Capítulo XLII

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- FLÁVIO, VOU para casa. Tente entrar em contato com a Larissa e me passe a ligação assim que conseguir. Liga para a portaria e pede pra alguém levar meu carro para a entrada do prédio.

- Ok.

Pego minha bolsa, coloco a carta com o resultado do exame e vou para o elevador. Aperto o botão, mas parece uma eternidade até ele chegar.

Na portaria, vou direto para a porta e espero pouco até meu carro chegar. Vou caminhando até o carro quando ouço...

- Marcos!

Olho para o lado e vejo Andreia com um cara vindo em minha direção.

- Achei que já tivesse indo embora?

- Estava. Mas precisava verificar se você amava mesmo minha irmã. Está indo para o aeroporto?

- Não. Para minha casa. 

- Então não vai atrás dela?

- Andreia, eu não posso simplesmente aparecer assim do nada, depois de meses ... Liguei para ela, mas não sei o que aconteceu. Ou ela desligou ou pode estar em um local com sinal ruim.

- Liga para Larissa.

- Depois do nosso término eu deletei todos os contatos que poderiam me lembrar ela. Incluindo a Larissa.

- Larissa Godoy... só buscar, se preferir, liguei para a Smith e peça o contato dela. Eu poderia lhe passar, mas não gravo números de funcionários...e meu celular desapareceu após o acidente. Não comprei outro. 

- E por que não?

- Gustavo...

- Preciso ir. 

Entro no carro. Assim que ligo o veículo... o cara sai empurrando a cadeira com a Andreia.

- Andreia...

- Sim - ela faz sinal para o cara parar e virar a cadeira em minha direção.

- Obrigado pelo que está fazendo. Bom retorno para você e melhoras.

- Só estou tentando consertar as coisas. E não vou voltar por agora para lá. Talvez esteja mais segura aqui. Longe...

- Por que não se abriga com seu pai?

- Seria um dos primeiros locais em que o Gustavo colocaria alguém atrás de mim.

- Quem te garante que ele não colocaria aqui também?

- Ele jamais sonharia que eu iria confessar, justo a você, tudo o que fizemos.

- Ok. Tchau. 

- Marcos...

- Sim!

- Boa sorte. E vou deixar meu número com seu amigo Flávio. Se precisar...

- Ok. Obrigado - dou a partida e vou para casa.

No caminho faço uma ligação através do painel do carro. 

- Flávio, conseguiu?

- Ainda não. Mas a Andreia ligou para cá deixando o número dela.

- Ok. Ela disse que faria isso. Também deu uma ideia. Procure por Larissa Godoy, se não encontrar ligue para a empresa da Andréia, que lhe darão o número da Larissa.

- Certo.

Chego em casa e entro como um foguete. Minha intenção é ir para o quarto e fazer uma pequena mala para viajar. 

- Filho! - diz Barb.

Paro no caminho e me volto para ela.

- Sinto muito Barb, mas preciso fazer uma pequena mala pra ontem...

- A Lourrane está aqui te aguardando.

- Lourrane?

Lourrane aparece abatida. Corre até mim e me abraça.

- Oh, Marcos! - começa a chorar.

- O que houve? - retiro os braços dela, que estavam envoltos em meu pescoço.

- Meu pai. Recebi uma ligação. Ele foi internado em estado gravíssimo.

- Sinto muito Lourrane. Mas o que ele tem?

- Infarto. Vai precisar fazer uma cirurgia. Eu tenho que viajar o quanto antes para ficar com ele. 

- Entendo. 

- Ele está em Paris. Mas, não posso viajar nesse estado... você poderia ir comigo. Em nome dos velhos tempo e de nossa amizade.

E agora?

- Lourrane - levo ela até o sofá - sente-se.

Tento explicar que não tenho como acompanhá-la. E que estou tentando resolver um assunto muito importante.

- Mas eu preciso de você!

- Sim, eu sei. Mas infelizmente nesse exato momento não posso me afastar do país.

- Você está colocando seus negócios acima da nossa amizade e da saúde do meu pai? Um antigo amigo de sua família?

- Não é isso Lourrane...

- Então é o que? - diz ela se levantando e falando alto. Tão alto que meu pai aparece na sala.

- Lourrane eu preciso ir procurar a Alice.

- O que? Você está me fazendo essa desfeita para ir atrás de uma vagabunda que te traiu?

- Vagabunda não.

- Agora você está defendendo ela?

- Claro que sim.

- Claro que sim? Você é um idiota e muito burro...

- O que você quer que eu faça? Não posso ir. A Alice é muito importante pra mim nesse momento.

- Mas ela é uma vagabunda e meu pai está morrendo. Estou te implorando...

- Lourrane, por favor não faça isso...

Ela começa a chorar e gritar. Meu pai tenta acalmá-la... e vai do choro a tentar me socar.

- Achei que você ao menos teria alguma consideração comigo seu... seu...

- Mas eu tenho Lourrane, só não posso ir agora...

- Vai atrás daquela vadia.

- Ela não é vadia... é a mulher com que vou me casar.

- Casar? - diz todos ao mesmo tempo.

- Sim. Casar... ela está esperando um filho meu!

Antes que comecem as perguntas vou para o  quarto arrumar a mala. Assim que adentro meu celular toca. 

- Sim Flávio.

- Estou te enviando por mensagem o número da Larissa.

- Ok, obrigado. A propósito, venha aqui e tente ver se a Lourrane aceita sua companhia para ir a Paris, ajudá-la.

- Como é?

- Só venha. Meu pai te explica. Obrigado Flávio.

Ligo para Larissa.

- Alô?

- Larissa, sou eu Marcos. Por acaso você está com a Alice?

- Não. Ela está no apartamento dela, foi arrumar as malas.

- Malas?

- Sim. Ela vai para o Japão.

- O que?

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