Capítulo VII

157 43 119
                                    


ACHO QUE as coisas não vão ficar muito boas para o meu lado. Mas quer saber? Sei que preciso me sustentar, mas nunca pensei em usar meu corpo para isso. Posso ser tudo, mas eu me respeito. Se ela quiser me demitir que demita, mas não vou me tornar seu brinquedinho.

Quando vou buscá-la no fim da tarde ela entra no carro e pede para que eu a leve para um restaurante japonês. Parece que não está de mau humor como eu esperava.Fomos e quando cheguei à porta de entrada do mesmo eu vou abrir a porta dela.

- Dê as chaves ao manobrista e entre comigo – dizendo isso ela desce do carro.

- Como assim?

- Você pode ser tudo Marcos, mas surdo ou burro eu sei que você não é. Já disse você entra comigo.

- Não posso sou só seu motorista.

- Você pode e vai fazer. Primeiro porque não quero comer sozinha. Segundo que eu estou te dando uma ordem.

Ela vai em direção a porta e me aguarda. Eu não estou a fim de reclamar nem de confusões por hoje. Resolvo acompanhá-la.

Na entrada ela me manda retirar o quepe. Eu retiro e coloco embaixo do braço. Entramos e a recepcionista nos leva para outra parte do restaurante. O restaurante é muito diferente e as mesas ficam em pequenas salas com biombos e iluminação exclusivas. Era tudo bem discreto e reservado.

Assim que entramos e sentamos uma japonesa ou uma moça se fazendo passar por uma, nos pergunta, ou melhor, pergunta a ela se ela quer o mesmo de sempre. Ela confirma e a moça sai.

- Coloque o quepe no chão e retire a gravata. Lave suas mãos para podermos comer.

- OK - retiro a gravata, coloco-a dentro do quepe e ponho ao lado da mesa. A mesa é quase no chão. E estamos sentados no mesmo. É na verdade bem incomodo.

- Você parece não está muito confortável – ela afirma me observando.

- Não sou muito fã de sentar no chão.

- Não estamos no chão. Há uma almofada.

- Você pode ser tudo, mas burra não é. Entendeu muito bem o que quero dizer.

- Ultimamente você anda com essa língua bem afiada. Melhor controlar ela ou mandarei lavar com sabão – ela sorri.

Levanto-me para sair e ela pergunta aonde vou.

- Lavar as mãos.

- Essa pintura grande na verdade é uma porta...

- E?

- ...de um banheiro. Não precisa ir lá fora. Temos tudo que queremos aqui. Você parece que nunca esteve num restaurante japonês antes.

Resolvo não responder. Vou lavar as mãos. Quando retorno quase caio de costas.

- O que é isso? – pergunto admirado.

- Nosso jantar. Sente-se e coma.

Sobre a mesa havia uma mulher lindíssima nua coberta com comida japonesa. Eu não sabia se ia embora, se aquilo era uma brincadeira ou se realmente ela estava mesmo falando sério.

Claro que eu já havia feito uma refeição em que a mulher servia-me como prato, mas não acompanhada de outra mulher.

- Sempre servem o jantar assim aqui?

- Não. Só para clientes especiais como eu.

- Você pediu isso?- pego o hashi para começar a comer, afinal não quero deixar a moça nua constrangida.

A Outra Que AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora