba que ela não tem culpa, pois de certeza que foi hipnotizada eu tenho vontade de agredi-la.
- Como podes ver o teu cavaleiro branco não poderá salvar-te desta vez. – A voz do Jean soa ao meu ouvido o que estremece todo o meu corpo de medo. Olho para trás, sem disfarçar o ódio que está no meu olhar quando ele dá um sorriso vitorioso e estende-me o braço.
- Vamos lá dar o tal passeio?
Sem mais alternativas engulo em seco e seguro o seu braço, fico sem ar por um momento quando ele põe-me no seu ombro, como se eu não pesasse nada e desata a correr à sua velocidade sobrenatural, confesso que no inicio sempre que por algum motivo experimentava esta velocidade eu sinta-me mal disposta e sonolenta, mas agora penso que já me habituei, até os borrões que antigamente era tudo por onde passava, parecem cada vez ganhar mais cor e forma.
Depois do que devem ter sido cinco minutos, mas a mim pareceu uma eternidade o Jean pousa-me no chão. Demoro uns segundos até me recompor e quando o faço observo o local onde estamos. Não o reconheço, ou seja, estamos fora da cidade, embora esta floresta deva ter ligação com a da casa Hartel. Estou no meio de uma clareira rodeada de árvores, sitio mais remoto não poderia ser, é melhor mentalizar-me que deste "passeio" eu não saio viva.
- O que é que queres de mim? – Pergunto-me com raiva enquanto aproximo-me de vampiro. – Porquê que me trouxeste para fora da cidade? Para poderes-me matar em paz? – Grito. Neste momento nem me importo se o enfureço ou não, estou morta de qualquer das maneiras.
- Eu não te vou matar. – Ele faz uma careta como se tivesse acabado de ouvir o maior absurdo da sua vida. – Quer dizer, não me entendas mal, eu adoraria matar-te, mas tenho ordens para manter-te viva.
- Então o que queres de mim? – Pergunto confusa.
- Uma troca querida. – Ele sorri. – Tu dás-me informação e eu respondo-te ás perguntas que quiseres.
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Sons of darkness
VampireSavannah Wilkinson é uma rapariga normal, tem o seu pequeno emprego, é amada pela família, tem desilusões amorosas e uma melhor amiga que adora, tudo o que uma pessoa comum tem... até que um dia, tudo mudou. Numa viagem de compras para Blackpool, el...