ACORDO COM gemidos. Meu olhar vai direto para a senhorita Alice. Ela está tremendo muito e gemendo.
Olho a lareira e vejo que o fogo está quase apagando. Vou ao depósito e apanho mais lenha. Coloco na lareira para que o fogo não apague.
- Senhorita... Alice está na hora do antitérmico. Está com mais dor?
- Fri-io.
Corro até o quarto e volto com o remédio. Passo na cozinha e apanho água voltando rápido para a sala. Ajudo-a com o remédio.
- Marcos, eu estou com muito frio - volto no quarto e apanho o termômetro.
- Aqui. Vamos ver como está sua febre - só de tocá-la eu já percebo que sua febre voltou a subir. O que é confirmado pelo termômetro, novamente quarenta graus.
Parece que não está adiantando os cobertores. Vem-me a cabeça uma idéia louca.
- Alice me permite tentar baixar sua febre?
- Qualquer coisa.
Eu tiro a camisa e deito-me no colchão com ela.
- Venha - abraço-a e sinto como o seu corpo está quente. Ela por sua vez. Está como uma criança com medo, toda encolhida no meu colo.
Com algum tempo eu estou suando, resolvo tirar a calça e o roupão dela. Ficamos num contato de pele com pele. Aos poucos ela para de tremer e vai se acalmando. Acho que o antitérmico começou a fazer efeito. E assim, com ela encolhida nos meus braços, dormimos.
No outro dia cedo quando abro meus olhos, sinto o braço dela em cima do meu peito. Só então analiso a situação. Ela está praticamente nua envolta em mim. E eu também estou só de cueca sentindo o calor de seu corpo.
Ela é linda, assim como a irmã. Mas é mais delicada. Inconscientemente minha mão acaricia seus cabelos, suas costas, seu braço sobre o meu peito... Só percebo o que estou fazendo quando minha mão toca sua costela e ela geme.
- Desculpe, e-eu estava... estava
- Obrigada.
- Pelo que?
- Por me ajudar. Mas agora eu preciso de minhas roupas.
- Não se sente envergonhada estando seminua comigo?
- Sentiria, mas não há nada em meu corpo que você já não tenha visto.
- Eu? Mas eu não olhei nada, eu juro que só estava te ajudando e...
- Me refiro a Andréia. Somos iguais. O que você viu nela é como uma cópia em mim.
- Alice não é como você pensa.
- Não penso nada. Eu vi. Vocês transam, são adultos...
- Sua irmã me usa, esse seria o termo correto - eu resolvo cortar o contato de nossos corpos.
- Pode até ser, mas você gosta.
- Não quero falar disso. Como eu disse, não é como você pensa.
- Se você quer compromisso ou se você não gosta, não entendo como se deixa "usar" - diz ela fazendo aspas com as mãos.
- Nem eu sei. Na verdade eu busco uma mulher que conheci na sua irmã, com beijo doce e gentil, delicada... Eu vi essa mulher nela, mas ela insiste em só mostrar a fera indomável e insaciável que ela tem.
- Tudo bem, não é da minha conta. Eu não deveria ter dito o que eu disse - ela apanha o roupão e veste - com licença.

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A Outra Que Amo
RandomTudo é muito confuso quando você não sabe qual é o verdadeiro valor de cada lado da moeda. Sempre que busco o amor, ele parece está cada vez mais escondido de mim.