- SINTO MUITO Marcos, não sei o que te dizer – ela se aproxima de mim, que a essa altura já estou sentado no chão, me abraça forte.
- Alice... eu não consigo perdoar a Suzana por ter matado o meu filho. Sempre fui louco para ser pai.
- Ao menos você conseguiu perdoar eles pela traição?
- Não. Eu não consegui entender porque o Robert nunca me disse que estava gostando da Suzana. Sempre fomos tão ligados...
- Talvez ela tenha enganado ele também. Você mesmo disse que ele te pediu perdão por ter roubado a empresa, pois precisava de dinheiro para a mulher e o filho. Ele achava que o filho era dele também.
- Outra coisa que nunca entendi é, se ela disse que o filho era a segurança dela, porque ela se matou? – digo amassando a foto do Robert. – por quê?
- São questões que infelizmente você não terá respostas Marcos. Mas alimentar todo esse ódio não vai te fazer bem.
- Eu queria tanto aquele filho, tanto... eu amava tanto aquela...aquela...
- Você sempre quis ser pai tanto assim? Você é jovem, poderá ter muitos...
- Não sei se vou conseguir gostar de uma mulher o suficiente para esquecer todo esse sofrimento.
- Nem da Andréia?
- Quero distancia dela.
- E se ela tivesse engravidado de você?
- Ela poderia apostar que eu faria de tudo pela criança. Talvez se essa criança existisse, ela voltaria a ser como aquela moça da boate...
Alice se levanta e começa a andar de um lado para o outro.
- O que foi?
- Você diz estar com raiva dela, que quer distancia, que ela morra... mas no fundo, bem no fundo você está louco por ela.
Me levanto e vou até ela. A seguro pela mão.
- Acho que vou até o hospital – ela solta minha mão e sai.
Será que ela ficou ofendida? Acho que Alice não gosta da irmã. Ou gosta demais que acha que não sou bom o suficiente para ela.
ALICE
Peço permissão a Bárbara para pegar um dos carros da casa. Ela diz que posso pegar qualquer um. Vou até a garagem pego o menorzinho de todos. Gosto de carros simples.
Ligo o GPS e vou em direção ao hospital. Aviso na recepção que vou passar a noite com o senhor Rogério.
Entro no quarto e observo o pai do Marcos que parece dormir.
- O senhor não foi nem dar uma voltinha né? – dou uma risadinha – Piadinha infame. Oh Alice, não tinha um momento pior para falar essas coisas não? Tô parecendo uma louca falando sozinha.
Sento-me ao lado da cama.
Pego o celular e faço uma ligação para Larissa para ver como andam as coisas no escritório.
- Aqui tá tudo tranquilo chefa – ela sorri, sabe que não gosto – e como andam as coisas por aí com o motorista bonitão?
- Larissa pare com isso! O Marcos é um bom rapaz e eu só estou aqui ajudando.
- Sei. Bom, ou ele não faz o seu tipo ou você realmente é cega! O cara é um gato! Se eu não tivesse namorado...
- Iria entrar na fila... ou melhor não tem fila, ele só tem olhos para a Andréia. Bom, vou desligar porque estou no hospital. Beijos.
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A Outra Que Amo
AléatoireTudo é muito confuso quando você não sabe qual é o verdadeiro valor de cada lado da moeda. Sempre que busco o amor, ele parece está cada vez mais escondido de mim.