Capítulo X

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CARLOS

RECEBO UMA ligação de um número desconhecido, mas há barulho na boate que mal consigo ouvir...

- É o senhor Marcos...

- André pode tomar conta um minuto? Preciso atender essa ligação – peço ao meu colega de trabalho para que fique no meu lugar enquanto vou para o lado de fora ouvir direito – Alô?

- Alô, senhor Carlos?

­- Sim é ele...

- Senhor Carlos aqui é o José. Sou o porteiro no prédio do senhor Marcos.

- Oi José. Aconteceu alguma coisa?

- Sim. Seu Carlos o senhor Marcos está indo para o hospital.

- Hospital? Espera que eu estou indo pra aí.

Coloco o celular no bolso e aviso que estou de saída, como a boate já está quase fechando, ninguém se importa. O prédio do Marcos é próximo daqui vou correndo até lá. Chegando ao prédio, vejo uma ambulância saindo.

- Para onde estão levando ele? – pergunto ao bombeiro.

- Você é parente?

- Sim. Sou primo dele.

- Vamos levá-lo para o Santa Efigênia. O senhor pode acompanhá-lo.

- Qual o estado dele?

- Bem, ele está desacordado.

- Eu vou apanhar umas coisas, os documentos e sigo para o hospital depois.

O José está na porta me aguardando. Está muito nervoso.

- Ainda bem que veio senhor Carlos.

- O que houve José?

- Ele estava atravessando a rua e falando ao telefone, de repente veio um carro e atropelou ele. O carro surgiu do nada.

- Mas não parou nem pra auxiliar?

- Não, mas eu anotei o modelo, a placa eu não consegui estava escuro e foi muito rápido.

- Essa cidade está a cada dia mais perigosa. Eu disse a ele para aguardar eu vir com ele. Mas é muito teimoso.

- Aqui está a carteira dele e o celular.

- Ainda bem que você estava aqui José. Agora vou pegar umas roupas e vou para o hospital.

Quando entro no elevador, começo a colocar a bateria de volta no celular que estava todo desmontado e com a tela trincada. Para minha surpresa o telefone volta a tocar. Olho para a tela com dificuldade e vejo que é meu tio Rogério ligando.

- Droga, o que eu vou dizer a ele? Melhor ignorar e ver primeiro o estado do Marcos. Depois eu ligo.

Desligo o aparelho. Pego umas peças de roupas, coloco numa mochila, verifico a carteira dele para ver se os documentos necessários estão todos certos.

Sigo para o hospital.

Chegando vou até a recepção.

- Com licença, o senhor Marcos Gazzo como está e onde está? – pergunto a moça na recepção que verifica o computador.

- O senhor é parente?

- Sim, sou primo.

- Ele está sendo examinado. O senhor terá que aguardar e preencher alguns dados para a internação dele.

A Outra Que AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora