Capítulo XLVII

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- GUSTAVO O que está fazendo? - pergunta Alice.

- Caladinha. Sente-se os dois. Vamos ter uma conversinha em família.

Eu olho para Alice que se aproxima de mim e eu faço um gesto com a cabeça para que ela não discuta, nem negue nada. Nos sentamos em um sofá. Olho para o Zé que está de bruços bem próximo aos nossos pés.

- Isso. Muito bem. É tão divertido. Um encontro de casais.

- O que você quer?- pergunto.

- Andreia como você está? - diz Alice tentando levar a mão para tocar a irmã.

- Na- na- ni- na- não. Nada de conversinhas fora do nosso assunto principal. Sua irmã está bem.

- Ela está sangrando. Você a machucou seu maluco! - Alice levanta  e ele vira a arma para ela.

- Senta!

- Amor, por favor não contrarie esse lunático. 

- Amor? Engraçado, a pouco tempo você não queria ver ela nem pintada de ouro. E você queridinha, queria ver o diabo menos ele.

- Por que você tá fazendo isso?

- Pelo que rege o mundo bebê... dinheiro.

- Diz quanto você quer?

- Tudo. Todo o dinheiro da família Smith. Na verdade o plano era o dinheiro da família Smith, mas como a safadinha da Alice pegou barriga desse idiota... o plano era ficar com a fortuna dele também.

- Como?

- A algum tempo eu planejei matar seu papai Alice. Assim eu me casaria com a Andreia e daria um jeito de tirar toda a fortuna dela. Se não fosse por procuração, seria por herança. Mas era pouco... eu queria a sua parte também. Descobri que sua irmãzinha safada - ele aproxima mais o cano da arma no rosto de Andreia - ela fez com que seu pai passasse toda a herança para ela. Restando a você só a parte que coube de sua mãe. Danadinha ela, né?

- Andreia como pôde? - pergunta Alice.

- Fiz isso para proteger nossa herança. O papai vivia casando e separando. Trocando de mulher como se troca de sapato...

- Caladinha. A intenção dela foi " nobre". Mas ainda tinha a sua parte que era muita coisa. Sua mãe era muito rica também.  E eu quero essa parte também. Então, eu precisava dividir e conquistar. Andreia se acha muito esperta... eu sempre soube que no fundo no fundo Alice ainda sentia algo por mim... meus planos estavam indo muito bem. Até aparecer esse babaca para atrapalhar. 

- Se  é dinheiro que você quer eu posso transferir muito dinheiro para você deixar-nos em paz.

- E assim que eu sair, vocês chamarem a polícia?  - ele sorri - não sou idiota. Eu tentei tirar você do meu caminho. Mas você é duro na queda. Carazinho chato. Meu plano era fazer a Andreia assinar uma procuração passando todos os bens dela pra mim. E me casar com a Alice, grávida e desiludida eu assumiria seu filho... é um menino, não? Depois usaria a criança para arrancar tudo seu babaca. Você pagaria qualquer coisa pela vida do seu filho não é?

- Você acha que Andreia assinaria qualquer documento pra você e como pensa que me casaria contigo?

-Você não conhece sua irmã... por sexo ela assina qualquer coisa. É uma doente! Quanto a você a G&C é minha. Gabriel é só um laranja. Você é ridiculamente carente. No Japão, sozinha com um filho pequeno precisando da presença de um pai...  se eu te conquistei antes, carente seria ainda mais fácil.

- Você não presta! 

- Ai,ai.. o que aconteceu?

Gustavo atira no Zé. Que estava se levantando e cai novamente. A arma tem silenciador... a esperança de alguém vir até nós fica difícil. Me ajoelho para tentar fazer algo pelo Zé.

- De pé. Esqueça esse faxineiro. Vamos, Andreia já assinou o documento agora você benzinho. Assina Alice.

- E depois? Vai nos deixar ir?

- Sim. Claro. Minha intenção não é matar. Só quero o dinheiro. 


ALICE LEVANTA vai até a mesa onde está um papel assinado. O Gustavo levanta-se com a Andreia e acompanha a assinatura.

- Pronto, tá assinado. Agora solta minha irmã. Ela tá doente. 

- É, eu sei. Por isso não me importo, sei que não demora a morrer...

Enquanto essa situação se desenrola, minha preocupação fica no Zé mas vejo que ele se arrasta bem lentamente em direção a porta da sacada que está aberta, somente com as cortinas fechadas. Nesse momento me tranquilizo um pouco por saber que ele não está morto.

- Ótimo. Agora tenho que me precaver que vocês não vão chamar a polícia antes de eu estar seguro - então ele empurra Andreia até mim que cai e segura Alice.

- Alice! - gritamos.

- Não tentem nada... andei pesquisando sua vida seu idiota. Não vai querer perder a mulher e o filho outra vez não é? Não tente nada ou antes que alguém faça qualquer coisa eu mato ela!

- Me leve, esqueça Alice. Leve a mim.

- Deixa eu ver... um homem saudável que pode lutar e me dar trabalho...ou uma mulher doce e frágil, que não vai tentar nada para  proteger seu bebê... ahnnn não. Eu fico com ela.

- Gustavo você já tem o que precisa não precisa levar a Alice - digo isso andando em direção a ele e ele se afastando de costas, num movimento instintivo de se proteger na distancia. Se aproxima da porta da sacada.

- Se afasta...

Ele aponta a arma pra mim e num segundo tudo muda. O Zé segura o Gustavo pela perna, ele se vira para o chão, soltando um pouco o braço que estava em torno de Alice. De repente vejo Andreia passando por mim.

- Corre Alice! - Andreia arrasta Alice. 

Gustavo se desequilibra  e atira, caindo da varanda. Exatamente do 6º andar. Olho para o Zé no chão. Corro pra porta da sacada, Gustavo está sobre um carro lá embaixo, no estacionamento.

- Zé, como você está? 

- Preciso de um médic... ele desmaia. 

- Zé?- vejo um rastro de sangue no chão.

- ANDREIA NÃO! - me viro e vejo que o tiro pegou no peito da Andreia ela está no colo da irmã sangrando muito - Marcos me ajuda!

- Alô. Larissa chama uma ambulância particular agora para meu antigo endereço agora!- logo em seguida faço outra ligação - Polícia? Preciso de uma viatura agora, houve um homicídio...

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