Capítulo XXXIII

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ALICE TEM que pegar o resultados de alguns exames bem no dia em que eu vou viajar para tratar de negócios. Como vou ficar uma semana longe dela?

Um dia antes da minha viagem ela vem dormir no meu apartamento. Jantamos, conversamos, o telefone dela toca e como antes, chamada restrita... ela não atende.

- Não vai atender?

- Eu não, nunca diz nada. Estou seriamente pensando em mudar de número.

- Difícil por conta dos seus clientes.

- Só não entendo porque essa pessoa está fazendo isso.

- A propósito, eu liguei para seu escritório ontem, ia te chamar para almoçar, estava lá perto.

- Foi?

- Você não estava. Onde foi?

- Ontem na hora do almoço... 

- Tentei seu celular... mas estava desligado. 

- Ah, claro. Estava numa audiência ontem... 

- Hummm


SÃO TRÊS horas da manhã, levanto para ir na cozinha e vejo uma luz vindo de cima da mesa. Vou observar e é o celular da Alice vibrando... número restrito.

- Alô? - eu sei, não deveria ter atendido. Mas, minha intenção era dar um basta nessa pessoa. Afinal, três horas da manhã não é horário de passar trote.

- Alice amor... ele já foi dormir? Podemos falar?

- Como é?

Óbvio que desligou. Voz de homem. E eu posso ser maluco, mas eu conheço essa voz... não lembro de quem é agora.

- Alice!

- Hum... Marcos, que foi?

Acendo a luz para ver os olhos dela ao falar comigo. Mostro o celular.

- Seu celular estava tocando.

- Acordou com meu celular tocando? Mas eu ponho sempre para só vibrar antes de ir dormir.

- Não. Eu fui na cozinha tomar água... e vi que estava tocando. 

- Quem era?

- Não sei, me diga você.

Ela apanha o celular da minha mão e verifica a ultima chamada.

- Número restrito outra vez...

- Mas era um homem.

- Um homem? - ela parece surpresa.

- E você deve conhecer. Te chamou pelo nome e de amor.

- Oi? Será que era meu pai? - ela senta-se na cama.

- Seu pai te chama de amor e pergunta se eu já fui dormir?

- Como é? Marcos, seja lá quem foi deve estar mesmo passando trote.

- Muito estranho.

Naquele momento a noite acabou pra mim. Meu ciúmes me faz pensar mil coisas, ligações, flores, lingerie... 

- GUSTAVO!

- O que? - diz Alice surpresa.

- A voz era do Gustavo. Você anda se encontrando com ele Alice?

- Claro que não!

A Outra Que AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora