Capítulo II

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VOU PARA a recepção, mas o que vou perguntar? Sobre a tal Andréia que está na cobertura? Quer saber, não quero saber nada. Vou para minha casa e esquecer que essa noite aconteceu.

Pego um táxi. Estou me sentindo um lixo. Como um chiclete mascado e jogado fora. Como uma noite tão gostosa pode terminar de uma maneira tão repugnante? Por que ela fez isso e por que comigo? Se ela soubesse como já me ferrei não faria isso novamente. Se um dia eu a encontrar ela vai me pagar por essa humilhação.

Chegando à frente do meu prédio, eu cumprimento José o porteiro e subo como um foguete. Estou com muita raiva dessa mulher, graças a Deus a cidade é grande e tenho certeza que não vou encontrar com ela nunca mais.

Preciso tomar café, mas não estou a fim de fazer. Vou à cafeteria na esquina, ao menos tomo um café, como algo e tento relaxar e tirar essa infeliz da minha cabeça.

Quando chego à cafeteria para minha surpresa encontro com Carlos.

- Olha só, quem é vivo aparece – diz ele bem humorado.

- Pois é – como alguém pode acordar com bom humor num domingo?

- Cara você sumiu ontem. Você saiu com aquela gata que estava com você na pista de dança?

- Infelizmente sim. E antes que você me encha de perguntas, me arrependo sim e ela é uma filha da puta. Não quero falar a respeito. Eu deveria ter ficado na minha casa isso sim – solvo um pouco de café.

Sentamos numa mesa e esperamos pelos pedidos. Eu pedi pães de queijo para acompanhar, Carlos pediu roscas.

- Cara, mas não deu nem para ter um sexo gostoso ou ela é ruim de cama também? O que ela fez, te assaltou? - caramba não acredito que ele vai me fazer pensar naquela mulher...

Começo a analisar com detalhes nossa noite, mas pelo lado sexual. É, ele tem razão, o sexo foi muito bom. A filha da mãe sabe como satisfazer um homem, só não curti muito o fato de não beijar na boca. Ela beija tão bem...

- O sexo foi bom. Mas só isso... Tenho uma entrevista para um emprego amanhã - digo na esperança de mudar de assunto.

- Você não tá falando sério que vai procurar um emprego, ser assalariado como os pobres mortais? Marcos não seja louco. Isso que você quer fazer não tem o menor sentido...

- A decisão está tomada. Espero que como meu amigo você respeite. E não fale nada sobre mim e sobre minha vida a ninguém.

- Como você quiser. Não concordo, mas te respeito.


O DIA passa tranquilamente, mas fui me deitar cedo, pois preciso estar de pé cedo para minha entrevista de emprego, não consigo tirar a noite anterior dos pensamentos.

- Aquela patricinha safada. Desgraçada.

Será que toda a minha raiva é por ela não ter ficado ou por não saber nada dela? Bom, melhor esquecê-la. Vou dormir.

O dia começa lindo. Faço um bom café, afinal não sei quanto tempo ficarei aguardando essa entrevista. Pelo local que a empresa se encontra deve haver muitos candidatos. O salário não é ruim. Para mim será o suficiente para pagar minhas contas e sobreviver até o fim do mês.

Após o café tomo um bom banho, me arrumo e parto para a empresa Smith & Company. Lá chegando vou até a recepção. É um prédio suntuoso para a cidade, ele se destaca.

- Bom dia. Eu vim para a entrevista.

- Seu nome por gentileza? – pergunta-me a recepcionista.

A Outra Que AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora