Capítulo XIX

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ASSIM QUE termino de me arrumar vou para a sala preparar um drink para aguardar Alice. Estou colocando gelo no copo quando Barb adentra com a chave do meu antigo carro.

- Acho que vai precisar de um carro à altura da sua acompanhante - ela faz um gesto com a cabeça para que eu olhe para trás.

Esqueço o copo e viro-me fico hipnotizado pela beleza de Alice. Nunca a vi tão linda. Fico tão perdido em sua beleza que sinto a mão de Barb no meu queixo.

- Feche a boca menino, senão a baba cai - ela sussurra e sorri.

Coloco o copo sobre a mesa de bebidas e vou ao encontro de Alice. Não me importo nem em dar uma resposta à Barb.

- Alice... Você, você está linda.

- Obrigada. Eu não sabia que tipo de restaurante você vai me levar, mas ouvi uma dica que não seria qualquer um - ela sorri olhando para Barb.

- Com licença - ela vem até nós e deixa a chave do carro na minha mão.

- Vamos? - pergunta Alice.

- Como sempre você me decepcionando...

- O que? A roupa não está adequada? Eu...

- Me refiro a estar pronta no horário. Isso pega até mal, uma mulher ser pontual, você me decepciona, achei que iria te aguardar mais uma meia hora no mínimo... - dou um sorriso para que ela perceba que é uma brincadeira.

- Desculpe se te decepcionei. Se quiser posso voltar para o quarto e vir daqui à uma hora - ela sorri.

Meu Deus como não percebi antes como Alice é linda? "Óbvio que é seu babaca, ela é uma cópia perfeita da irmã" diz minha vozinha irritante. Andréia invadindo meus pensamentos mais uma vez. Provavelmente está "trepando" com outro. "Dando a outro o que você quer pra você. Admita que no fundo no fundo você não quer que ela morra, você quer ela só pra você". Antes que eu comece a falar besteira dou o braço para Alice e a levo para a porta.

- Me aguarde aqui, vou tirar o carro. Não fiz antes porque como eu disse não esperava que estivesse pronta no horário. Ou melhor, antes do horário. Você é uma decepção de mulher... - Ela sorri e me aguarda até trazer o carro.

Não demora muito e chegamos ao restaurante francês que o Flávio me indicou. Entramos, a reserva estava pronta e fomos encaminhados até a mesa reservada.

Assim que nos acomodamos e o maitre nos atendeu, o sommelier veio nos indicar um bom vinho. Quando tudo estavam encaminhados e pedidos feitos, ficamos sozinhos.

- Primeira vez que venho a este restaurante.

- Não gosta de comida francesa?

- Ele não existia quando morava aqui - Alice sorri com minha piada.

- E então como está seu pai?

- Melhor. Falou muito de você o dia todo. Acho que ele gostou de você.

- Seu pai é um amor de pessoa. Agora eu entendo o seu medo de perdê-lo.

- Mesmo que não fosse perdê-lo, ele é meu pai. Eu ficaria preocupado de qualquer jeito... Você não?

- Pra ser sincera não sei te responder isso em se tratando do meu pai.

- Alice eu não quero parecer intruso, mas sua família parece bem complicada.

- É sim. E como creio que esse jantar seja para comemorar o retorno do seu pai à saúde, não vamos estragar o jantar falando de minha família.

- Tudo bem. Mas é que não teremos muitos assuntos ...

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