- FLÁVIO, VOU para casa. Tente entrar em contato com a Larissa e me passe a ligação assim que conseguir. Liga para a portaria e pede pra alguém levar meu carro para a entrada do prédio.
- Ok.
Pego minha bolsa, coloco a carta com o resultado do exame e vou para o elevador. Aperto o botão, mas parece uma eternidade até ele chegar.
Na portaria, vou direto para a porta e espero pouco até meu carro chegar. Vou caminhando até o carro quando ouço...
- Marcos!
Olho para o lado e vejo Andreia com um cara vindo em minha direção.
- Achei que já tivesse indo embora?
- Estava. Mas precisava verificar se você amava mesmo minha irmã. Está indo para o aeroporto?
- Não. Para minha casa.
- Então não vai atrás dela?
- Andreia, eu não posso simplesmente aparecer assim do nada, depois de meses ... Liguei para ela, mas não sei o que aconteceu. Ou ela desligou ou pode estar em um local com sinal ruim.
- Liga para Larissa.
- Depois do nosso término eu deletei todos os contatos que poderiam me lembrar ela. Incluindo a Larissa.
- Larissa Godoy... só buscar, se preferir, liguei para a Smith e peça o contato dela. Eu poderia lhe passar, mas não gravo números de funcionários...e meu celular desapareceu após o acidente. Não comprei outro.
- E por que não?
- Gustavo...
- Preciso ir.
Entro no carro. Assim que ligo o veículo... o cara sai empurrando a cadeira com a Andreia.
- Andreia...
- Sim - ela faz sinal para o cara parar e virar a cadeira em minha direção.
- Obrigado pelo que está fazendo. Bom retorno para você e melhoras.
- Só estou tentando consertar as coisas. E não vou voltar por agora para lá. Talvez esteja mais segura aqui. Longe...
- Por que não se abriga com seu pai?
- Seria um dos primeiros locais em que o Gustavo colocaria alguém atrás de mim.
- Quem te garante que ele não colocaria aqui também?
- Ele jamais sonharia que eu iria confessar, justo a você, tudo o que fizemos.
- Ok. Tchau.
- Marcos...
- Sim!
- Boa sorte. E vou deixar meu número com seu amigo Flávio. Se precisar...
- Ok. Obrigado - dou a partida e vou para casa.
No caminho faço uma ligação através do painel do carro.
- Flávio, conseguiu?
- Ainda não. Mas a Andreia ligou para cá deixando o número dela.
- Ok. Ela disse que faria isso. Também deu uma ideia. Procure por Larissa Godoy, se não encontrar ligue para a empresa da Andréia, que lhe darão o número da Larissa.
- Certo.
Chego em casa e entro como um foguete. Minha intenção é ir para o quarto e fazer uma pequena mala para viajar.
- Filho! - diz Barb.
Paro no caminho e me volto para ela.
- Sinto muito Barb, mas preciso fazer uma pequena mala pra ontem...
- A Lourrane está aqui te aguardando.
- Lourrane?
Lourrane aparece abatida. Corre até mim e me abraça.
- Oh, Marcos! - começa a chorar.
- O que houve? - retiro os braços dela, que estavam envoltos em meu pescoço.
- Meu pai. Recebi uma ligação. Ele foi internado em estado gravíssimo.
- Sinto muito Lourrane. Mas o que ele tem?
- Infarto. Vai precisar fazer uma cirurgia. Eu tenho que viajar o quanto antes para ficar com ele.
- Entendo.
- Ele está em Paris. Mas, não posso viajar nesse estado... você poderia ir comigo. Em nome dos velhos tempo e de nossa amizade.
E agora?
- Lourrane - levo ela até o sofá - sente-se.
Tento explicar que não tenho como acompanhá-la. E que estou tentando resolver um assunto muito importante.
- Mas eu preciso de você!
- Sim, eu sei. Mas infelizmente nesse exato momento não posso me afastar do país.
- Você está colocando seus negócios acima da nossa amizade e da saúde do meu pai? Um antigo amigo de sua família?
- Não é isso Lourrane...
- Então é o que? - diz ela se levantando e falando alto. Tão alto que meu pai aparece na sala.
- Lourrane eu preciso ir procurar a Alice.
- O que? Você está me fazendo essa desfeita para ir atrás de uma vagabunda que te traiu?
- Vagabunda não.
- Agora você está defendendo ela?
- Claro que sim.
- Claro que sim? Você é um idiota e muito burro...
- O que você quer que eu faça? Não posso ir. A Alice é muito importante pra mim nesse momento.
- Mas ela é uma vagabunda e meu pai está morrendo. Estou te implorando...
- Lourrane, por favor não faça isso...
Ela começa a chorar e gritar. Meu pai tenta acalmá-la... e vai do choro a tentar me socar.
- Achei que você ao menos teria alguma consideração comigo seu... seu...
- Mas eu tenho Lourrane, só não posso ir agora...
- Vai atrás daquela vadia.
- Ela não é vadia... é a mulher com que vou me casar.
- Casar? - diz todos ao mesmo tempo.
- Sim. Casar... ela está esperando um filho meu!
Antes que comecem as perguntas vou para o quarto arrumar a mala. Assim que adentro meu celular toca.
- Sim Flávio.
- Estou te enviando por mensagem o número da Larissa.
- Ok, obrigado. A propósito, venha aqui e tente ver se a Lourrane aceita sua companhia para ir a Paris, ajudá-la.
- Como é?
- Só venha. Meu pai te explica. Obrigado Flávio.
Ligo para Larissa.
- Alô?
- Larissa, sou eu Marcos. Por acaso você está com a Alice?
- Não. Ela está no apartamento dela, foi arrumar as malas.
- Malas?
- Sim. Ela vai para o Japão.
- O que?
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A Outra Que Amo
De TodoTudo é muito confuso quando você não sabe qual é o verdadeiro valor de cada lado da moeda. Sempre que busco o amor, ele parece está cada vez mais escondido de mim.