Capítulo XVII

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- COMO ASSIM?

- Ele sofreu um derrame senhor. Os médicos não querem dar maiores informações para mim, nem para o Flávio. Disseram que só para familiar. Senhor venha o mais rápido possível.

Eu desliguei e fiquei transtornado. Chorei bastante, imaginando como faria para ajudá-lo. Faço uma nova ligação. Após três toques ...

- Alô?

- Alice, desculpe o horário. Mas eu preciso de ajuda e só me veio você em mente – digo soluçando após chorar muito.

- Marcos o que houve você está chorando?

- Meu pai está em coma...

- Eu estou indo para aí.

Antes que eu diga qualquer coisa ela desliga o telefone. Depois me dou conta que poderia resolver isso de outra forma, fazendo a ligação para outra pessoa. Tento novamente ligar para Alice e pedir para ela não vir, mas ela não atende o telefone.

Em menos de dez minutos ouço meu interfone tocando é o Zé avisando que Alice está na portaria.

- Deixe-a subir Zé. – ainda com a voz embargada eu dou a autorização. Zé nota e pergunta se está tudo bem – Não está, mas vou resolver. Eu espero...

Pouco depois ouço batidas na porta. Abro e Alice entra.

- Arrume sua bolsa e vamos. Onde seu pai está? No Santa Efigênia?

- Não. No hospital São Lourenço.

- Onde fica isso?

- Em Barra do Quaraí. Onde ele mora.

- Mas isso é longe daqui... Tudo bem. Vamos.

Pego uma bolsa, com meus documentos e poucas peças de roupas e descemos para a portaria. Entramos no carro dela e partimos.

No caminho ela faz uma ligação através do viva voz do carro.

- Larissa, obrigada. Passagens para Barra do Quaraí. Providencie tudo. obrigada e boa noite.

- Boa noite e boa sorte Marcos! – diz Larissa. Logo em seguida a ligação é encerrada.

- Como ela vai conseguir comprar passagens sem meus dados?

- Ela pega com a Carla.

- Eu não sei como vou te pagar por tudo isso. Também quero pedir desculpas por te meter nisso, mas é que eu não sabia o que fazer, eu fiquei muito nervoso. Ele é a única coisa que eu tenho. Minha única família.

- Não se preocupe com isso. Faço isso para te ajudar não para receber pagamento.

- Você disse passagens...

- Vou com você. Como você mesmo disse você está muito nervoso para viajar sozinho.

Todo o caminho até o aeroporto eu não consigo me acalmar. Fico tão aéreo e pensativo que nem percebo quando chegamos. Nem ouço o que ela me diz. De repente ela me toca no ombro.

- Chegamos Marcos.

Descemos e vamos direto para a aérea do embarque.

- Não vamos fazer o check-in? – pergunto.

- Larissa já fez on line. Você realmente não está bem, não ouviu nada do que eu disse ou do que aconteceu no carro até aqui.

Não demoramos nem dez minutos para embarcar. Eu fico tão perdido no meu medo de perder meu pai, que não vejo passar nada. Começo a fazer tudo no automático. Descemos, pegamos as bolsas e entramos num táxi.

A Outra Que AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora