Capítulo XIII

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NÃO ENTENDO porque a senhorita Alice foi tão rude comigo. Ok, eu já tive muitas coisas das quais me arrependi e pelas quais devo um pedido de desculpas a ela, mas às vezes ela é tão legal, em outra tão agressiva.

Coloco minha mochila na cama e a bengala ao lado. Deito-me, ainda sinto dor no braço às vezes. Conversando com o Zé ele me disse o modelo do carro que me atropelou e esses dias não sei se foi um sonho ou se foi uma lembrança vaga, mas vi uma imagem de um homem no modelo e cor do carro que me atropelou. Será que foi uma lembrança? Mas não dá para saber, estava escuro e foi muito rápido.

No outro dia cedo é feriado, sei que a Andréia não irá trabalhar, mas pode querer sair, talvez para caçar como sempre. Sou chamado a sua presença.

Quando entro no escritório não a vejo. Volto para a cozinha.

- Daniela, você disse que ela me aguardava no escritório, mas ela não está lá.

- Desculpe Marcos ela estava no escritório e disse para te chamar e que iria te receber na academia. Acho que me confundi e mandei você para o escritório. Deve ser a velhice.

- Tudo bem, mas você não está velha para isso – lhe dou um abraço pelas costas e um beijo no pescoço.

Deixo-a sorrindo na cozinha e vou até a academia. Encontro Andréia na esteira.

- Nossa que demora! – ela faz um gesto para que eu fique de frente para ela e lhe entregue a garrafa d'água que está apoiada numa bancada.

- Tive informações erradas, mas me diga o que deseja?

- Primeiro para te informar, que sua folga que seria no fim de semana próximo terá que ser transferido, pois precisarei dos seus serviços.

- Tudo bem. Algo urgente?

- Faremos uma viagem.

- Faremos?

- Sim, a família se reunirá na casa da família no interior.

- Ah, entendi.

- Precisarei dos seus serviços integralmente. Então você terá que levar uma pequena mala.

- Quanto tempo ficará lá? Para saber o tamanho da mala.

- Uma semana. Segunda coisa... – ela desliga a esteira, e começa a tirar a roupa vindo para o meu lado insinuando-se.

Eu dou um passo para trás, evitando que ela me toque. Ela fica completamente nua.

- Por que está me evitando tanto Marcos? Você sabe o quanto eu desejo você e eu sei que você também me deseja.

- Olha Andréia eu já entendi que você quer transar o tempo todo. Mas eu não entendo por que tem que ser sempre com um homem diferente.

- Você quer me namorar?– ela sorri.

- Não me interessa namorar minha patroa, mas isso de ficar trocando de parceiro o tempo todo, não é algo que eu admire ou deseje numa mulher. E você não tem medo de pegar uma doença ou uma gravidez? Já que comigo você já transou algumas vezes sem preservativo. Pode acontecer com outros.

- Marcos não seja ridículo. Você está sendo machista. Além do mais, a ciência evoluiu muito.

- Não para certas doenças. Acha que não me preocupo em pegar alguma doença? E o que você quer dizer com isso, você faria um aborto?

- Claro. Não acha que eu...

Antes de ela terminar a frase eu me retiro. Como pude me envolver com uma mulher como essa? Aborto? Aonde mais ela pode chegar?

A Outra Que AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora