Capítulo XXXV

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À NOITE meu pai e eu vamos a um jantar de negócios. A Lourrane está presente, se insinua o tempo todo para mim. A coisa tá tão explícita que meu pai percebe meu constrangimento e resolve intervir.

- Espero que no próximo jantar de negócios no mês que vem você possa trazer a Alice, Marcos.

- Verdade. Inclusive será uma boa data para apresentar a todos a futura senhora Gazzo - complemento.

- Futura senhora Gazzo? - pergunta Lourrane - achei que você já era casado.

- Você esteve muitos anos fora Lourrane. Infelizmente eu fiquei viúvo há alguns anos. E faz algum tempo que estou namorando outra pessoa. Uma mulher incrível. A Alice, você vai gostar de conhecê-la.

- Pensei ter ouvido futura senhora Gazzo. Então é só um namorinho...

- Não. Vou pedi-la em casamento assim que voltar.

- Entendo.

- Um brinde ao futuro casal! - diz meu pai.

- Um brinde!- todos levantam suas taças, a menos entusiasmada é Lourrane.

Na volta para casa, eu, meu pai e Flávio vamos conversando animadamente sobre o grande negócio que foi fechado.

- É Marcos, parece que a Lourrane não te esqueceu - diz Flávio.

- Não importa. Ela nunca teve um lugar cativo no meu coração. Foi somente um namorico de juventude. 

- Parece que não para ela.

- Então você fará o pedido a Alice assim que voltar? Tenho certeza que ela vai aceitar. Ela te ama, isso se percebe de longe - diz meu pai.

- Eu também a amo.

- Teremos festa em breve então - diz Flávio.

- Sim. Não quero um noivado demorado. A propósito eu vou voltar para lá amanhã. Ainda é necessária minha presença aqui?

- Não, não. Pode ir tranquilo.

O carro finalmente chega em casa. 

- Mando o motorista vir te buscar cedo amanhã então - diz Flávio.

- Flávio por que não dorme aqui? Está muito tarde para sair dirigindo por aí.

- Tens razão. Será que a Barb não vai se incomodar?

- Ela é uma velha chata, mas gosta de bons amigos em casa - diz meu pai.

 Entramos, mesmo estando tarde Barb nos aguarda. Comunicamos que o Flávio vai ficar e ela o encaminha ao quarto de hóspedes.

- Boa noite senhor Gazzo. Boa noite Marcos - diz Flávio.

- Boa noite - responde meu pai.

- Flávio, você gostaria de ser meu padrinho de casamento? - pergunto.

- Oh meu Deus! Claro que sim Marcos. Fico muito feliz, obrigado.

- Eu que agradeço. Boa noite.


NO OUTRO dia cedo eu viajo para pedir a minha querida Alice em casamento. No jatinho fico observando a Aliança que comprei de noivado para ela. Pretendo dar a aliança que foi de minha mãe a ela quando nos casarmos. Eu não dei ela a minha ex porque meu pai não deixou. Foi até melhor assim.

São oito horas da manhã quando o jatinho pousa. Pego um táxi executivo, não vou em casa, vou direto para casa de Alice. Eu liguei ontem a noite, mas ela não atendeu. Mandou mensagem dizendo que estava com o pai e que mais tarde iria aproveitar que a irmã havia contratado uma enfermeira, e iria para casa descansar.

Chegando à rua do prédio de Alice eu peço para parar o carro, desço rapidamente e compro um buquê. Quero fazer uma surpresa, acordá-la com flores e um anel de noivado. Trazer um pouco de felicidade para ela, que está tendo dias muito difíceis.

O táxi para, desço, pago. Vou direto para o elevador, subo todo feliz, mesmo com a mala junto. Retiro a chave do bolso. Abro a porta e entro.

Começo a andar em direção ao quarto dela.

- Nossa. Tem garrafa de vinho aberta. 

Há roupas dela pelo chão. Uma certa bagunça. Alice não é disso. Deve estar muito estressada e cansada.

A porta do quarto está aberta. Alice está na cama deitada. 

- Alice amor?! - me aproximo da cama. Minha mala ficou na sala.

Tento acordá-la, mas ela mal se mexe.

- Alice.

De repente percebo que ela está nua. Passo a mão por seu corpo, que saudade. Ouço algo.

- Droga!

Olho para trás rapidamente e vejo o Gustavo saindo do banheiro dela enrolado em uma toalha.

A Outra Que AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora