A Outra Que Amo

Capítulo XXXIX

CHEGO EM casa e vou direto para o quarto. Na verdade não sei como eu cheguei em casa vivo e sem matar ninguém. Começo a lembrar tudo o que aconteceu naquela noite. 

- Ai meu Deus, por que eu não consigo esquecer essa mulher?

Alice vai e vem nos meus pensamentos a quase todo o instante. Vou até a sala e pego uma garrafa de whisky e levo para o quarto.

- Ei garoto, o que você fez ontem a noite?- Sou acordado por Barb.

Estou deitado de cueca, o quarto está uma bagunça. A garrafa do whisky está vazia no chão.

- Desculpe Barb - sento-me na cama e minha cabeça doi.

Ela caminha em minha direção. Senta-se ao meu lado. Coloca a mão sobre minha cabeça.

- Filho, o que você está fazendo com sua vida?

- Eu estou bem.

- Não, você não está. Eu já vi isso antes.

- Como assim? Não sumi e larguei tudo como da outra vez.

- Não sumiu de casa, mas sumiu para o mundo. Você está arisco. Sofre por ela...

- Não sofro não.

- Você nem admite que a ama e sofre pelo que ocorreu. Pensa que não percebo seu sofrimento pelos cantos da casa. Agora deu para beber. E não é a primeira vez que te acho assim.

- O que você quer que eu faça? Ela me traiu. Me fez passar por tudo outra vez, mesmo sabendo de todo meu sofrimento antes.

- Filho se você ainda a ama por que não a perdoa? Passa uma borracha em tudo e vai ser feliz com ela.

- Perdoar? Quem me garante que ela não está com ele?

- Marcos... é só ligar. Acho que se ela estivesse com ele, não ficaria ligando tanto pra você.

- Ela ainda ligou?

- Faz uma semana que não. Mas ligou a Larissa.

- Ela disse o que era?

- Que você precisava ir ver a Alice.

- Ok. Bab eu vou tomar um banho e ligar...

- Para a Alice?

- Não. Para a Lourrane. Preciso pedir desculpas por ter saído como sai da casa dela ontem.

- Lourrane? Achei que ela era passado pra você.

- Ela gosta de mim. Ao menos ela eu sei.

- Não gosto dela.

- Ok. Vou tomar meu banho.

VOU ATÉ  a casa de Lourrane, almoçamos juntos. Conversamos e tento explicar o que aconteceu. Claro que omito boa parte.

Passamos um ótimo fim de semana. O mais incrível é que está tudo bem, mas não me sinto feliz. Lourrane se esforça. Sei que como ela me conhece, sabe que estou ali, mas não plenamente.

Na segunda pela manhã quando chego ao escritório o Flávio me avisa que marcaram a visita ao apartamento. para venda, na terça a tarde.

- Tão rápido? Tá muito em cima. Por que não avisaram antes?

- Perguntei isso. Disseram que o comprador teve problemas de saúde e por isso só conseguiram marcar essa data, mas se você não puder...

- Não tudo bem. 

- Não esqueça que você tem uma reunião amanhã.

- Bom nesse caso, você marque a reunião cedo.

- Ok.

No outro dia, após a reunião pego o jatinho e ligo para o Carlos. Pergunto se tem como ele me acompanhar na visita. Ele confirma.

Cheguei no aeroporto e o Carlos já estava me aguardando.

- Quanto tempo rapaz - diz o Carlos me abraçando.

- Pois é. Vamos? Quero ver se consigo voltar ainda hoje.

Vamos no carro do Carlos. Assim que chegamos ao prédio encontro logo o Zé na porta.

- Seu Marcos, como vai?

- Bem Zé e você?

- Bem também. A propósito senhor tem umas correspondências suas aqui. 

- Alguém veio me procurar?

- Sim. A senhorita Alice duas vezes... e um cara bem mau educado.

- Um cara? Você esteve aqui não foi Carlos? - todos sorrimos.

- A senhorita Alice estava estranha em uma das vezes que veio...

- Estranha como? - pergunta Carlos.

- Grossa na primeira vez, depois veio o cara e depois ela esteve aqui como antes a não ser, claro pelo...

Meu telefone toca e eu saio pra atender. 

- Carlos é o cara da imobiliária, está vindo. Vamos subir? Obrigada Zé, depois eu falo contigo.

Vamos para o apartamento. Algum tempo depois a campainha toca. Carlos abre a porta, o cara da imobiliária entra.

Logo em seguida uma mulher na cadeira de rodas. O Carlos está na frente só reconheço pela voz.

- Quanto você quer nesse pardieiro Marcos?

- Andréia?