- ACREDITE, ALICE é a pessoa mais incrível que eu conheço. Eu percebi que ela me ama muito, mesmo sabendo de parte do ocorrido ela ainda quis arriscar a vida por mim.
- Então ela sabe do que você fez?
- Não. O que ela ficou sabendo foi sobre a tentativa do Gustavo de me matar.
- O Gustavo tentou matar você? Por que ele não está preso?
- O acidente foi causado por ele. Ele me confessou que o plano era casar com Alice. Assim ele ficaria viúvo e poderíamos fugir do país. Afinal eu seria a unica herdeira. Eu disse a ele que o plano não era matar ninguém. Então tentei fazer ele mudar de ideia. Ele se irritou, me bateu, eu peguei o carro...
- Achei isso muito estranho, você dirigindo...
- Eu ainda não contratei outro motorista depois do ultimo. O nosso encontro foi na cidade vizinha... então ele começou a me perseguir... ele gritava que tanto fazia matar a mim ou a Alice... iria dar no mesmo. Mas como eu sabia de tudo que ele fez... melhor seria eu sair de cena.
- E você ainda não denunciou esse cara?
- Sim. Ele está foragido. A polícia não disse nada na TV para que ele seja pego.
- Quer dizer então que você sabia que ele me atropelou?
- Não. Eu soube no dia que ele me jogou para fora da estrada. Confessou entre outras coisas.
- Você também disse que Alice nunca mais olhou pra ele, como ele pode ter tanta certeza de que iria reconquistá-la? Se ela também sabe que ele tentou te matar?
- Se eu morresse ela não saberia de nada. Também pelo fato de ela estar frágil, devido ao estado dela.
- Estado?
- Fora o fato de está sofrendo por você... a gravidez.
- Gravidez!? - fico de pé.
- Acho que ela tentou te falar, mas como você não quis ouvi... ela está de 4 meses já. E antes que você pense bobagens... o filho é seu.
- Alice está esperando um filho meu? - começo a andar pela sala.
Metade do que Andréia fala depois eu nem escuto.
- Ela te contou ou só soube agora que deve está já aparecendo uma barriguinha?
- Não gênio. Ela foi a primeira a se oferecer a me doar um rim. Como estava a dias sem dormir e se alimentando mal por conta do término de vocês...o nosso médico achou melhor ela não doar. Mas ela insistiu. Ela se internou, mas quando foram fazer os exames para ver a compatibilidade se era possível ou qualquer coisa que pudesse impedir... o médico disse a nosso pai que Alice não poderia doar por estar grávida.
- Ela não sabia?
- Creio que sim... mas ainda assim quis arriscar. Foi aí que percebi o quanto ela me ama.
- A Alice que eu conheço não arriscaria a vida de um filho pela sua. Por mais amor que ela tivesse a você. Pra ser sincero tudo isso que me contou está mirabolante demais. Não sei se acredito.
- Ligue para Larissa. Parece que ela esteve aqui.... e andou te ligando também. Bem eu fiz minha parte e se algo acontecer a ela e seu filho, a culpa será toda sua. Unica e exclusivamente sua.
Com essa frase dramática, Andréia vira-se com sua cadeira e vai em direção a porta.
- Ah, parece que ela te escreveu uma carta, deixou no seu apartamento... talvez ela te diga a verdade nela.
E assim, Andréia deixa minha sala e minha cabeça totalmente bagunçada.
Assim que ela vai embora, o Flávio vem até mim para ver meu estado. Ele entra na sala, senta-se e eu nem percebo de tanto tentar entender tudo o que a louca me disse.
- E então, o que ela queria? Vi que ela entrou com um documento em mãos - pergunta o Flávio.
Mostro o documento e depois conto tudo para ele, e peço sua opinião. Saber talvez o que fazer.
- Em primeiro lugar, veja se realmente tem alguma carta de Alice. Você não me disse que tinha umas correspondências que o Zé te entregou?
- Verdade.
Pego minha bolsa de mão. Nem ao menos me dei ao trabalho de retirar nada da bolsa. Jogo as correspondências na mesa e observo. Tem uma carta, mas não há remetente ou qualquer coisa escrita no envelope. Abro.
" Marcos, não sei se ainda posso te chamar de querido. Como também não sei o que ocorreu pra você ter me abandonado. Em todo caso, se não me ama mais tudo bem. Só acho que você poderia ter me falado. Poderíamos ter conversado. Não sou tão burra ou idiota que não entenderia que seu amor por mim chegou ao fim.
Há dois dias descobri o que o Gustavo fez com a ajuda de minha irmã. Mas você e seu ciúmes doente, nunca me deram a chance de saber o que estava acontecendo.
Enfim. Eu só queria te dar uma boa notícia. Ao menos eu achei que seria. Pra você não sei, mas para mim é a melhor coisa que já me aconteceu.
Estou gerando em meu ventre o fruto do meu amor por você. E mesmo você não me amando mais, eu vou ter esse bebê. Acho que você tem o direito de saber.
Te amo,
Alice Smith".
Li toda a carta em voz alta. Juntamente com a carta havia o resultado do exame. Feito uma semana antes do nosso término.
- Cara, você precisa procurar Alice - diz o Flávio.
- Com que cara eu vou? Estou me sentindo tão imbecil...
- Quer que eu reserve o jatinho para amanhã?
- Não. Eu vou ligar.
Pego o meu celular e digito o número dela... começa a chamar...
- Sim?! - ouço a voz de Alice.
Mas não consigo dizer nada...
- Alô? - ela pergunta do outro lado da linha.
- Vamos, fala alguma coisa - diz o Flávio sussurrando.
- Alice...
Logo em seguida a ligação termina. Não sei se caiu ou se ela desligou... ligo outra vez.
" O número chamado encontra-se desligado ou fora da área de cobertura".
- Ela desligou o telefone.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Outra Que Amo
RandomTudo é muito confuso quando você não sabe qual é o verdadeiro valor de cada lado da moeda. Sempre que busco o amor, ele parece está cada vez mais escondido de mim.