À NOITE meu pai e eu vamos a um jantar de negócios. A Lourrane está presente, se insinua o tempo todo para mim. A coisa tá tão explícita que meu pai percebe meu constrangimento e resolve intervir.
- Espero que no próximo jantar de negócios no mês que vem você possa trazer a Alice, Marcos.
- Verdade. Inclusive será uma boa data para apresentar a todos a futura senhora Gazzo - complemento.
- Futura senhora Gazzo? - pergunta Lourrane - achei que você já era casado.
- Você esteve muitos anos fora Lourrane. Infelizmente eu fiquei viúvo há alguns anos. E faz algum tempo que estou namorando outra pessoa. Uma mulher incrível. A Alice, você vai gostar de conhecê-la.
- Pensei ter ouvido futura senhora Gazzo. Então é só um namorinho...
- Não. Vou pedi-la em casamento assim que voltar.
- Entendo.
- Um brinde ao futuro casal! - diz meu pai.
- Um brinde!- todos levantam suas taças, a menos entusiasmada é Lourrane.
Na volta para casa, eu, meu pai e Flávio vamos conversando animadamente sobre o grande negócio que foi fechado.
- É Marcos, parece que a Lourrane não te esqueceu - diz Flávio.
- Não importa. Ela nunca teve um lugar cativo no meu coração. Foi somente um namorico de juventude.
- Parece que não para ela.
- Então você fará o pedido a Alice assim que voltar? Tenho certeza que ela vai aceitar. Ela te ama, isso se percebe de longe - diz meu pai.
- Eu também a amo.
- Teremos festa em breve então - diz Flávio.
- Sim. Não quero um noivado demorado. A propósito eu vou voltar para lá amanhã. Ainda é necessária minha presença aqui?
- Não, não. Pode ir tranquilo.
O carro finalmente chega em casa.
- Mando o motorista vir te buscar cedo amanhã então - diz Flávio.
- Flávio por que não dorme aqui? Está muito tarde para sair dirigindo por aí.
- Tens razão. Será que a Barb não vai se incomodar?
- Ela é uma velha chata, mas gosta de bons amigos em casa - diz meu pai.
Entramos, mesmo estando tarde Barb nos aguarda. Comunicamos que o Flávio vai ficar e ela o encaminha ao quarto de hóspedes.
- Boa noite senhor Gazzo. Boa noite Marcos - diz Flávio.
- Boa noite - responde meu pai.
- Flávio, você gostaria de ser meu padrinho de casamento? - pergunto.
- Oh meu Deus! Claro que sim Marcos. Fico muito feliz, obrigado.
- Eu que agradeço. Boa noite.
NO OUTRO dia cedo eu viajo para pedir a minha querida Alice em casamento. No jatinho fico observando a Aliança que comprei de noivado para ela. Pretendo dar a aliança que foi de minha mãe a ela quando nos casarmos. Eu não dei ela a minha ex porque meu pai não deixou. Foi até melhor assim.
São oito horas da manhã quando o jatinho pousa. Pego um táxi executivo, não vou em casa, vou direto para casa de Alice. Eu liguei ontem a noite, mas ela não atendeu. Mandou mensagem dizendo que estava com o pai e que mais tarde iria aproveitar que a irmã havia contratado uma enfermeira, e iria para casa descansar.
Chegando à rua do prédio de Alice eu peço para parar o carro, desço rapidamente e compro um buquê. Quero fazer uma surpresa, acordá-la com flores e um anel de noivado. Trazer um pouco de felicidade para ela, que está tendo dias muito difíceis.
O táxi para, desço, pago. Vou direto para o elevador, subo todo feliz, mesmo com a mala junto. Retiro a chave do bolso. Abro a porta e entro.
Começo a andar em direção ao quarto dela.
- Nossa. Tem garrafa de vinho aberta.
Há roupas dela pelo chão. Uma certa bagunça. Alice não é disso. Deve estar muito estressada e cansada.
A porta do quarto está aberta. Alice está na cama deitada.
- Alice amor?! - me aproximo da cama. Minha mala ficou na sala.
Tento acordá-la, mas ela mal se mexe.
- Alice.
De repente percebo que ela está nua. Passo a mão por seu corpo, que saudade. Ouço algo.
- Droga!
Olho para trás rapidamente e vejo o Gustavo saindo do banheiro dela enrolado em uma toalha.
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A Outra Que Amo
عشوائيTudo é muito confuso quando você não sabe qual é o verdadeiro valor de cada lado da moeda. Sempre que busco o amor, ele parece está cada vez mais escondido de mim.