Capítulo XXI

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CORRO PARA a mesa para tirar Alice de lá. O cara que está com ela segura a moça e quando me aproximo, ouço ela dizer.

-... Você é um canalha e ela é uma tremenda vadia.

Chego até Alice que está com a mão no rosto, ainda por reflexo do tapa levado.

- Alice você está bem?

- Bem? Essa puta é sua namorada? Porque ela tá dando para o meu noivo.

Olho para Alice. Depois olho para o cara.

- Amor, vamos sair daqui. Não é nada do que você tá pensando. Eu não tenho nada com essa moça.

- Não tem porque eu cheguei. Se demoro um pouco mais te encontrava dentro dessa piranha.

- Olha aqui, você já me agrediu fisicamente, verbalmente e eu posso te processar por calunia e difamação sua louca! Eu não tenho culpa que você tenha escolhido para noivo essa pilantra safado. Eu não lhe devo satisfação de nada que faço em minha vida, mas foi o seu macho que veio até minha mesa, e disse que era solteiro. Eu estou aqui com meu amigo, não vim aqui atrás do seu homem. Agora tome muito cuidado com o que você diz ou chamo a policia e resolveremos isso lá. Outra coisa, leve o seu noivinho daqui. Ele é quem te deve satisfação e respeito, não eu. Se quer brigar com alguém brigue com ele. Pois é ele que dorme com você e que deve te amar e respeitar. Você tanto não confia nele que veio atrás. É assim que você sonha que seja seu casamento? Ele saindo à noite para paquerar e você esperando ele voltar? Resolva suas questões com ele. Com licença – ela vira-se para mim e me pede para irmos embora.

Já do lado de fora da boate estamos esperando o manobrista trazer o carro.

- Quando você disse que era boa em argumentar... eu não esperava uma lição como essa. Você está bem?

- Por que as mulheres pegam seus companheiros com outra e não bate nele? É sempre a outra quem apanha.

- Talvez por ser mais fácil. Talvez medo do cara abandoná-la. Você estava se divertindo com ele não tava?

- Esse cara daria um ótimo advogado. Tem uma lábia...

Começamos a ri e o manobrista chega com o carro.

LEVO ALICE daquele local. Não sabemos no que deu a confusão do casal. A noite estava boa demais para ser verdade. Mas tento fazer uma ultima tentativa.

- Quero te levar num local. Você aceita?

- Vai ter outro babaca lá?

- Só eu – dou um sorriso com a piadinha infame que faço.

Dirijo o carro até um local bem afastado. É bem íngreme e escuro que Alice me olha com uma cara de interrogação.

- Por acaso tem alguma pá no porta malas desse carro? – diz ela sorrindo.

Eu freio o carro e nossos corpos dão uma leve sacudida.

- Como sabe?

Ela me olha feio. Eu continuo dirigindo. Agora estou numa parte ampla. Finalmente desligo o carro.

- Chegamos – digo para Alice já tirando o cinto e abrindo a porta.

- Você não tá pensando em me matar mesmo não, não é? – ela desce e dá a volta no carro para a frente dele onde estou.

Eu me sento sobre o capô e ela faz o mesmo.

- Olhe para o céu.

- Nossa que céu maravilhoso. Como sabia desse lugar?

A Outra Que AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora