Capítulo XVI

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-LARGA ELE seu brutamontes - gritam Andréia e Alice. Só que, ao que parece cada uma grita para um de nós.

Alice puxa o Gustavo de cima de mim e Andréia me puxa de cima dele.

- Esse idiota me ataca e você vai defender ele Alice? Um empregadinho que não sabe onde é o seu lugar?

- Vai se vestir seu imbecil. Você não mudou nada nesses anos - diz Alice jogando a roupa sobre ele - Vamos Marcos. Deixe esses dois terminarem o que estavam fazendo.

Fico parado, acho que aguardando Andréia tomar alguma atitude, falar alguma coisa ou talvez mandar aquele idiota embora. Olho para ela que somente diz "quando sair feche a porta".

Não digo mais nada, apenas saio. Alice apanha a mala dela e vai até a cozinha.

- Daniela poderia ligar para a Larissa pra mim? Avise que estou aqui e que se puder traga o meu carro.

- Você não ia dormir aqui?

- Não vou mais e você sabe por quê. Quero distância dessa casa, eu deveria ter ido para minha casa.

- Acalme-se menina. Vou ligar.

Vou até o meu quarto e apanho uma mochila coloco as poucas peças que trouxe da casa em que ficamos. Ainda ficaram muito cheias de lama. Mas ainda assim, jogo o que posso na mochila.

Chego à cozinha e me deparo com Alice tomando um suco.

- Aonde você vai?

- Para minha casa, pelo jeito não faço falta nenhuma aqui, ela se quer se preocupou com nossa ausência nesse tempo todo.

- Para ser sincera ela soube do acidente de vocês. Mas não se preocupou. Ligou para a Larissa e disse que vocês estavam bem. Imaginei que sim, pois noticia ruim corre rápido - diz Daniela.

- Ficamos sem telefone, sem energia, dentre outras coisas. Alice está machucada e ela acha que estávamos bem?

- Para ser honesta com vocês, ela não foi para a casa de Lordsville. Ela foi direto de jatinho com seu pai para a casa de praia.

- Mas havia um bilhete dela lá - digo alarmado.

- Você conhece a letra dela, tem certeza que é dela?

- Mas se não foi ela que escreveu quem fez isso?

- Acredito que o senhor Alberto. Ela viajou com o senhor Gustavo e voltou três dias depois. Está vivendo uma lua de mel os dois desde então.

- Vou embora.

- Como? - pergunta Daniela - Você vai embora de vez?

- Vou esfriar minha cabeça. Vou de ônibus.

Saio da casa e vou até o ponto de ônibus aguardar um que me leve para casa. Não vou mentir que meu coração estava muito triste. Eu estava apaixonado por aquela vadia? Na verdade não, eu queria uma mulher que foi inventada para me levar para a cama. Aquela Andréia doce, linda, meiga e gentil, jamais existiu. E foi por aquele beijo doce e aquela mulher que eu acho que me apaixonei. Essa vadia não pode ser a mesma pessoa. Maldita atriz pornô. Como me deixei envolver outra vez por uma mulher dessas novamente? "Na verdade não foi essa que te envolveu, foi a Andréia de olhar doce e beijo meigo da boate que te deixou amarradão" diz minha voz interior. Faz tempo que ela não se manifesta.

Ouço uma buzina e um carro para do meu lado.

- Quer uma carona moço? - Larissa diz ao descer o vidro do carro.

- Não quero atrapalhar.

- Ah para com isso. Você mora no caminho. Te deixamos lá. Entra logo aí.

A Outra Que AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora