FICO PARALISADO enquanto Alice rapidamente sai do quarto. Levanto-me e fecho o zíper da calça.
- Viu o que você fez? – falo áspero apontando o dedo para Andréia que parece nada incomodada com a situação.
- Droga, eu vou ficar sem comer, ela derrubou toda minha comida no chão – seu tom de deboche só me deixa mais enfurecido.
Sei que ela não é a única culpada, eu bem que contribui para isso, não me controlando e não percebendo que isso poderia ocorrer principalmente com a porta aberta.
- O que houve?- ouço a voz da Daniela atrás de mim observando toda a sujeira no chão.
- A estabanada da minha irmã que deixou a bandeja cair.
- Sei... – o olhar de Daniela deixa transparecer que ela não engoliu.
Daniela começa a recolher a bandeja e as coisas do chão. Eu me ofereço para ajudar.
- Muito ajuda quem não atrapalha – diz isso olhando para mim com olhar de repreensão.
Resolvo sair do quarto. Chegando à cozinha vejo Alice no jardim, resolvo ir até ela. Ainda não sei o que dizer para tentar explicar o que ocorreu, mas sei que não há como explicar.
- Senhorita Alice... - ela não me olha, mas sinto que está tensa pela posição que seu corpo adquire – Eu gostaria de dizer que não é nada do que a senhorita...
- Não precisa se justificar comigo senhor Marcos. Eu não deveria ter entrado sem bater na porta – diz ela me interrompendo.
- Mas eu quero pedir desculpas, pois não era pra...
- Pra eu ter visto? – ela se vira para mim e me encara – Eu não vi nada.
Seus olhos me deixam totalmente desconcertado. Em menos de 48h é a segunda vez que a deixo constrangida. Isso me deixa totalmente fora de centro.
Resolvo ir para meu quarto, afinal nada que eu disser vai ser útil para justificar o injustificável.
No horário do almoço todos fomos para a mesa. Percebo que Daniela me olha com cara de poucos amigos. Quando o almoço já está no meio, Thiago comenta que sentiu falta da senhorita Alice na mesa conosco.
Olhando pra mim Daniela responde que ela preferiu comer no seu quarto sozinha.
À TARDE quando tudo parece mais calmo vejo os seguranças comentando da academia que fica atrás da garagem. Eles falam que uma casa imensa como essa é sempre para muitos moradores não para somente uma única moradora. Que isso chega a ser anti-social haja vista que a grande maioria da população mal tem onde ficar.
Quero descarregar toda essa tensão e por que não usar essa academia? Pergunto a Daniela se posso usar a academia ou se é somente para a patroa. Mesmo com seu mau humor visível ela resolve me responder.
- Por que não pergunta a sua dona se você pode ou não usar a academia dela?
- Minha dona?
- Parece que o que lhe disse entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Não sei exatamente o que ocorreu naquele quarto, mas imagino pelo enredo e pelo estado em que Alice chegou à cozinha me pedindo para levar outro prato para a irmã, que não foi nada comum entre patrão e empregado.
- Daniela acredite, eu...
- Não quero acreditar em nada Marcos. Você que deve dizer isso para si próprio até se convencer de suas próprias palavras. Só te digo uma coisa, isso não vai acabar bem.
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A Outra Que Amo
RandomTudo é muito confuso quando você não sabe qual é o verdadeiro valor de cada lado da moeda. Sempre que busco o amor, ele parece está cada vez mais escondido de mim.