Capítulo VI

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NÃO POSSO dizer que dormi. Minha raiva só aumenta. Essa mulher vai acabar despertando o que de pior há em mim. Não vou mentir que vi o dia raiar e fiquei arquitetando inúmeras maneiras de matar essa vadia. Ok, pensar não me faz um assassino. Mas também pensei em várias formas de dar o troco.

Analisando o pouco que vi dessa mulher eu iria me ferrar das duas formas. Se eu a matar, vou para a prisão. Se eu quisesse me vingar não surtiria efeito. Afinal, essa pilantra não tem coração.

Ela pede para Daniela me avisar que posso tirar o sábado de folga. É o que eu faço. Preciso me afastar dessa casa e dessa mulher antes que eu possa surtar.

Ligo para o meu pai, vejo como estão as coisas e como sempre ele me manda voltar para casa. Acho que meu pai ainda não percebeu que não quero voltar para aquela vida, aquela casa ou aquelas lembranças. Ele me faz prometer visitá-lo na próxima folga que eu tiver.

Vou ao encontro do meu amigo Carlos. Talvez conversar possa me ajudar a esquecer essa semana louca.

- Meu amigo, bem vindo de volta ao planeta terra – diz ele brincando.

- É bom estar de volta. Pena que por pouco tempo.

- Está tão ruim assim? – ele me oferece uma long neck.

- Acho que minha chefa vai me fazer surtar.

- A velha é chata assim?

- Que velha que nada. Lembra-se da gostosa da boate?

- A que te deixou plantado no hotel e foi embora?

- Exato.

- Tá brincando que sua chefa é a gostosa que você pegou?

- O pior é que ela continua me usando.

- E você gostando. Afinal ela não é tão grande e forte assim para pegar você a força.

- Não meu amigo. Engana-se. Ela é o próprio diabo. A mulher seduziria o papa.

Caímos na gargalhada. Conversamos sobre muitas coisas, mas o assunto principal é Andréia. Nem em meu dia de folga a desgraçada me deixa. "ou será você que não para de pensar nela?Talvez a diaba não seja tão ruim assim e você esteja gostando de tudo que está acontecendo. Talvez você goste de ser usado." Estou me irritando com essa voz. Mas será que é isso? Será que estou sendo louco e gostando de ser usado e humilhado dessa forma?

Parece que o sábado é curto demais. Quando vejo estou pegando minha bolsa e indo para o ponto de ônibus para voltar para a mansão.

CHEGO SEM que ninguém perceba minha entrada na casa. Somente os seguranças me viram entrar. Avisaram que a patroa havia saído.

Domingo passa sem novidades. Tudo igual, só saí com a patroa no domingo a noite para um jantar com seu pai e madrasta.

No outro dia a levo como de costume para a empresa e vou buscá-la no horário de sempre. Nisso passa-se uma semana. Já recebi meus três uniformes novos sobre medida. Chegaram na sexta a noite.

Tive duas folgas como combinado antes, uma na quarta e outra no sábado, porque a madame viajou a negócios.

Após essa primeira semana eu pensei que tudo entraria no eixo. Mas na semana seguinte o martírio recomeçou. Na quarta da semana seguinte ela foi a um jantar beneficente. Quando saiu do jantar, foi acompanhada por um jovem. Mas muito jovem mesmo. Deveria ter em torno de dezenove anos. Ela me pediu para levá-la para o abatedouro dela. Porém no meio do caminho a louca me pediu para parar o carro em uma via escura. E como estou aqui para cumprir ordens parei. Ela desceu do carro foi para um beco ainda mais escuro e com pouco movimento e transou com o moleque assim, um sexo público. Após uns vinte minutos ambos retornaram para o carro e ela mandou seguir para o hotel.

A Outra Que AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora