Capítulo V

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NA SEXTA bem cedo acordo com uma mensagem da Carla dizendo que preciso buscar a chefa na empresa e levá-la para um compromisso de negócios. Manda-me horário e endereço.

Vou ter que olhar para a cara daquela vadia. Espero que não me venha com palhaçada. Passam das 11h00min quando vou para a empresa buscar a patroa. Chegando ao estacionamento como de praxe mando uma mensagem para Carla e ela desce.

Está maravilhosa como sempre. Não entendo como ela muda de roupas. Será que há um closet na empresa para ela se trocar quando vai pra noitada? Abro a porta e ela entra. Não dirigimos uma palavra ao outro até onde devo deixá-la. É outra empresa.

- Venha me buscar daqui a duas horas exatamente Marcos.

- Sim senhora.

Volto para a mansão. O tal costureiro está na sala me aguardando para tirar as medidas para o uniforme novo. O dia será chato. Será que vou conseguir manter uma vida assim? "você não queria mudar de vida radicalmente? Então, agora aguenta firme". Como sempre essa voz me dando lição de moral. É exatamente isso, tenho que me habituar a essa mudança de vida.

No horário exato estou na porta da empresa aguardando a senhora. Como antes, ela entra no carro e a única coisa que me diz é para irmos direto para casa. Pelo jeito ela não vai trabalhar mais hoje. O restante do caminho é feito em silêncio. Melhor assim, nada de chateação.

Chegando próximo a mansão o telefone dela toca.

- Olá Gustavo – ela diz com tanta delicadeza e satisfação que é até estranho – claro que sim. Onde você está? Agora? Ok- ela desliga e vira-se para mim – Marcos não guarde o carro vou sair novamente. Vou tomar só um banho e desço para você me levar a outro local.

- Entendido.

Passamos pelos portões e quando o carro para, ela não aguarda eu descer para abrir a porta dela. Praticamente desce correndo e vai direto para dentro. Resolvo só ir a cozinha tomar um copo com água. E volto para o carro. O banho dela e arrumação dura cerca de trinta minutos.

Fomos para um bar famoso na cidade. Eu faço todo o ritual para ela descer e ela some porta adentro.


PASSAM DA meia noite quando meu telefone toca.

- Marcos venha me buscar agora- sua voz demonstra que ela não está para muitos amigos.

- Sim senhora. Onde a senhora está?

- No hotel Luthons.

- Chego em breve.

Saio da cama e vou para o banheiro. Tenho que me vestir e sair. Faço isso o mais rápido possível e vou para o meu destino.

Quando chego vou direto para o estacionamento. Mando mensagem avisando que já estou na garagem aguardando por ela.

"Suba para o apartamento que você sabe qual, preciso que me ajude com uma coisa" é a resposta que recebo. Meu Deus será que a louca matou o cara e quer minha ajuda para se desfazer do corpo? Na ligação antes de sair da mansão achei o tom dela estranho ao telefone.

Pego o elevador e vou para o andar do apartamento. Toco a campainha e aguardo. Nada. Toco novamente e nada. Será que ele a matou? Resolvo tentar a maçaneta e a porta está aberta. Abro bem devagar e entro. Caminho procurando por ela, por sangue ou um corpo. Sei lá, qualquer coisa. Quando chego ao quarto ela está sentada na cama. Com a cabeça baixa entre as mãos.

- Está tudo bem senhora?- olho em torno para verificar tudo no quarto. Parece tudo no local a não ser por um vaso estilhaçado no chão.

- Não – ela começa a chorar.

A Outra Que AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora